As cobras peçonhentas são aquelas que dotam de algum mecanismo no corpo com função de injetar veneno em suas vítimas. Ainda que todas as cobras possuam glândulas de veneno, algumas não possuem esse mecanismo inoculador.
Assim como as outras espécies de cobras, são répteis ectotérmicos (de sangue frio), cobertos de escama e sem patas. No meio ambiente, elas são encontradas em duas famílias diferentes: Elapidae e Viperidae.
No Brasil, pouco mais de 60 espécies de cobras são consideradas peçonhentas, com risco de ataque com veneno.
Famílias de cobras peçonhentas
Família Elapidae (gênero Micrurus e Leptomicrurus): essas cobras peçonhentas são proteróglifas, ou seja, possuem pequenas presas fixas na parte anterior da maxila. A família inclui as cobras corais-verdadeiras e tem responsabilidade por menos de 1% de acidentes com serpentes em todo o Brasil.
Família Viperidae (gêneros Bothrops, Bothrocophias, Crotalus e Lachesis): essa família inclui cobras com fosseta loreal, orifícios posicionados entre olhos e narinas. Sua função é garantir a orientação das cobras, por meio de detecção de calor, por exemplo. Além disso, elas possuem dentição solenóglifa (na parte anterior da maxila) e sua picada acontece num ângulo de 90º.
Cobra peçonhenta x cobra não peçonhenta venenosa
Segundo pesquisas da Universidade de Queensland, todas as cobras possuem glândulas venenosas, ainda que em poucas quantidades em algumas espécies. As cobras peçonhentas, portanto, são aquelas que possuem capacidade de injetar esse veneno em suas presas com algum tipo de mecanismo, como dentes ou ferrões.
Por causa disso, enquanto as cobras peçonhentas costumam matar a partir do ataque com veneno, as outras matam por constrição, ou esmagamento.
Também é possível diferenciar as cobras por características físicas. A cabeça das peçonhentas costuma ser mais achatada, triangular e bem destacada do resto do corpo, Os olhos também são menores, com pupilas em fendas verticais, em contraste com as pupilas circulares das não peçonhentas.
Além disso, as cobras que dependem do veneno costumam atacar quando são ameaçadas, se movimentam mais lentamente e possuem hábitos noturnos. As outras, por outro lado, fogem, são mais rápidas e têm hábitos diurnos.
Apesar desses pontos serem distinguíveis na maioria dos casos, existem espécies que fogem do padrão.
4 cobras peçonhentas mais letais da Amazônia
Jararaca
A jararaca é a cobra peçonhenta mais abundante na Amazônia brasileira. Isso deve-se principalmente ao fato da adaptação a ambientes modificados, como florestas danificadas e espaços urbanos. São muito ativas durante a noite, especialmente nas proximidades de igarapés e outros corpos d’água. As cobras podem chegar a até 2,1 m de comprimento e costumam se alimentar de pequenos mamíferos, como ratos.
Surucucu
Maior cobra peçonhenta das Américas, a surucucu é normalmente encontrada em ambientes de matas de floresta primária. Sendo assim, ocorrem principalmente em regiões muito bem conservadas e, por isso, são pouco encontradas em ambientes urbanos. Por conta de seu grande porte (até 3,5 m de comprimento) é comum que também injete uma grande quantidade de veneno, oferecendo muito risco para suas presas.
Cascavel
A principal característica da cobra cascavel é chocalho encontrado em seu rabo. Além disso, ela tem um dos venenos mais perigosos entre cobras peçonhentas, sendo principal responsável por mordidas de serpentes no Brasil. Entre os principais efeitos do veneno, estão reações como paralisia, insuficiência renal e respiratória, dores musculares e urina escura, hemorragia e sangramentos.
Coral-verdadeira
As cobras-corais representam a ameaça menos comum entre acidentes com cobras peçonhentas no Brasil. Isso porque elas tem hábitos tímidos, se movendo por baixo de folhas encontradas no solo, dificultando o contato com humanos. Quando ocorrem, os acidentes costumam ser resultados de pisadas sem querer, de andarilhos desprotegidos.
Fontes: Diferença, InfoEscola, Escola Kids, Amazonas Atual
Imagens: South China Morning Post, Science News, Emergency Physicians, G1, Info Escola, Jornal de Brasília, G1