Em muitas culturas, o dilúvio trata-se de uma vingança dos deuses à raça humana por seu mau comportamento diante das leis divinas. Para os cristãos, por exemplo, a Bíblia conta como Deus puniu a humanidade, no livro de Gênesis.
A má conduta do ser humano fez com que Deus punisse a espécie humana inundando toda a Terra. O ser escolhido foi Noé e sua família. Então, ele deve perpetuar a espécie e ser o fundador de uma raça ou nação.
Dilúvio e a arca de Noé
Segundo a Bíblia cristã, Noé é avisado por Deus para construir uma arca onde ele deve introduzir um par de cada animal porque ele vai inundar a terra devido à maldade do homem.
Com efeito, Noé com sua esposa e filhos, entram na arca onde habitam durante a tempestade, que dura 40 dias e 40 noites.
Após o fim das chuvas, Noé e sua família selam um pacto com Deus e se instalam nos arredores do Monte Ararat, na atual Armênia.
Dilúvio em outras culturas
Dilúvio mesopotâmico de Gilgamesh
O conto bíblico vem de outro anterior e distante – o babilônico. Anteriormente, as religiões politeístas que governavam e dominavam o “Crescente Fértil” que incluía a Mesopotâmia, parte da Síria e Turquia, entre outros lugares.
Eles desenvolveram e expandiram a ideia de dilúvio universal no poema de Gilgamesh e suas variantes. Neste poema, os deuses puniram a humanidade, mas uma dica de outro deus menor salvou o ser humano.
Segundo o mito, o herói da história é Utnapishtim (o Noé do Poema de Gilgamesh). Utnapishtim conta como Ea (equivalente ao deus sumério Enki) o alertou sobre o plano dos deuses de destruir toda a vida através de um grande dilúvio e o instruiu a construir um navio no qual ele pudesse salvar sua família, seus amigos e sua riqueza e seus bens.
Após o dilúvio, os deuses se arrependeram de suas ações e tornaram Utnapishtim imortal.
Dilúvio na mitologia suméria
Os sumérios, nas tabuinhas de Nippur, falaram do dilúvio universal e criaram o primeiro herói sobrevivente desse desastre, Ziusudra. Os deuses, cansados de seu barulho e comportamento, decidiram eliminar os humanos.
Contudo, Enki, criador do ser humano, recusou-se a permitir essa destruição entrando em contato com Ziusudra e ordenando que ele construísse um barco e se refugiasse com todas as espécies animais até o desaparece temporariamente e eles podem retornar à terra firme.
Dilúvio na mitologia persa
Na mitologia persa, o deus Ahura Mazda ordena que o primeiro homem, Jamshid, se esconda em uma caverna com seus melhores homens, animais e plantas, porque o mundo será destruído por um dilúvio por Ahriman, o deus do mal.
Díluvio na mitologia fenícia
Para os fenícios, a memória do dilúvio universal é muito vaga. Em suma, a história conta que os deuses Baal e Kusor devem concordar em consertar o céu e a terra a pedido de Aleyín (filho de Baal), então que não inundam a terra novamente.
Dilúvio na mitologia hindu
Nos Vedas hindus há a história de Manu, um rei da Índia, que é avisado por um avatar do deus Vishnu que assume a forma de um enorme peixe e ordena que ele construa um barco com o qual ele é salvo da destruição.
Curiosamente, nesta história do dilúvio, a água não vem das nuvens, mas é um dilúvio oceânico vindo do fundo do universo.
Dilúvio na mitologia grega
Na Grécia antiga também existe um mito do dilúvio pelo qual Zeus decide destruir a humanidade com um cataclismo baseado na água como punição por ter aceitado o fogo de Prometeu, ele avisa Deucalião e sua esposa Pirra para construir um barco e pode ser salvo do desastre.
O navio de Deucalião parou no monte Parnaso, onde o oráculo de Têmis ordenou que se atirassem pedras. As pedras lançadas por Deucalião tornaram-se homens e aquelas lançadas por Pirra tornaram-se mulheres.
Dilúvio na mitologia maia
Para os maias, o deus Uk’u’x Kaj decide acabar com a humanidade por meio de um dilúvio. Com efeito, este dilúvio universal significou um julgamento prévio, pois no futuro viria outro baseado no fogo.
Dilúvio na mitologia chinesa
Nas histórias da China, o deus maligno Kong-Kong derruba com a cabeça uma das colunas que sustentam a abóbada do céu, que é perfurada, e derrama milhões de litros sobre os habitantes do mundo, matando quase todos.
Hipótese histórica
Por fim, há também a hipótese de que as histórias de inundações globais foram inspiradas por observações antigas de conchas e fósseis de peixes em áreas interiores e montanhosas.
Os antigos gregos, egípcios e romanos documentaram a descoberta de tais vestígios nesses lugares; os gregos levantaram a hipótese de que a Terra havia sido coberta por água em vários momentos, citando conchas do mar e fósseis de peixes encontrados no topo das montanhas como evidência dessa ideia.
Fontes: Aventuras na História, JW
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