Se você conhece alguma fábula, certamente já deve ter mergulhado nessas histórias cheias de imaginação e sabedoria. Em suma, fábulas são histórias que apresentam animais, plantas, criaturas lendárias, objetos inanimados ou forças da natureza que são antropomorfizadas (dadas qualidades humanas). Além disso, as fábulas são famosas porque sempre têm uma lição moral subjacente que é aprendida através da leitura da história.
Aliás, alguns dos autores mais conhecidos são Esopo e La Fontaine. Desse modo, fábulas são contadas para crianças de todo o mundo. Seus temas simples os tornam fáceis de entender e ajudam a ensinar valiosas lições de vida. Confira aqui as fábulas mais famosas de todos os tempos!
15 fábulas famosas com moral
1. A Lebre e a Tartaruga
Uma lebre estava zombando de uma tartaruga por se mover tão devagar. A tartaruga, cansada das zombarias da lebre sobre o quão lento ela estava em seus pés, acabou desafiando a lebre para uma corrida.
“Vou correr com você, lebre”, disse ele; ‘e aposto que vou ganhar a corrida.’ A lebre concordou com este desafio. Quando a corrida começou, a lebre saltou na frente, fazendo um bom progresso.
Aliás, ela estava tão à frente da tartaruga que decidiu que podia se dar ao luxo de parar e descansar. A tartaruga estava tão atrás que um pouco de descanso não faria mal!
No entanto, a lebre adormeceu profundamente e, enquanto ele dormia, a tartaruga continuou a se arrastar em seu ritmo lento. Com o tempo, ela alcançou a linha de chegada e venceu a corrida.
Moral: Devagar se vai longe.
2. O Leão e o Mosquito
Um leão ficou com raiva de um mosquito que não parava de zumbir ao redor de sua cabeça, mas o mosquito não deu a mínima.
— Você está achando que vou ficar com medo de você, só porque você pensa que é rei? — disse ele altivo e em seguida voou para o leão e deu uma picada ardida no seu focinho.
Indignado, o leão deu uma patada no mosquito, mas a única coisa que conseguiu foi arranhar-se com as próprias garras.
O mosquito continuou picando o leão, que começou a urrar como um louco.
No fim, exausto, enfurecido e coberto de feridas provocadas por seus próprios dentes e garras, o leão se rendeu.
O mosquito foi embora zumbindo, para contar a todo mundo que tinha vencido o leão, mas entrou direto numa teia de aranha. Ali, o vencedor do rei dos animais encontrou seu triste fim, comido por uma aranha minúscula.
Moral: muitas vezes, o menor dos inimigos é o mais importante.
3. A Gansa dos Ovos de Ouro
Um homem e sua mulher tinham a sorte de possuir uma gansa que todos os dias punha um ovo de ouro. Mesmo com toda essa sorte, eles acharam que estavam enriquecendo muito devagar, que assim não dava …
Imaginando que a gansa devia ser de ouro por dentro, resolveram matá-la e pegar aquela fortuna toda de uma vez. Todavia, quando abriram a barriga da gansa, viram que por dentro ela era igualzinha a todas as outras.
Foi assim que os dois não ficaram ricos de uma vez só, como tinham imaginado, nem puderam continuar recebendo o ovo de ouro que todos os dias aumentava um pouquinho sua fortuna.
Moral: A ambição sem paciência pode levar à ruína.
4. A Cadela e a Carne
Uma Cadela levava na boca um pedaço de carne quando, ao passar por um riacho, viu a sua imagem refletida na água. No reflexo, a carne parecia muito maior.
Então a cadela soltou a carne que levava entre os dentes para tentar pegar a que via na água. Assim, acabou ficando sem as duas carnes. Sem a do reflexo, que não existia, e sem a verdadeira, que foi levada pela correnteza.
Moral: As ambições só são saudáveis na medida em que não arriscam aquilo que já possuímos.
5. O Leão e o Asno
O Asno, simplório e ignóbil, encontrou-se com o Leão em um caminho e, presunçoso, atreveu-se dizendo: — Saia do meu caminho e vá embora!
O Leão parou, observando a grande ousadia, mas prosseguiu seu caminho, dizendo: — Seria muito fácil matar esse torpe e desfazer-me dele; porém não quero nem sujar meus dentes, nem minhas unhas, em carne tão bestial e fraca.
