Em primeiro lugar, o cheiro de carro novo é uma das características principais dos veículos que saem das concessionárias ou lojas autorizadas. Nesse sentido, consiste em um aroma desenvolvido por profissionais especializados no ramo de cheiros. Em outras palavras, os osmólogos avaliam os odores de cada material que compõe o interior do carro para formar essa característica.
Portanto, estima-se que a combinação de cem materiais industriais diferentes formam o famoso cheiro de carro novo. Sobretudo, quando o veículo é recém-saído de uma concessionária, esses materiais liberam resíduos químicos que aromatizam o ar. Ademais, esse processo é conhecido como desgaseificação.
Entretanto, consiste numa reação química de curta duração, porque os gases não são renováveis. Sendo assim, em pouco tempo tendem a ser eliminados e desaparecer do veículo. Contudo, há motoristas que recorrem a essências artificiais para manter a impressão de um carro novo por mais tempo.
Origem do cheiro de carro novo
A princípio, o cheiro de carro novo surgiu a partir dos anos 1990, quando as equipes de osmólogos começaram a reunir-se para desenvolver aromas voltado à indústria automobilística. Em resumo, a preocupação com esse fato partiu do aumento do número de materiais químicos utilizados na composição das cabines. Como consequência, a mistura de odores dentro do carro se intensificou.
Portanto, estima-se que até a década de 1980 fazia-se o interior do carro com ferro pintado. Entretanto, o aumento da preocupação com a segurança gerou uma mudança para materiais plásticos. Além disso, solventes e colas também entraram na receitas, aumentando a toxicidade dentro dos carros.
Posteriormente, as empresas começaram a pensar na questão estética do cheiro do carro, mas também na saúde dos consumidores. Mais ainda, passaram a se perguntar sobre o odor que atrairia a atenção dos compradores, facilitando as vendas. Portanto, os osmólogos entraram nas equipes de indústrias com funções peculiares.
No geral, estima-se que esses profissionais tem que cheirar cerca de quinhentos materiais diferentes que compõem as cabines. Ademais, o trabalho envolve a aprovação de um novo produto e também as avaliações periódicas. Basicamente, essas avaliações envolvem submeter os produtos a diferentes condições climáticas.
Como exemplo, pode-se citar um dos testes mais agressivos e perceptíveis. Em outras palavras, colocam-se lâmpadas quentes ao redor das janelas do veículo de modo que o interior chega a 80º C. Logo em seguida, espera-se algumas horas para inserir os profissionais na cabine para identificação da alteração dos odores.
Sendo assim, estima-se que além da formação na área química e de materiais, os osmólogos devem passar por treinamentos na matriz das empresas. Dessa forma, precisam também aprender cuidados especiais para preservar a capacidade olfativa. Comumente, eles evitam café e chiclete, além de perfumes fortes.
Como é feito o aroma?
Primeiramente, o aroma não é artificial. Sobretudo, os profissionais responsáveis desenvolvem ensaios e testes com as peças que fazem parte da cabine. Mais ainda, também testam com outras peças do veículo a fim de garantir um aroma neutro e agradável. Sendo assim, deve-se conhecer os materiais que causam interferência no cheiro do carro novo.
Portanto, investiga-se os mínimos detalhes, como o revestimento de couro do volante, a espuma dos bancos e até a cola dos carpetes. Comumente, testa-se individualmente cada um desses materiais e somente depois surgem as combinações. Além disso, há uma etapa de espera, para que os materiais reajam em conjunto e criem outro aroma a partir desse processo.
Geralmente, o teste principal envolve pegar um pedaço de cada material utilizado no veículo. Logo em seguida, insere- em um recipiente de vidro aquecido em temperaturas diferentes. Em primeiro lugar, 22,7º C para simular a temperatura ambiente. Posteriormente, 40º com água para representar um dia quente e úmido.
Por fim, faz-se o teste mais extremo com 80º para simular o a ar quente armazenado no interior do carro após horas de exposição ao Sol. Mais ainda, uma equipe de seis jurados avalia o odor de cada material dando notas individuais. Por outro lado, ainda constatam se há algum material produzindo cheiro ruim.
A princípio, o teste individual dos materiais e a seleção antecede a etapa dos testes combinados. Portanto, uma fração de cada material fica posicionado em um mesmo recipiente e o processo de aquecimento é repetido até chegarem a uma combinação final.
E aí, aprendeu de onde vem o cheiro de carro novo? Então leia sobre O que é foie gras? Como é feito e porque é tão polêmico.
Fontes: Mobiauto | Folha | Revista Carro
Imagens: Pexels