A fim de garantir a entrada de glicose nas células, o pâncreas produz a insulina. Entretanto, quando esse hormônio é produzido em excesso, pode haver mais insulina do que o corpo precisa, o que gera hipoglicemia.
A condição pode ser provocada por diferentes situações. Quando algum hormônio de contrarregulação está em baixa, por exemplo, há influência na quantidade de glicose no sangue.
Normalmente, a condição é constatada quando há uma quantidade de açúcar no sangue menor que 70 mg/dL. Em casos extremos, a hipoglicemia pode causar problemas graves, como perda de consciência e até mesmo convulsão.
Em contraste com a condição, o pâncreas pode produzir pouca insulina. Dessa maneira, apenas uma pequena porção de glicose chega às células, gerando a hiperglicemia.
Causas de hipoglicemia
A baixa taxa de glicose no sangue pode ser dividida em dois tipos principais, cada uma com suas próprias causas.
A hipoglicemia em jejum pode ser causada, dentre outros, por:
- Produção de insulina em excesso no pâncreas;
- Uso incorreto de medicamentos utilizados para diabetes;
- Insuficiência hepática, cardíaca ou renal;
- Presença de tumor no pâncreas;
- Consumo de álcool;
- Atividade física em excesso sem alimentação equilibrada;
- Deficiência de hormônios de produção de glicogênio.
Por outro lado, a condição também pode ser causada após as refeições, chamada de pós-prandial ou reativa. Nesses casos, acontece após a ingestão de açúcar em excesso, em pacientes com predisposição para a condição. Além disso, pode acometer pacientes com alguma cirurgia no estômago ou em fase inicial de resistência à insulina.
Sintomas
Geralmente, os primeiros sintomas só aparecem quando a queda da glicose vai para baixo de 60 mg/dL. Uma vez que o corpo humano precisa do composto para gerar energia, dá sinais de fraqueza quando sente falta dele.
Isso porque as células começam a precisar de energia. Ao mesmo tempo, os neurônios reagem a essa queda e começam a tentar avisar o corpo que algo está errado.
Sintomas adrenérgicos
Caso o índice glicêmico esteja realmente baixo, o corpo estimula a produção de glucagon. Em alguns casos, também pode haver o estímulo da produção de adrenalina. Isso porque, além de inibir a insulina, o hormônio provoca a liberação da glicose armazenada no fígado.
Por outro lado, esses compostos liberados no corpo acabam gerando os sintomas percebidos. Entre os mais comuns estão:
- Suor e calafrio;
- Tremores;
- Nervosismo e ansiedade;
- Calor;
- Fome;
- Taquicardia;
- Dormência nos membros ou lábios;
- Dores de cabeça
Sintomas neuroglicopênicos
Nesses casos, os sintomas são percebidos por conta da falta de glicose nas células do cérebro. Geralmente, eles são sinalizados a partir de 55 ou 50 mg/dL.
- Prostração;
- Comportamento alterado;
- Raciocínio comprometido;
- Letargia;
- Dificuldade de coordenação motora;
- Dificuldade de fala e articulação de discurso;
- Alterações na visão.
Em casos de hipoglicemia mais extremos, com índices a partir de 40 mg/dL, também podem ser percebidos alteração da consciência, convulsão e até mesmo coma. Se o índice glicêmico for reduzido a menos de 30 mg/dL, o paciente está em situação de emergência e pode morrer se não for tratado corretamente.
Tratamento
Em situação de crise causada por hipoglicemia, basta se alimentar de carboidratos simples. Dessa maneira, os níveis glicêmicos devem ser restabelecidos em alguns minutos. Entre as opções estão, por exemplo, uma colher de sopa de mel, um copo de 200 mL de suco de laranja ou uma colher de sopa de açúcar misturada em meio copo d’água.
O efeito pode ser acelerado caso o consumo seja feito junto com carboidratos de longa duração, assim como pão, pipoca e biscoitos. Se o paciente for diabético, é preciso medir a glicemia logo após 15 minutos da ingestão.
Por outro lado, em pacientes com consciência comprometida não deve haver tentativa de alimentação. Isso porque a comida pode acabar indo para os pulmões, gerando problemas maiores. Sendo assim, é recomendado o atendimento por um médico.
Por outro lado, existe a opção de administração subcutânea ou intramuscular de glucagon. Dessa maneira, o paciente poderá recuperar a consciência e fazer a ingestão dos carboidratos sugeridos.
Fontes: Drauzio Varella, Diabetes, Saúde Abril, Accu-chek
Imagens: Mundo Boa Forma, EGEO, MD Saúde, Público, Tua Saúde, Health Lab