A palavra Carnaval tem uma origem bastante interessante, derivando do latim carne levare, que pode ser decomposta em duas partes: “carnem”, de carne mesmo, e “levare”, que significa retirar ou remover. O termo refere-se ao período que antecede a Quaresma, um período de 40 dias de jejum e abstinência observado pela tradição cristã.
O Carnaval era originalmente um festival pagão que celebrava a abundância de alimentos e prazeres antes do período de privações da Quaresma. Com o tempo, a festividade foi incorporada pela tradição cristã, mantendo muitos dos elementos festivos, embora com um significado adaptado.
Como o Carnaval surgiu?
Origens
O Carnaval é uma festa popular que possui raízes antigas e uma história rica, envolvendo uma mistura de tradições culturais, religiosas e sociais. Suas origens remontam à Antiguidade e, ao longo dos séculos, a celebração evoluiu, incorporando diferentes elementos de diversas culturas ao redor do mundo.
A palavra Carnaval tem suas raízes na expressão latina “carnem levare”, que pode ser traduzida como “abster-se, afastar-se da carne”. Essa denominação reflete a associação do período carnavalesco com os dias que antecedem a Quaresma, um período de jejum e abstinência bem tradicional na cultura cristã. Assim, o Carnaval surge como uma celebração festiva que acontece antes da temporada de privações.
As origens do Carnaval remontam às festas pagãs da Antiguidade, como as Saturnálias romanas e as festividades gregas em honra a Dionísio, o deus do vinho e do teatro. Nessas celebrações, havia uma quebra temporária das normas sociais, com inversões de papéis, festividades extravagantes e a liberação de instintos reprimidos.
Com a colonização das Américas, a festa foi introduzido nas terras do Novo Mundo pelos colonizadores europeus. No Brasil, em particular, o Carnaval assumiu proporções únicas, mesclando tradições locais com elementos africanos trazidos pelos escravizados. A festa no Brasil tornou-se uma manifestação cultural intensa, com desfiles de escolas de samba, blocos de rua, e uma atmosfera de celebração e alegria que atrai pessoas de todo o mundo.
Por fim, é possível dizer que, ao longo dos séculos, o Carnaval evoluiu e se adaptou às mudanças sociais, culturais e políticas. Sendo assim, em diferentes partes do mundo a festa assume características distintas, mas sua essência de celebração, expressão artística e liberação de energias continuam sendo o seu ponto de encontro em meio a tanta diversidade. O Carnaval, com suas origens multifacetadas, permanece como uma das festas mais vibrantes e coloridas, refletindo a diversidade cultural e a criatividade humana.
Carnaval da Idade Média
Na Idade Média, o Carnaval era uma festividade que possuía características distintas em comparação com as celebrações modernas. Diferente do Carnaval contemporâneo, que é marcado por desfiles, fantasias elaboradas e festas animadas, o Carnaval medieval tinha uma abordagem mais diversificada e, em muitos casos, até mesmo caótica.
Durante esse período, o Carnaval era frequentemente associado a um momento de inversão social, em que curiosamente as normas sociais eram temporariamente suspensas. Essa inversão se manifestava através da inversão de papéis entre as classes sociais, com servos podendo se vestir como nobres e vice-versa. Tal circunstância simbolizava uma breve ruptura nas hierarquias sociais estabelecidas, proporcionando um momento de liberdade e escape das restrições sociais cotidianas.
Além disso, as festividades carnavalescas medievais eram marcadas por uma mistura de elementos religiosos e pagãos. O Carnaval muitas vezes coincidia com celebrações ligadas ao calendário cristão, como a Quaresma, período de jejum e reflexão que antecede a Páscoa. Contudo, as práticas carnavalescas também incorporavam tradições mais antigas, relacionadas às festividades pagãs de origem romana e celta.
