Você já se perguntou de onde veio a expressão ‘cara de pau’? A história do surgimento desse termo é bastante curiosa. Em suma, sua origem remonta as antigas carrancas, máscaras de madeira de fisionomia sombria que eram colocadas nos barcos para afugentar maus espíritos e abençoar as travessias.
Aliás, as caras de pau ou figuras de proa dos navios eram uma espécie de amuleto da sorte para os tripulantes em suas navegações, portanto, servia para lembrar aos marinheiros da coragem indispensável às viagens.
No Brasil usamos a expressão ‘cara de pau’ para se referir a ousadia, coragem ou até mesmo a falta de vergonha de alguma situação ou pessoa. Mas, a história desse termo tem um significado cultural muito mais profundo. Confira abaixo!
Como surgiu a expressão ‘cara de pau’?
Sua origem está associada às figuras de proa de navios e decorações semelhantes que remonta a milhares de anos. As figuras de proa eram usadas pelos gregos antigos, mas é provável que já estivessem em uso antes disso.
Aliás, alguns relatórios apontam para os egípcios ou fenícios como o exemplo mais antigo, embora exemplos e anos específicos não sejam conhecidos.
A figura de proa tornou-se mais comumente usada quando os galeões ganharam popularidade por volta do século XIII. As carrancas alcançaram seu pico por volta do século XVI e, a partir de então, quase todos os tipos de navios exibiram algum tipo de figura de proa.
A prática começou a declinar no século XIX e, no século XX, eles eram tudo menos uma relíquia.
Símbolo de coragem e boa sorte
As figuras de proa geralmente eram feitas de madeira, daí o nome ‘cara de pau’; ademais, elas serviam, entre outras coisas, como uma espécie de amuleto de boa sorte para a tripulação do navio.
Na Alemanha, Bélgica e Holanda, acreditava-se espíritos, criaturas invisíveis e gnômicas viviam dentro da figura de proa do navio. Com efeito, esses espíritos protegeriam o navio e a tripulação de fortes tempestades, ventos traiçoeiros, rochas inexploradas, doenças ou enfermidades.
Além disso, em caso de naufrágio, essas entidades guiariam as almas dos marinheiros para a vida após a morte. Se os marinheiros perdessem suas vidas no mar sem tal proteção, acreditava-se que suas almas assombraria o mar para sempre.
Como eram feitas as caras de pau dos navios?
Dependendo do tamanho e da importância do navio, algumas figuras de proa podiam ser bem grandes. Todavia, essas figuras de proa maiores quando eram feitas em madeira de lei, criavam alguns problemas de peso. No século XVII, eles eram principalmente olmos, mas isso mudou em direção ao carvalho no início do século XVIII.
Curiosamente, uma ordem do Conselho da Marinha que data de 1742 ditou que as ‘caras de pau’ deveriam ser feitas de madeiras macias, como o pinho. A madeira da teca também era bastante popular por causa de sua resistência à podridão e aos insetos invasores.
Entretanto, uma vez que os navios começaram a mudar da madeira para o ferro, a figura de proa do navio diminuiu e elas finalmente desapareceram quase que totalmente.
O que as figuras de proa representavam?
Em suma, as carrancas representavam de tudo desde animais como golfinhos, cobras, cisnes e touros a criaturas mitológicas como Poseidon.
Ademais, sereias, dragões e minotauros também eram bastante a frente das embarcações. Os egípcios gostavam particularmente de pássaros sagrados, já os fenícios tendiam a usar a cabeça de um cavalo para simbolizar a agilidade e a rapidez.
Então, gostou de saber mais sobre a história da expressão ‘cara de pau’? Pois, leia a seguir: Pensando com meus botões: origem e significado da expressão