Em primeiro lugar, os doze trabalhos de Hércules surgiram como consequência de uma briga no casamento entre Zeus e Hera. Basicamente, Hércules é um semideus, fruto de um relacionamento extraconjugal de Zeus com Alcmena, uma de suas amantes. Entretanto, a mitologia narra que o deus dos trovões assumiu a forma humana do marido de sua amante, enganando-a.
Desse modo, quando o esposo de Alcmena descobriu, ele decidiu queimá-la em uma pira como vingança por sua honra. Contudo, Zeus interveio e impediu que isso acontecesse. Como consequência, Hera sentiu-se enfurecida e com ainda mais ciúme por toda a situação.
Apesar disso, o deus dos deuses decidiu proclamar seu filho, além de afirmar que o próximo filho que nascesse na casa de Perseu seria coroado rei de Micenas. Em outras palavras, havia decidido proclamar Hércules como filho legítimo e rei. Porém, Hera decidiu se vingar, fazendo com que seu filho Euristeu nascesse prematuramente e assumisse o trono.
Ainda que Zeus tenha ficado enfurecido, nada pôde fazer nesse sentido. Eventualmente, Hércules nasceu e foi perseguido por Hera desde o início, pois ela não desejava conviver com o fruto da traição de seu marido. Nesse sentido, cabe citar que a deusa armou incontáveis armadilhas, inclusive enviar duas serpentes para matar Hércules em seu berço.
Todavia, Hércules conseguiu escapar de todas as investidas, mas sucumbiu a uma investida de Hera. Desse modo, a deusa faz com que o herói do Olimpo tenha um acesso de raiva e assassine a própria esposa, assim como seus filhos.
Simbolismo da mitologia de Hércules
Porque estava arrependido, Hércules decide ir atrás do Oráculo de Delfos para saber como se redimir. Desse modo, recebe a orientação de que deveria servir Euristeu por doze anos, e que ele deveria estabelecer doze trabalhos como penitência pelo assassinato. Sendo assim, surgiram as doze trabalhos de Hércules.
Porém, cabe citar que Euristeu temia que Hércules lhe roubasse o trono, e por isso, dificultou todas as tarefas para que fracasse. Por outro lado, seguia as orientações de Hera, que também estava contra o sucesso do herói.
No geral, a mitologia acerca dessas tarefas simboliza uma jornada de redenção do ser humano enquanto indivíduo imperfeito. Ou seja, uma trajetória que vai além da penitência e apresenta os valores da coragem, altruísmo e determinação. Mais do que se redimir pelos erros cometidos, Hércules passa por uma missão de se provar enquanto herói digno do Olimpo.
Sobretudo, como filho de Zeus e inimigo de Hera, o herói enfrenta incontáveis desafios para sobreviver. Ademais, a penitência cumprida por meio das doze trabalhos de Hércules são um arco de amadurecimento e desenvolvimento do semideus também enquanto mortal. Como consequência, foi instaurado na sociedade como um conjunto de lições acerca da natureza humana.
Quais são as doze trabalhos de Hércules?
1) Matar o Leão de Nemeia, a primeira das doze trabalhos de Hércules
A princípio, a primeira tarefa dentre as doze trabalhos de Hércules envolveu matar o Leão de Nemeia. Nesse sentido, essa besta mitológica era filha dos monstros Equidna e Tifão, e causava incontáveis problemas na região de Nemeia.
Porém, Hércules se envolveu em várias batalhas sangrentas contra o animal até conseguir matá-lo, utilizando da razão ao invés da força. Para além disso, transformou o pelo indestrutível do leão em uma túnica e utilizou a cabeça como capacete, de modo que sempre se lembrasse de usar a razão.
2) Matar a Hidra de Lerna
Logo em seguida, Euristeu desafia Hércules a matar outro monstro mitológico, mas dessa vez se trata da Hidra de Lerna. Também filha de Equidna e Tifão, essa criatura apresentava um corpo de dragão e nove cabeças que se regeneravam.