A música, dança e teatro desempenhavam um papel fundamental nas festividades medievais, proporcionando entretenimento e expressão artística. Máscaras eram comumente usadas durante o Carnaval, enriquecendo uma atmosfera de anonimato e permitindo que as pessoas se envolvessem em comportamentos extravagantes sem as restrições normais da sociedade.
Por fim, é importante ressaltar que o Carnaval na Idade Média não era uma festividade padronizada e suas práticas variavam significativamente de região para região. Apesar das diferenças, o Carnaval medieval compartilhava a ideia de proporcionar um período de escape e subversão social em meio às rigidezes da vida cotidiana naquela época.
Carnaval no cristianismo
O Carnaval tem raízes, também, na tradição cristã, mas ao longo dos séculos sua celebração adquiriu diversas formas e significados em diferentes culturas. Em alguns lugares, o Carnaval é fortemente associado a festividades religiosas, enquanto em outros tornou-se mais secularizado e centrado na diversão e entretenimento.
Na tradição cristã, o Carnaval é considerado como um tempo para se deleitar antes de entrar em um período de autocontrole e reflexão. Muitas vezes, as pessoas aproveitam o Carnaval para expressar-se criativamente, usar fantasias extravagantes e participar de eventos festivos.
Sendo assim, o Carnaval no contexto do cristianismo é uma festa que acontece antes da Quaresma, marcada por celebrações extravagantes e indulgências antes do período de penitência e reflexão associado à Páscoa. Ao longo dos séculos, o Carnaval evoluiu e adquiriu diferentes formas de celebração em várias partes do mundo.
Como e quando o Carnaval chegou ao Brasil?
O Carnaval chegou ao Brasil durante o período colonial, introduzido pelos colonizadores portugueses. A festa carnavalesca tem raízes em tradições europeias, especialmente em Portugal, mas também incorpora elementos africanos e indígenas, formando uma fusão única e vibrante.
Os primeiros registros históricos do Carnaval no Brasil remontam ao século XVII, com relatos de festividades em cidades como Olinda e Recife, em Pernambuco, e no Rio de Janeiro. Inicialmente, as celebrações eram restritas à elite social e eram marcadas por bailes de máscaras e desfiles de carros alegóricos.
Com o passar do tempo, o Carnaval começou a se popularizar e a se diversificar, incorporando influências culturais locais. As festividades adquiriram uma dimensão mais inclusiva, envolvendo diversas camadas da sociedade, e começaram a incorporar elementos das culturas africanas trazidas pelos escravizados.
No século XIX, o Carnaval ganhou mais impulso com a popularização dos blocos carnavalescos e das escolas de samba. Os desfiles de escolas de samba, em especial, tornaram-se o centro das atenções durante o Carnaval carioca.
O Carnaval brasileiro também é conhecido por sua diversidade regional. Diferentes estados e regiões do país têm tradições distintas, como os frevos e maracatus em Pernambuco, o axé na Bahia e o samba no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Logo, é possível dizer que o Carnaval no Brasil evoluiu ao longo dos séculos, tornando-se uma expressão cultural única que mistura influências históricas, étnicas e sociais. Hoje, é uma das festas mais celebradas e reconhecidas internacionalmente, atraindo turistas de todo o mundo para participar da alegria e da exuberância que caracterizam essa festa.
Como se calcula a data do Carnaval?
A data do Carnaval no Brasil é determinada em relação à Páscoa. A festa ocorre 47 dias antes do domingo de Páscoa. E a Páscoa, por sua vez, é a primeira lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul (21 de março). Portanto, para calcular a data do Carnaval, é necessário encontrar a data da Páscoa e retroceder 47 dias.
Essa fórmula é parte de uma tradição eclesiástica que remonta ao Concílio de Niceia, em 325 d.C., quando foi estabelecido o cálculo da data da Páscoa. Por isso, o Carnaval é celebrado em diferentes datas a cada ano, geralmente caindo entre fevereiro e março.
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Referências: Toda Matéria, Mundo Educação
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