Os cogumelos são opções cada vez mais comuns para quem gosta de investir em novidades na cozinha. Em algumas regiões do mundo, como Europa e Ásia, são consumidas cerca de 2 a 6 kg por pessoa. No entanto, deve-se ter cuidado com o risco dos cogumelos venenosos e alucinógenos.
No Brasil , estima-se que uma média de 160 g de cogumelos sejam consumidas anualmente por pessoa. Sendo assim, é importante saber reconhecer e diferenciar as espécies perigosas.
Entre as milhares de variedades desses fungos, apenas algumas dezenas são consideradas tóxicas. Dentro dessas espécies, o risco de intoxicação pode ser dividido em dois grupos básicos.
Tipos de contaminação
O primeiro tipo de contaminação por ingestão de cogumelos venenosos inclui as intoxicações com latência curta. Isso significa que os primeiros sintomas de contaminação aparecem num espaço de até 4 horas após o consumo. De forma geral, essas intoxicações são mais levas e não costumam oferecer risco de vida.
Entretanto, existem as intoxicações que acontecem num período de latência longa. Nesses casos, em que os sintomas aparecem após 4 horas da ingestão dos cogumelos, o risco é mais grave.
Em alguns casos, os sintomas podem demorar vários dias para aparecer e incluem a a falência das células de órgãos vitais. Dessa maneira, então, podem até mesmo levantar à morte.
Como identificar cogumelos venenosos
Casos de contaminação a partir da ingestão de cogumelos venenosos não costumam ser frequentes no Brasil, mas acontecem. Segundo dados do Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/RS), apenas 40 pessoas foram vítimas de intoxicação por consumo de cogumelos entre 2005 e 2017.
A fim de evitar esse tipo de risco, é importante saber identificar os tipos de fungos mais tóxicos. No entanto, dentre as mais de 1,5 milhão de espécies catalogadas, menos de 5% são tóxicas e não trazem uma características específica que indica a presença de veneno.
As principais dicas para tentar ficar distante dos cogumelos venenosos é:
- evitar o contato com espécies silvestres;
- não colher em áreas contaminadas;
- não consumir espécies desconhecidas;
- nunca consumir sem cozinhar antes;
- evitar espécies avermelhadas.
10 cogumelos venenosos para manter distância
Amanita muscaria
O principal risco desse cogumelo está na concentração do psicoativo basidiomiceto. Por outro lado, caso passe por um cozimento ligeiro, o nível de toxicidade desse cogumelo é reduzido a ponto de poder ser consumido de maneira saudável e sem riscos.
Pleurocybella porrigens
Esse tipo de cogumelo é comum em decaimentos de madeira em florestas de regiões temperadas. A princípio, acreditava-se que ele era comestível, até que episódios de contaminação começaram a ser relacionados a ele. Em 2004, por exemplo, 17 pessoas morreram em razão da ingestão dessa espécie. Ainda não foi descoberto o tipo de contaminação causado pelo cogumelo, mas acredita-se que uma alta concentração de aminoácidos instáveis afete o cérebro.
Lepiota brunneoincarnata
A espécie contém antitoxinas em quantidade suficiente para destruir todo o fígado após ingestão. A taxa de mortalidade em pacientes que não tratam a contaminação é de cerca de 50%, caindo para 10% em situações em que há algum tratamento. O problema é que, mesmo com chances de sobrevivência, os sintomas costumam aparecer apenas quando o fígado já está em degradação.
Podostroma cornu-damae
Esses cogumelos são comuns no Japão e, apesar de serem parecidos com cenouras, devem ser evitados a todo custo. Isso porque contém microtoxinas de tricoteceno que podem matar uma pessoa em poucos dias.
Conocybe filaris
Apesar de parecidos com cogumelos mágicos, esses carregam uma concentração de toxinas perigosas e mortais para humanos e animais. Também pode causar danos graves ao fígado, inclusive a falência total do órgão.
Cortinarius rubellus
O grande problema desses cogumelos é que eles são parecidos com várias espécies comestíveis. No entanto, ele contém a toxina orelanina, formada com arsênico. Ainda não existe antídoto para combater contaminações após o consumo da toxina, que mesmo se for cuspida ainda atinge a vítima da mesma forma. Quando não há morte após algumas semanas, os rins ficam completamente comprometidos.
Galerina marginata
Essa espécie também é encontrada em zonas com madeira, especialmente morta. Além disso, é mais uma das espécies tóxicas que pode atuar diretamente no fígado e provocar problemas graves de saúde.
Gyromitra esculenta
A forma desse tipo de cogumelo lembra a de um cérebro humano, mas sua real ameaça acontece no fígado. Assim como em outras espécies, suas toxinas afetam o funcionamento do órgão, mas também ameaçam rins e sistema nervoso. No entanto, quando são cozinhados adequadamente, podem ser consumidos de maneira saudável.
Destroying angels
A concentração de toxina nesses cogumelos venenosos é tão alta que é suficiente para matar uma pessoa. Os primeiros sintomas incluem vômito, delírio, cólicas e diarreia em até um dia após o consumo. A partir daí, o estrago já está feito os danos começam a surgir nos tecidos renal e hepático, que param de funcionar. Enfim, nesses casos, somente o transplante de um novo órgão pode evitar a morte do paciente.
Amanita phalloides
Por fim, um dos cogumelos venenosos mais perigosos do mundo, o Amanita phalloides é o que maior responsável por fazer vítimas fatais nessa lista. Sobretudo, a concentração de alta-amanitina gera insuficiência hepática e falência nos rins. Uma vez que é parecido com muitos outros cogumelos comestíveis, é muito confundido por quem busca a ingestão desses fungos.
Fontes: Naturlink, Saber Hortifrutti, Top 10 Mais
Imagens: Britannica, Celestial Garden, ultimate mushroom, NAMA, NCBI, I-95, NATSCI, Abby News, Norfolk Wildlife e Tricurioso.