Dianus Lucifero – História do deus das bruxas associado ao diabo

Dianus Lucifero foi um importante símbolo da mitologia strega e, mais tarde relacionado à figura de Satanás, com o nome Lúcifer.

Dianus Lucifero - história do deus das bruxas associado ao diabo

Dianus Lucifero era um antigo deus cultuado pelas bruxas italianas. Conhecido por ser Portador da Luz e Senhor das Estrelas Matutina e Vespertina, ele também foi associado ao diabo da mitologia cristã.

A ligação com a luz e com as estrelas também vinha da associação com Vênus, especialmente por sua proximidade com o Sol. Além disso, o nome Dianus está ligado diretamente à sua mãe e consorte, a Deusa Diana.

Seu nome provém do latim Luxferres, Portador da Luz, que acabou sendo transformado em Lúcifer. Apesar disso, também pode ser conhecido como Estrela da Manhã, Filho da Alva, O Que Brilha ou O Que Traz Luz.

Aspectos de Dianus Lucifero

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La Stampa

Apesar de ser apenas um, o deus Portador da Luz pode ser definido em três aspectos diferentes.

  • Senhor das Florestas Selvagens e Deus da Fertilidade, da Sexualidade, da Vida e da Morte: nessa versão o deus tem a forma de um Cervo, ainda que seja diretamente associado aos Faunos, homens-bode.
  • Senhor dos Campos e das Plantações; Rei da Colheita e Senhor da Flora: esse aspecto traz uma versão de Dianus Lucifero encapuzado, próximo ao Homem Verde celta. Sendo assim, é ligado ao ciclo da vida e do renascimento representado nas plantas.
  • Senhor da Sabedoria e Guardião dos Santuários: o terceiro aspecto da divindade refere-se a uma versão de ancião, dotado de todo o conhecimento.

Dianus Lucifero na mitologia

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Mortuus In Somnis

Segundo a mitologia strega – cultuada pelas bruxas italianas –, Dianus Lucifero surgiu da Grande Mãe Diana. Logo após a separação da entidade em Masculino e Feminino, e Luz e Escuridão, o descendente surgiu como seu consorte, filho e irmão.

A princípio, a deusa tentou fazer com que sua nova criação demonstrasse algum desejo sexual, mas o plano foi frustrado. Sendo assim, ela acabou partindo para um plano de traição por meio da magia, roubando-lhe o sêmen.

O nome de Dianus Lucifero também é comumente associado ao do deus Apolo, também conhecido como Portador da Luz. Além disso, as duas figuras compartilham laços sanguíneos com Diana, são reconhecidos pela beleza e ligados à vênus.

Entretanto, Lúcifer é encarado como uma versão do deus grego Éosforo, ou Fósforo, que significa Estrela da Manhã. O deus é filho de Eos, Deusa da Aurora, e irmão de Héspero, a Estrela Vésper.

Lúcifer e o diabo

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WSJ

Nas primeiras versões da bíblia, o nome Lúcifer não é mencionado nenhuma vez. Somente a partir do século IV a.C., a tradução de Jerônimo introduziu a palavra, como sinônimo para Anjo de Luz. A menção, no entanto, não faz referência ao diabo ou a Dianus Lucifero, mas sim a um rei babilônio.

Sendo assim, o nome não tinha associação com o diabo e era, inclusive, muito utilizado pros cristãos. Na cultura católica, por exemplo, é possível encontrar o nome de São Lúcifer de Cagliari, bispo de Cagliari elevado a santo cristão.

Eventualmente, a passagem bíblica de Isaías 14:12 – “Como caíste desde o céu, ó lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!” – passou a conter interpretações que faziam alusão à queda de Satanás ao inferno.

Paraíso Perdido

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Dickinson

Em 1667, John Milton publicou o livro Paraíso Perdido, inspirado no livro de Gênesis. A história passa por dois arcos narrativos principais, sendo um deles sobre o confronto de Lúcifer com Deus, e o outro sobre Adão e Eva.

Em vários pontos do texto, a Guerra Angélica é revisitada, com narrações apresentadas de várias perspectivas diferentes. Após três dias de embate, as forças dos anjos derrotam os aliados de Satanás – ou Lúcifer –, expurgados do céu. Em seguida, Deus decide criar o mundo, terminando com sua criação favorita: A dão e Eve.

Banido no inferno, então, Lúcifer utiliza sua retórica para mover os seguidores, incluindo demônios como Mammon, Belzebu, Belial e Moloch. Logo após o debate, os demônios decidem corromper a recente criação de Deus, a humanidade, e parte para o Jardim do Éden.

Diferente da versão bíblica, Adão e Eva de John Milton são apresentados numa versão mais doméstica. Ainda que distantes do pecado, eles mantêm uma relação que passa por nuances de romance, paixão e sexo. É aí, então, que surge Lúcifer, disfarçado de serpente, para colocar em prática seu plano de tentação. Isso porque deus havia dado a liberdade ao casal, desde que eles não comesse o fruto da árvore do conhecimento.

Culpa e condenação

Dianus Lucifero - história do deus das bruxas associado ao diabo

Public Domain Reviewreconhecendo que os dois estão diretamente ligados. Apesar do momento ser seguido de uma sessão de sexo tomado de luxúria e prazer, os dois são acometidos com pesadelos terríveis e um forte sentimento de culpa.

Ao mesmo tempo, Lúcifer retorna para o inferno, onde celebra a queda da humanidade ao lado dos outros anjos caídos. No entanto, durante a celebração eles são tomados por uma maldição e tornam-se cobras, sem membros ou capacidade de falar.

Na Terra, Eva tenta conquistar o perdão de Deus e recebe uma visita do Arcanjo Miguel. O casal, então, assiste a tudo o que vai acontecer com a humanidade até o Grande Dilúvio, mas descobre o potencial de redenção do pecado original a partir dos atos e da vida do Rei Messias, Jesus.

Fontes: O Chamado dos Monstros, Dez Mil Nomes, EL

Imagens: La Stampa, Mortuus In Somnis, WSJ, Dickinson, Public Domain Review, Aquamari

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