O Gato de Cheshire é um dos personagens mais intrigantes de Alice no País das Maravilhas, obra clássica de Lewis Carroll. Ele se destaca como um companheiro enigmático de Alice, fazendo apenas o que lhe convém. Apesar de sua natureza imprevisível, o gato tem um fascínio pra lá de particular por Alice e, ao longo da história, a auxilia em diversas circunstâncias.
Dentre as características mais marcantes do Gato de Cheshire, está é a habilidade de desaparecer, tanto parcial quanto completamente. Visualmente, ele é representado como um gatinho peludo e colorido, com uma pelagem com tons de roxo e azul, o que o torna bem excêntrico e único dentro do universo fantástico criado por Carroll.
E aí, vamos saber um pouco mais sobre esse personagem? Boa leitura!
Origem e história do Gato de Cheshire
O Gato de Cheshire é um dos personagens mais icônicos de Alice no País das Maravilhas e serve como uma espécie de guia enigmático para a protagonista. Ele começa sendo apresentado na história como o gato de estimação da Duquesa, surgindo pela primeira vez no capítulo seis, quando Alice observa um Peixe-Lacaio entregar um convite a um Sapo-Lacaio para a Duquesa.
Bastante curiosa, Alice decide entrar na casa, mas se depara com uma cena caótica: a cozinheira da Duquesa, em meio a uma nuvem de pimenta, atira pratos e frigideiras enquanto prepara uma sopa. O excesso de pimenta faz com que a Duquesa, seu bebê e até mesmo Alice comecem a espirrar incessantemente. Diante da situação, e bastante incomodada, Alice sai correndo da casa para se livrar do incômodo.
Um pouquinho mais tarde, Alice encontra o Gato de Cheshire em um bosque e pergunta se há algum lugar naquele mundo onde não exista gente maluca. O Gato, com seu característico sorriso, responde que todos são loucos, inclusive eles dois, e sugere que ela procure o Chapeleiro Maluco ou a Lebre de Março para seguir sua jornada.
Ao dar essas orientações à Alice o felino, em seguida, ele desaparece lentamente, deixando apenas seu sorriso flutuando no ar. Inclusive, essa é uma das características bem marcantes desse personagem: a forma como ele costuma desaparecer.
Além disso, saindo um pouco da obra de Lewis Carroll, é importante lembrar que a figura do Gato de Cheshire também está associada à expressão “sorrir como um gato de Cheshire”, que é bem comum na cultura inglesa. Há várias teorias sobre a origem dessa expressão. Uma das mais conhecidas vem do condado de Cheshire, na Inglaterra, bastante famoso por suas quintas leiteiras. Dizem que os gatos da região ficavam bem “sorridentes” ao se depararem com a abundância de leite e creme.
Por fim, outra versão sugere que a expressão se refere a um queijo tradicional de Cheshire, já que o corte se parece muito com um sorriso largo, semelhante ao do personagem de Alice no País da Maravilhas. Era costume deixar o “sorriso” do queijo por último, como se fosse um símbolo de sorte e felicidade.
Simbologia e realismo
O Gato de Cheshire é um dos personagens mais emblemáticos do universo de Alice, criado por Lewis Carroll. Com um ar de misticismo e o mistério, ele se destaca como um guia enigmático para a Alice. Assim como o Chapeleiro Maluco personifica a fantasia e os sonhos, o Gato de Cheshire simboliza a incerteza e a ambiguidade que Alice encontra ao longo de sua jornada.
Com seu famoso sorriso e frases enigmáticas, o Gato atua como uma figura que desafia Alice a questionar a realidade e a lógica ao seu redor. Ele lembra personagens como o Mestre dos Magos de Caverna do Dragão, que orientam os heróis em momentos críticos, mas sempre de maneira enigmática.
Essa natureza ambígua faz dele um ponto de apoio para Alice, ao mesmo tempo em que a leva a enfrentar desafios e perigos que, por vezes, parecem insuperáveis. A ambivalência do Gato é interpretada por estudiosos da literatura como um elemento essencial para o desenvolvimento da narrativa, funcionando como um verdadeiro catalisador dos acontecimentos.
Além de seu papel simbólico na obra de Carroll, o Gato de Cheshire também inspirou conceitos importantes fora da literatura. Em 2014, foi confirmada a hipótese do “Gato de Cheshire quântico”, proposta pelo físico Yakir Aharonov e publicada inicialmente por Jeff Tollaksen em 2010.
Diante disso, a ideia sugere que, assim como o Gato pode desaparecer e deixar apenas seu sorriso, na física quântica, um objeto pode se separar de uma de suas propriedades. Em experimentos com fótons, foi demonstrado que uma partícula pode seguir dois caminhos diferentes, representando o corpo do Gato e seu sorriso, chegando, então, a um ponto comum.
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Fontes: Fandom | Techenet | Saense | Por | Tattoolandia