E assim passou, sem prestar mais atenção no Asno.
Moral: Os homens nobres não perdem tempo com ninharias.
6. O Leão e o Rato
Um Leão estava dormindo enquanto alguns ratos brincavam à sua volta. Em um dado momento, pularam em cima dele, acordando-o. O Leão pegou um deles com a intenção de matá-lo, mas, como o Rato pediu com muita insistência para que fosse poupado, o Leão acabou o soltando.
Pouco tempo depois, o Leão caiu em uma rede que os caçadores haviam armado e, apesar de toda a sua força, não conseguiu se libertar.
O Rato, quando soube do que havia acontecido, foi até o local da armadilha e, com muito empenho, começou a roer as cordas, até que, rompendo a armadilha, o Leão ficou livre, como recompensa pela misericórdia que tivera.
Moral: O poder não é absoluto. Às vezes, os poderosos precisam da ajuda dos mais fracos para sobreviver.
7. O Corvo e a Raposa
Um Corvo roubou um pedaço de queijo e fugiu para a copa de uma árvore. Logo que a Raposa o avistou, ela ficou com água na boca e desejou pegar o queijo para ela.
Então ela ficou plantada em frente à árvore e começou a elogiar o Corvo, dizendo: — Como você é belo, gracioso, gentil. Porém, aposto que o teu canto é ainda mais majestoso e que, quando você canta, nenhum pássaro pode ser comparado contigo.
O Corvo, lisonjeado, foi ensaiar um canto quando, ao abrir o bico, deixou cair o pedaço de queijo. A Raposa abocanhou o petisco e disse ao Corvo: “Se você também tivesse inteligência, não lhe faltaria nada para ser o rei de todos nós”.
O Corvo, por sua vez, ficou com fome, saboreando apenas a sua ignorância.
Moral: A vaidade excessiva é irmã da ignorância.
8. O Leão e os outros animais
Quando o Leão estava já bem velho e doente, um Javali aproximou-se dele e começou a lembrar de todo o mal que o Leão havia lhe feito. Depois, deu-lhe uma forte pancada com a tromba e foi embora.
Mais tarde, veiou um Touro e deu um golpe com os chifres no Leão. E assim muitos outros animais, dizendo vingar-se, maltrataram o Leão. Por fim veio um Asno e deu dois coices no Leão, fazendo com que o felino caísse com a face na terra.
O Leão, muito triste, disse: — Já se foi o tempo em que todos esses animais tremiam com apenas um rugido meu. Não havia nenhum animal, por mais forte que fosse, que não fugisse quando se deparava comigo.
Agora que estou velho e fraco, todos arranjam uma desculpa para querer se vingar.
Moral: Os covardes só atacam os fracos.
9. A Rã e o Boi
Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu tal inveja do tamanho dele que começou a inflar para ficar maior. Então, outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais. Depois, repetiu a pergunta: – Quem é maior agora? A outra rã respondeu: – O boi. A rã ficou furiosa e tentou ficar maior inflando mais e mais, até que arrebentou.
Moral: Nunca tente parecer maior do que é.
10. O Lobo e o Cordeiro
Um cordeiro matava a sede em um regato cristalino. Um lobo faminto, procurando encrenca, ali chegou, guiado pela fome. – Como se atreve a turvar a água que bebo? Vou castigá-lo por esse desrespeito – disse o lobo, enfurecido.
– Mas, senhor – respondeu o cordeiro –, não fique tão nervoso; veja que estou bebendo mais de vinte passos abaixo do lugar em que o senhor está; logo, não é possível, de onde estou, turvar a água que chega ao senhor. – Problema seu – disse o lobo cruelmente. – Eu sei que você zombou de mim ano passado.
– Como pode ser, se eu nasci este ano e ainda estou mamando? – retrucou o cordeiro. – Se não foi você, foi seu irmão. – Mas eu não tenho irmão.
– Então foi um parente seu. E vocês não me ajudaram, nem vocês nem os pastores e seus cães. Bem que disseram que eu tinha de me vingar. E foi assim que, no meio da floresta, o lobo matou o cordeiro e o devorou, sem nenhum outro julgamento.
Moral: A razão do mais forte sempre vigora.
