Biólogos norteamericanos identificaram duas fêmeas de condores virgens que tiveram filhotes sem necessidade de um parceiro do sexo masculino. Sobretudo, se trata de dois exemplares da espécie condores-da-califórnia, em ameaça de extinção no país. Nesse sentido, a descoberta aconteceu em novembro deste ano e é um avanço para os estudos sobre partenogênese .
Posteriormente, o registro desse evento teve publicação na revista científica ournal of Heredity, da American Genetic Association. Ademais, a ONG responsável apresentou estudos e informações que esse fenômeno representam para o estudo biológico das aves. Acima de tudo, a San Diego Zoo Wildlife Alliance reforçou a surpresa em aprender que condores podem fazer reprodução assexuada.
Desse modo, vale relembrar que a noção de partenogênese e reprodução assexuada parecia um evento raro entre os vertebrados. No entanto, descobertas como essa mostram que existem seres multicelulares mais complexos no meio selvagem capazes de perpetuar a espécie independente da presença do parceiro. Como exemplo, pode-se citar ainda o Dragão de Komodo e o Tubarão-Martelo.
Curiosamente, a descoberta das fêmeas de condores virgens dando à luz surgiu por acaso, durante uma análise de rotina de amoras biológicas dessa espécie. Sobretudo, essa análise tem como objetivo de preservar as condores-da-califórnia que estão ameaçadas de extinção. Por fim, descubra mais sobre o caso a seguir:
Como as fêmeas de condores virgens deram à luz?
Em resumo, os cientistas responsáveis pelo monitoramento biológico concluíram a descoberta por meio de uma análise genética. Ou seja, percebeu-se que os filhotes tinham relação genética à fêmea que pôs o ovo de onde ele veio. Porém, não havia informação a nível celular da ligação com um macho da espécie.
A princípio, o trabalho dos cientistas não partiram da busca por informações sobre a partenogênese. Portanto, a descoberta foi uma surpresa porque previamente não se sabia que esse evento era possível na espécie. No geral, a partenogênese é extremamente rara em aves e acontece principalmente com as fêmeas não tem contato com machos.
No entanto, as espécies de fêmeas de condores virgens estavam em um ambiente com presença de machos. Entretanto, tiveram filhotes sem marcação genética masculina, ainda que tenham cromossomos sexuais no DNA. Basicamente, a partenogênese consiste no crescimento e desenvolvimento de um embrião sem necessariamente haver fertilização.
Desse modo, acontece em fêmea que procriam sem precisar da fecundação de um macho. Curiosamente, a expressão tem referência à deusa grega Atena, com o templo Partenon. Nesse contexto, diz respeito à criação de semideuses por ação espontânea, sem precisar do contato com homens humanos na mitologia.
Comumente, identifica-se a partenogênese em plantas agamospérmicas, invertebrados como pulgas e abelhas, e alguns poucos vertebrados. Dessa maneira, é mais comum que espécies reptilianas apresentem esse tipo de reprodução, como é o caso das salamandras, peixes e serpentes.
Ademais, uma característica básica dessa forma de reprodução é que tende a acontecer com indivíduos isolados. Por exemplo, no caso do Dragão de Komodo, é comum que essa espécie viva em ambientes isolados e ilhas oceânicas. Portanto, o contato com machos é mais difícil, também pelos poucos números de animais.
O que significa essa descoberta?
Como citado anteriormente, a partenogênese e reprodução assexuada é mais comum em animais específicos, sendo raro em aves. Também acontece mais com animais isolados e em extinção. Porém, no caso das fêmeas de condores virgens, elas estavam em contato com outros semelhantes, incluindo machos.
Sendo assim, a descoberta nessas espécies mostram um mecanismo adaptativo de sobrevivência dos condores-da-califórnia que estão em extinção. Ainda que os dois filhotes tenham morrido posteriormente, foram criados de forma tradicional, como acontece com as outras proles da espécie. Mais ainda, estima-se que ambas mães condores tiveram outros filhotes depois da partenogênese.
Em resumo, uma teve 11 filhotes e a outra teve 23 filhotes após acasalar com um macho ao longo de 20 anos. Ou seja, ainda houveram duas reproduções após a partenogênese. Portanto, não houve comprometimento do sistema reprodutivo da fêmea após a reprodução assexuada e morte de seus filhotes.
Acima de tudo, a descoberta permite com que os cientistas entendam o comportamento dessa ave. No geral, existem 500 exemplares dos condores-da-califórnia no sudoeste dos Estados Unidos e do México. Dessa maneira, torna-se possível analisar e acompanhar o comportamento das aves num esforço de preservá-las da extinção completa.
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