Hemisférios do cérebro: o que a Ciência tem a dizer sobre isso?

A tese sobre os hemisférios do cérebro como determinante da personalidade humana foi derrubada há décadas, mas ainda é muito famosa.

Em primeiro lugar, a tese sobre os hemisférios do cérebro como grandes divisores da personalidade humana não tem apoio científico há algumas décadas. Desse modo, o mito de que o hemisfério esquerdo controla a lógica e o hemisfério direito controla a criatividade caiu por terra. Além disso, a perspectiva de que algumas pessoas tem algum dos lados mais desenvolvidos também tornou-se falsa.

No geral, o cérebro desempenha funções orgânicas fundamentais para o funcionamento dos outros sistemas. Desse modo, processa as informações dos cinco sentidos e trabalha no funcionamento de todos os órgãos. Mais ainda, é responsável pela manutenção do organismo como um conjunto.

Nesse sentido, compreende-se que cada hemisfério do cérebro tenha funções específicas. Entretanto, não há prevalência de um lado sobre o outro, de forma que ambos possam compartilhar as tarefas. Portanto, tanto o hemisfério esquerdo quanto o direito atuam com as funções do outro quando necessário.

Apesar disso, os neurocientistas e neurologistas estimam haver um hemisfério dominante no cérebro dos seres humanos. Ainda que seja uma teoria, estima-se que esse processo influencia funções motoras e a forma de relacionar-se com o ambiente. Consequentemente, a personalidade também lida com alterações.

Hemisférios do cérebro: o que a Ciência tem a dizer sobre isso?
Fonte: SuperInteressante

Origem da teoria sobre os hemisférios do cérebro

A princípio, a divisão de funções para os hemisférios do cérebro surgiu com os trabalhos de Roger Sperry, um cientista norte-americano. Sobretudo, esse estudioso recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, em 1981, por desenvolver a tese sobre as divisões em hemisférios.

Nesse sentido, Sperry criou uma técnica para o tratamento da epilepsia conhecida como split-brain surgery. Basicamente, o método envolvia diminuir os riscos de impulsos nervosos e convulsões dos epilépticos a partir da separação de um conjunto de fibras que conectam os dois lados do cérebro. Ou seja, retirava-se a camada que une os dois hemisférios.

Contudo, no processo desse tratamento, o pesquisador notou mudanças no comportamento dos pacientes. Sendo assim, acompanhou-os clinicamente, deduzindo que o conjunto de fibras separado na cirurgia possuía função de integrar os hemisférios do cérebro. Portanto, atuava no equilíbrio entre a lógica e a criatividade do pensamento.

Desse modo, Sperry prosseguiu desenvolvendo estudos que sugeriam a prevalência dos hemisférios do cérebro como responsáveis por funções diferentes. Ademais, apresentou à comunidade científica que ambos eram complementares na formação do pensamento e das ideias. Mais ainda, influenciavam as escolhas de cada indivíduo.

Como consequência, estabeleceu-se a divisão do hemisfério do cérebro como o direito para criatividade, as escolhas mais emocionais. Por outro lado, o lado esquerdo ficou responsável pela lógica e por escolhas mais racionais.

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Fonte: SuperInteressante

Quando essa teoria foi derrubada?

Em resumo, a teoria foi descartada a partir de estudos realizados com pacientes que tinham os dois hemisférios do cérebro naturalmente separados. Ademais, estudou-se pessoas com deficiência cerebral que não apresentavam um dos hemisférios. Sobretudo, observou-se que apesar dessas condições os pacientes apresentavam comportamentos lógicos e criativos normalmente.

Sendo assim, não haveria relação entre essas divisões e os hemisférios com as funções descritas por Sperry. Além disso, outras pesquisas seguiram adiante ao mostrar que existe a predominância da atividade de um hemisfério sobre o outro em alguns indivíduos. Ou seja, é possível que um dos lados seja mais ativo que o outro para determinadas funções.

Por exemplo, a capacidade de atenção, requer uma maior atividade do lado direito. Em contrapartida a linguagem demanda maior atividade do lado esquerdo. Contudo, essa é uma condição do sistema nervoso, e não do indivíduos.

Apesar disso, ainda não há comprovações sobre a ideia de lados dominantes do cérebro e a influência sobre o indivíduos. Contudo, os estudos nesse sentido continuam, levando em conta diferentes cenários e casos para conclusões mais assertivas. Acima de tudo, o fim dessa tese derrubou a ideia de superioridade de pessoas por conta dos hemisférios do cérebro.

Dessa forma, é possível que uma pessoa utilize mais da criatividade no cotidiano enquanto a outra adote mais a lógica. No entanto, não há determinação sobre a fisiologia do cérebro ser mais ou menos desenvolvida por causa disso.

Hemisférios do cérebro: o que a Ciência tem a dizer sobre isso?
Fonte: SuperInteressante

Como manter o cérebro saudável?

No geral, os hábitos saudáveis impactam positivamente na manutenção do sistema nervoso, e consequentemente, do organismo inteiro. Desse modo, é importante evitar o sedentarismo e manter uma alimentação adequada, rica em nutrientes e vitaminas.

Ademais, estimular o cérebro por meio do estudo, da leitura e de exercícios mentais como quebra-cabeças e afins também estimulam o sistema positivamente. Por outro lado, manter um número de horas de sono regular e evitar os excessos, como muito tempo na frente do computador ou do celular, evitam riscos à saúde.

Mais ainda, a principal recomendação é manter seus exames em dia, consultando o médico regularmente. Em especial, pessoas com casos de enfermidades cerebrais devem estar atentas, realizando consultas e procedimentos preventivos sempre que possível. Apesar disso, um estilo de vida equilibrado é mais do que suficiente para manter o cérebro saudável.

E aí, aprendeu sobre os hemisférios do cérebro? Então leia sobre Cidades medievais, quais são? 20 destinos preservados no mundo.

Fontes: Minha Vida | SuperInteressante | Netscan Digital | Viva

Imagens: SuperInteressante

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