As corujas são aves de rapina pertencentes à ordem dos Strigiformes. Primeiramente, a maior parte das aves tem hábitos noturnos e podem viver em todos os continentes e todos os tipos de ambiente. Entretanto, não há corujas na Antártida.
Cerca de 210 espécies da ave são conhecidas atualmente, sendo que, sobretudo, 24 delas estão no Brasil. Entre as espécies nativas do nosso país, existem pequenas de apenas 60 g até outras maiores que chegam a até 1 kg.
Fisicamente, as aves podem variar de pelagens em tons marrons, cinzentas e brancas. Além disso, podem apresentar listras ou manchas.
Famílias de corujas
Strigidae: contêm praticamente todas as espécies de corujas conhecidas. A mais popular deste grupo encontrada no Brasil é a coruja buraqueira (Athene cunicularia). Diferente da maioria das espécies, ela possui hábitos diurnos.
Tytonidae: esta família inclui apenas uma espécie, a coruja-da-igreja (Tyto furcata). Apesar de incluir apenas uma espécie, ela é popular em todos os continentes, inclusive no Brasil.
Características
As corujas possuem olhos grandes voltados para a frente da cabeça. Entretanto, ela também é capaz de ver ao redor de si, já que consegue girar a cabeça em até 270 graus. Apesar de enxergarem muito bem na noite, não conseguem ver se não houver nenhuma fonte de luz.
Além de enxergar bem, as corujas também possuem boa audição. Isso porque elas também precisa ouvir bem para conseguir caçar. Muitas vezes, as presas são percebidas por conta dos ruídos que provocam ao mover.
Para colaborar com a caça, conseguem voar de maneira silenciosa. As corujas possuem plumagens macias que reduzem o ruído da batida das asas e deixam o ar fluir livremente pelo corpo. As penas também são lubrificadas e impermeáveis.
Alimentação e caça
A maioria das espécies se alimenta de vertebrados pequenos, como ratos, camundongos ou mesmo coelhos. Por outro lado, também há espécies que consomem aves menores ou insetos. Para se alimentar, as corujas contam com bicos curvos e garras extremamente fortes, com unhas afiadas e encurvadas.
Geralmente, as presas são engolidas inteiras. Por isso, logo após digerir grande parte do alimento, as aves regurgitam partes como peles, ossos e carcaças.
Por se alimentarem de animais pequenos que podem ser considerados pragas, em alguns ambientes, elas são importantes para evitar superpopulações e manter o equilíbrio das comunidades.
Ainda que estejam próximo do topo da cadeia, essas aves também pode ser atacadas por outros animais. Entre seus predadores estão outras aves de rapinas ou alguns mamíferos. Para se defender, a coruja pode eriçar as penas para parecer maior, fazer sons de ataque ou voar sobre o predador para tentar intimidá-lo.
Reprodução
As corujas se reproduzem durante a primavera, em regiões de climas temperados, ou ao longo do ano todo, nos trópicos. Geralmente os machos são menores que as fêmeas, mas são responsáveis por escolher o local da reprodução.
Antes da cópula, o macho oferece um presente para a fêmea. O presente consiste numa presa morta, capturada apenas para esse momento. Além disso, caso a fêmea aceite o presente, o macho pode prosseguir com o acasalamento.
Por fim, uma coruja pode botar de 3 a 5 ovos, que demoram de 20 a 30 dias para chocar. Os ovos não costumam ser colocados em ninhos, mas sim em buracos no chão ou tocas de outros animais. Logo após o nascimento, os filhotes são cuidados por macho e fêmea, em conjunto.
Curiosidades
Generosidade: os filhotes de corujas-das-torres são muitos generosos entre si. É comum que eles compartilhem alimentos com criaturas menores e mais famintas, especialmente quando são filhotes.
Canto: as aves são capazes de se comunicar por meio de seu canto, comunicando necessidades e desejos. Além dos cantos, também se comunicam por trinados, latidos e pios, de acordo com o que querem dizer.
Voo: o voo da coruja é tão incrível que é estudado por engenheiro aeronáuticos, que tentam reproduzir o voo silêncio em máquinas.
Hábitos diurnos: apesar de conhecidas por serem prioritariamente noturnas, é normal que algumas espécies fiquem ativas durante o dia, especialmente se estiverem estressadas ou famintas.
Nômades: a maioria das espécies não migra, mas algumas podem se tornar nômades se uma região tiver poucos alimentos.
Corujas brasileiras
No total, existem 22 espécies de corujas em todos os biomas do Brasil, sendo que algumas delas estão apenas em determinadas regiões. Diante disso, é necessário políticas de preservação ambiental e de conservação dessas espécies tão únicas da nossa fauna.
Em resumo, as principais corujas brasileiras são:
- coruja-buraqueira (Athene cunicularia);
- coruja-listrada (Strix hylophila);
- caburé-miudinho (Glaucidium minutissimum);
- corujinha-sapo (Megascops atricapilla);
- murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix koeniswaldiana);
- caburé-do-pernambuco (Glaucidium mooreorum);
- caburé-da-amazônia (Glaucidium hardyi);
- corujinha-de-roraima (Megascops guatemalae);
- corujinha-orelhuda (Megascops watsonii);
- corujinha-relógio (Megascops usta).
Além disso, uma das espécies de coruja mais conhecidas no Brasil é a coruja-buraqueira. Essa coruja diferencia-se da maioria das espécies por ser diurna.
Por fim, não constroem ninhos, e sua característica marcante é a nidificação em buracos no solo. Esses buracos, geralmente, são feitos por outros animais, como os tatus, e a coruja-buraqueira os amplia utilizando os pés.
Simbologia das corujas
Muitas pessoas acreditam que avistar uma coruja é sinal de azar, associando o animal à morte e bruxaria. Em contraste, outra parcela da população associa o animal ao conhecimento e a sabedoria.
Foi na Grécia Antiga que as corujas foram associadas ao conhecimento e a sabedoria. O principal motivo é que o animal era companheiro inseparável da deusa Atena.
Além disso, muitas tribos ao redor do mundo consideravam o bicho um espírito protetor dos homens. No Brasil, por exemplo, algumas tribos indígenas consideram elas sagradas.
Já a associação do animal ao mau agouro – e tudo de mais de ruim – se deve ao fato desses animais serem noturnos – pelo menos a maioria – e com uma vocalização considerada sombria.
Além do mais, algumas tribos indígenas antigas da América do Norte acreditavam que essas aves eram mensageiras de morte e doenças. Outras culturas acreditavam que as corujas eram emissárias de bruxas. Enfim, no Oriente Médio, elas são associadas à morte e destruição.
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Fontes: Info Escola, Britannica, Definição, Último Segundo, Canal do Pet
Imagens: BioDiversity4All