Apesar disso, Hércules conseguiu matar a fera com a ajuda de Iolau, um herói divino de Tebas. Desse modo, o tebano impediu a regeneração das cabeças da fera ao queimar as feridas com brasa. Consequentemente, Hércules conseguiu realizar ataques certeiros que a matou. Entretanto, Euristeu desconsiderou seu feito, porque o irmão obteve ajuda na conclusão da tarefa.
3) Capturar o Javali de Erimanto
Em primeiro lugar, o Javali de Erimanto era um monstro mitológico que atormentava a região de Erimanto, localizada ao noroeste de Arcádia. Nesse sentido, outra das doze trabalhos de Hércules envolveu perseguir o animal incansavelmente.
Porém, era necessário capturá-lo vivo. Em resumo, o herói consegue cumprir a tarefa e aterroriza Euristeu quando o rei de Micenas vê a besta mitológica pessoalmente.
4) Capturar a Corsa de Cerinéia, a missão de um ano dentre as doze trabalhos de Hércules
Basicamente, a terceira tarefa de Hércules envolvia capturar a corça de Cerinéia. Desse modo, cabe explicar que o animal mitológico era uma espécie de viado com chifres de ouro, patas de bronze e que conseguia correr muito rapidamente.
Para compreender melhor o nível de dificuldade, Hércules passou um ano inteiro buscando capturá-la. Entretanto, eventualmente capturou o animal pelos chifres e o levou a Euristeu. Apesar disso, a deusa Artémis ficou furiosa ao saber que ele havia roubado um animal sagrado de suas florestas, e o herói teve que prometer e cumprir na devolução do animal vivo.
5) Expulsar as aves do Lago Estínfale
Primeiramente, essa missão faz parte das viagens que o herói teve que fazer a fim de cumprir as doze trabalhos de Hércules. Nesse sentido, teve que enfrentar aves ameaçadoras que estavam aterrorizando vilas diversas. Porém, cada animal possuía bicos e calcanhares de bronze, tornando-as ameaçadoras.
Apesar disso, Hércules utilizou de fechas envenenadas com o sangue da Hidra. Para além de matar algumas aves, foi capaz de afugentar as outras permanentemente e concluir a tarefa.
6) Limpar os estábulos do Rei Áugias
No geral, estima-se que cerca de 1000 gados viviam sobre o comando do rei Áugia, que além disso nem ao menos limpava o local. Desse modo, haviam boatos afirmando que os estábulos haviam sido limpos somente 30 anos antes de Euristeu delegar essa tarefa para Hércules.
Sendo assim, o herói do Olimpo partiu para sua jornada e também propôs um acordo para o rei. A princípio, se ele conseguisse limpar o estábulo em um dia, poderia levar consigo uma parte do rebanho. Porque estava incrédulo sobre a execução dessa tarefa ser possível, o rei Áugia aceitou, mas Hércules foi mais inteligente.
Em resumo, utilizou de sua força para desviar dois rios e atravessá-los pelo estábulo. Desse modo, a corrente de água carregou a sujeira e facilitou a conclusão da tarefa. Porém, Euristeu não aceitou a artimanha, afirmando que ele havia trapaceado.
7) Capturar o Touro de Creta, a jornada das doze trabalhos de Hércules
Em primeiro lugar, o Touro de Creta é uma besta mitológica que surgiu quando Poseidon decide se vingar do rei Minos, da Ilha de Creta. Porque o mortal tenta passar o deus dos mares para trás, a divindade se vinga transformando o touro dócil que havia sido enviado como oferenda em uma besta terrível.
Sendo assim, Euristeu envia seu irmão em mais uma das doze trabalhos de Hércules. Porém, solicita que ele atravesse o mar Egeu em uma travessia de mais de 100km e traga o Touro de Creta vivo para Micenas. Eventualmente, após dias desafiadores e uma viagem exaustiva, Hércules consegue cumprir a tarefa. Ademais, o monstro mitológico acaba sendo solto posteriormente.
