Centopeia: características, espécies, riscos e curiosidades

Parente do piolho-de-cobra, a centopeia é um animal conhecido pela presença de vários pares de patas, mas existem outros traços importantes.

Centopeia - características, tipos diferentes e risco do veneno

Em primeiro lugar, a centopeia, ou lacraia, é um animal popular pelo seu gigante número de patas. Apesar disso, na verdade nem sempre possuem exatos 100 pés. Nesse sentido, diferentes espécies desse animal apresentam particularidades, assim como grau de risco.

A princípio, existem cerca de 3300 espécies de centopeias diferentes, sendo que elas variam de tamanho, número de segmentos e, portanto, número de patas. Entre as espécies desse animal, é possível uma quantidade de segmentos que vai de 15 a 191. Curiosamente, uma vez que cada um deles possui um par da patas, elas podem ser encontradas em quantidades de 30 a 382.

Apesar da fama, a centopeia não é o único animal com essa característica, já que faz parte da classe dos quilópodes. Sendo assim, o nome vem do grego e une as palavras quilo (mil) e podos (patas). Portanto, todo o animal pertencente a essa classe, possui essa peculiaridade, como é o caso do piolho de cobra.

Características

Centopeia - características, tipos diferentes e risco do veneno
Fonte: BioDiversity4All

Além de possuir várias patas, as centopeias tem corpos compridos, que podem ser redondos ou achatados. Não há diferenças entre tórax e abdômen, mas é possível perceber a cabeça pela presença de mandíbulas e um par de antenas.

A maioria das espécies tem tons marrons. Por outro lado, existem variações que incluem vermelho, preto, amarelo, verde ou até mesmo faixas azuis. As centopeias são carnívoras predadoras. Isso significa que se alimentam de outros animais, como larvas de besouros, insetos, minhocas e vermes. No caso de espécies maiores, podem se alimentar até mesmo de lagartos, sapos, morcegos, pássaros e ratos.

Para caçar, elas aproveitam-se do grande número de patas e se movem com agilidade. Assim que alcança as presas, suas garras são responsáveis pela inoculação do veneno. Dessa maneira, as vítimas ficam atordoadas e imóveis e são enroladas pelo corpo da centopeia.

Onde vivem

Centopeia - características, tipos diferentes e risco do veneno
Fonte: BioDiversity4All

As milhares de espécies de centopeias podem ser encontradas ao redor do mundo todo. No Brasil, existem cerca de 145 espécies. Entre elas, dez são consideradas perigosas, como a Scolopendra viridicornis e a Scolopendra subspinipes.

Geralmente, vivem em ambientes úmidos, como embaixo de folhas, cascas de árvores, pedras, entulhos e vasos. Além da umidade, as espécies também têm preferência por lugares escuros.

Por causa disso, também é comum que centopeias sejam encontradas em ambientes internos. Assim, é natural que nesses ambientes aconteçam a maioria dos acidentes envolvendo os animais.

Apesar disso, a recomendação é que não se mate lacraias. Isso porque elas tem muita importância ecológica e podem fazer a diferença, mesmo dentro de casa. Como as espécies se alimentam de insetos, ajudam a controlar a quantidade de formigas, mosquitos, cupins e baratas dentro das casas.

Reprodução da centopeia

Centopeia - características, tipos diferentes e risco do veneno
Fonte: BioDiversity4All

Os machos de centopeia possuem de 1 a 24 testículos. Eles são encontrados acima do intestino médio e são ligados a um par de de ductos espermáticos. A transmissão dos espermatozoides, no entanto, acontecem de maneira indireta.

Para a reprodução, o macho produz uma teia de fios de seda e coloca um espermatóforo nela. A partir daí, então, a fêmea colhe o espermatóforo e insere em sua própria abertura genital.

Esse espermatóforo só é produzido pelos machos diante das fêmeas e, geralmente, logo após uma espécie de dança do acasalamento. O processo de corte pode durar até uma hora. É só depois que o macho toca nas antenas da fêmea, que ela colhe o espermatóforo, com a ajuda de gonópodos.

Tipos de centopeia

Centopeia doméstica

Fotografia do animal para ilustração do item
Fonte: BioDiversity4All

São espécies nativas do Mediterrâneo, mas encontradas ao redor de todo o mundo. Como o próprio nome indica, esses animais preferem viver dentro de casas, principalmente em banheiros. Costumam medir de 1 a 6 cm e podem picar, caso se sintam ameaçadas.

Centopeia gigante da Amazônia

Fotografia do animal para ilustração do item
Fonte: BioDiversity4All

São as maiores centopeias que existem. Além disso, encontra-se em florestas tropicais, como a Amazônia, no Brasil, Peru e Venezuela. O maior exemplar já encontrado, tinha 26 cm de comprimento, mas acredita-se que podem haver criaturas com 30 cm. Além de serem as maiores, são as mais agressivas, com venenos que oferecem grande risco há humanos. Por causa de seu tamanho, se alimentam de criaturas como morcegos e rãs.

É a espécie mais comum no Brasil e, apesar do nome, passa pouco de 10 cm. Durante um experimento realizado em 1946, constatou-se que centopeias gigantes eram capazes de se agarrar a camundongos por até cinco minutos. Ao longo do tempo, conseguiam injetar muito veneno nas vítimas. Na observação, o veneno atingiu o sistema nervoso dos camundongos, que morriam por paradas respiratórias.

Veneno da centopeia

Fotografia do animal para ilustração do item
Fonte: BioDiversity4All

A picada de centopeia contém um veneno bem poderoso. Geralmente é bem dolorosa, além de provocar inchaço e vermelhidão na área. Em casos mais graves, porém, é possível surgimento de calafrios, febre e necrose da pele.

O risco oferecido pela picada depende, principalmente, da espécie de centopeia. No entanto, fatores como a quantidade de picadas e a sensibilidade da vítima também importam. Na maioria dos casos, a ocorrência não gera consequências graves e tem os sintomas encerrados em, no máximo, poucos dias.

Em todo o mundo, há apenas um caso de morte registrada por picada de lacraia: uma criança de sete anos, nas Filipinas, picada na cabeça.

Ainda assim, de acordo com recomendações do Instituto Vital Brazil, laboratório oficial do governo do Rio de Janeiro, o correto é procurar orientação médica após uma picada. Logo após o contato com o animal, entretanto, é essencial manter a área limpa.

Fontes: Hiper Cultura, Estudo Prático, Green Me

Imagens: BioDiversity4All

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