11. O Burro com Pele de Leão
Era uma vez um jumento que achou uma pele de leão no meio do campo:
“Com esta pele poderei vestir-me de leão e assustar os outros animais”, pensou entre risos.
O burro vestiu a pele do leão e vagou pelo campo disfarçado. Ao vê-lo, pessoas e animais correram aterrorizados. Eles pensaram que o burro era na verdade um leão!
Um dia, o burro ficou tão orgulhoso de sua conquista que soltou um zurro alto. Perto, havia uma raposa astuta que não podia ser enganada.
“Tire essa fantasia, seu burro atrevido”, disse a raposa. Você parece um leão, mas do jeito que você zurra, você só pode ser um burro.
Moral: Seja você mesmo, não finja ser o que você não é.
13. O Pastorzinho Mentiroso
Era uma vez um pastorzinho que cuidava de seu rebanho no alto do morro. Ele estava muito entediado e, por diversão, ocorreu-lhe fazer uma brincadeira com os aldeões. Depois de respirar fundo, o pastorinho gritou:
“Lobo, lobo!” Há um lobo perseguindo as ovelhas.
Os aldeões vieram correndo para ajudar o menino pastor e afugentar o lobo. Mas quando chegaram ao topo da colina não encontraram nenhum lobo. O pastorzinho riu quando viu seus rostos zangados.
“Não grite lobo, quando não há lobo nenhum”, disseram os aldeões, e desceram raivosamente a colina.
Depois de algumas horas, o pastorzinho gritou novamente:
“Lobo, lobo!” O lobo está perseguindo as ovelhas.
Os aldeões correram para ajudá-lo novamente, mas, vendo que não havia lobo, disseram severamente ao pastor:
“Não grite lobo quando não há lobo, faça isso quando um lobo está realmente perseguindo a ovelha.”
Mas o menino pastor ainda estava rolando de rir enquanto observava os aldeões descerem a colina mais uma vez. Mais tarde, o menino pastor viu um lobo perto de seu rebanho. Assustado, gritou o mais alto que pôde:
“Lobo, lobo!” O lobo persegue a ovelha.
Mas os aldeões pensaram que ele estava tentando enganá-los novamente, e desta vez eles não vieram em seu auxílio. Então, o pastorzinho chorou inconsolavelmente enquanto observava o lobo fugir com todas as suas ovelhas.
Ao pôr-do-sol, o pastorinho voltou à aldeia e disse a todos:
“O lobo apareceu na colina e escapou com todas as minhas ovelhas.” Por que não quiseram me ajudar?
Então os aldeões responderam:
— Teríamos ajudado, como fizemos antes; mas ninguém acredita em um mentiroso mesmo quando ele diz a verdade.
Moral: Na boca do mentiroso, o certo é duvidoso!
14. O Lobo Orgulhoso e o Leão
Um dia um lobo vagava por lugares solitários na hora em que o sol se punha no horizonte e, vendo sua sombra lindamente alongada, exclamou:
– “Como o leão vai me assustar com esse tamanho que eu tenho? Com trinta metros de comprimento, será muito fácil para mim me tornar o rei dos animais!”
E enquanto ele estava sonhando com seu orgulho, um leão poderoso caiu sobre ele e começou a devorá-lo. Então o lobo, mudando de ideia, disse:
– “A presunção é a causa da minha desgraça”.
Moral: Nunca valorize suas virtudes pela aparência com que seus olhos as veem, porque você facilmente se enganará.
15. O Corvo e o Jarro
Era uma vez um corvo sedento que voou por muito tempo em busca de água, até que encontrou uma jarra com um pouco do precioso líquido. A jarra tinha um gargalo longo e estreito e, por mais que tentasse, o corvo não conseguia alcançar a água com o bico.
Desesperado, o corvo pensou em derrubar o jarro e tirar a água antes que a terra a absorvesse, mas o jarro era tão pesado que não se movia com os esforços do pobre corvo.
Depois de um tempo, outra ideia lhe ocorreu; ele pegou algumas pedrinhas e as jogou na jarra, uma a uma. Assim, a cada pedrinha, a água subia um pouco mais alto, até que finalmente estava perto o suficiente para beber. Feliz, o corvo pegou a água e voou.
Moral: Para resolver problemas é preciso muita calma e engenhosidade.
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