8) Capturar os Cavalos de Diomedes
Resumidamente, Diomedes era o rei da Trácia, um semideus filho de Ares que possuía quatro ferozes e carnívoros cavalos em seu domínio. No geral, esse rei cruel alimentava os animais com a carne dos estrangeiros que visitavam suas terras. Desse modo, Euristeu enviou Hércules para outra de suas doze trabalhos com a missão de capturar as éguas selvagens desse rei.
Apesar do nível de dificuldade, o herói utilizou da carne de Diomedes para alimentar os animais. Consequentemente, as feras ficaram mais dóceis e puderam ser levadas ao reino de Micenas.
9) Obter o cinto de Hipólita
Em primeiro lugar, com essa missão entre as doze trabalhos de Hércules, seu irmão Euristeu desejava principalmente obter o cinto da rainha das amazonas. Nesse sentido, Hipólita carregava-o como um totem de sua posição hierárquica, mas o rei micênico queria dá-lo de presente para sua filha.
Além disso, existem versões que afirmam que Hipólita entregou voluntariamente o cinto, porque havia ouvido a respeito das missões de Hércules e sua coragem. Por outro lado, alguns mitos contam que ela foi incitada por Hera a enfrentá-lo, mas acabou falecendo na batalha e perdendo o cinto de qualquer modo.
10) Capturar os Bois de Gerião
Basicamente, Gerião era o nome de um gigante de três cabeças e três corpos que tinha um grandioso número de bois na ilha de Erítia. Ademais, tinha um cão chamado Eurítion, um pastor monstruoso com várias cabeças.
Sendo assim, Hércules foi encarregado em sua décima tarefa para capturar os bois. Porém, teve que matar o cão e o gigante utilizando a própria arma de Gerião no processo. Por fim, entregou os animais a seu irmão.
11) Obter as Maçãs de Ouro do jardim das Hespérides
A princípio, a penúltima entre as doze trabalhos de Hércules parecia fácil, pois o herói apenas precisava apanhar algumas maçãs. Entretanto, o jardim da Herpérides era vigiado por uma dragão com cem cabeças, chamado de Ládon. Além disso, a localização desse jardim era um mistério, o que acabou tornando a missão ainda mais longa e complicada.
Porém, Hércules decide pedir ajuda a Atlas, conhecido na mitologia grega como o pai e criador das Hespérides. Nesse sentido, cabe contextualizar que Atlas é o titã que foi castigado por Zeus com a missão de carregar o céu em seus ombros. Desse modo, ambos tratam um acordo onde Hércules substitui o lugar do titã enquanto ele captura as maçãs de ouro.
Eventualmente, o titã retorna como prometido, mas Hércules sofre para sustentar o céu sobre suas costas. Em especial por ser um semideus, ou seja, apresentar uma parcela humana e frágil. De qualquer modo, completa a missão e retorna para Micenas com as maçãs.
12) Capturar o Cérbero, o cão do submundo e a última das doze trabalhos de Hércules
Por fim, Euristeu tenta um último artifício para fazer com que Hércules fracasse. Desse modo, na ultima das doze trabalhos de Hércules, seu irmão o envia até o submundo para que capture e retorne ao mundo dos mortais com o Cérbero.
Basicamente, o Cérbero era o cão de guarda do reino de Hades, ou seja, ficava entre os portões determinando quem poderia entrar ou sair. Além disso, se apresentava como uma criatura temível, mas que Hércules conseguiu dominar após um desafio do deus da morte. Sendo assim, o herói do Olimpo retorna para Micenas com o monstro mitológico e conclui sua jornada.
Eventualmente, o Cérbero é retornado para Hades, especialmente porque Euristeu sente medo do animal e não encontra uma função para ele em seu reino. De qualquer modo, esse episódio representa o ápice da coragem de Hércules, pois ocorre uma jornada completa aos submundo.
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Fontes: Mitologia Grega BR | Hipercultura | InfoEscola
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