A Irmã Dulce foi uma religiosa católica reconhecida como a primeira santa brasileira. A celebração da canonização aconteceu no dia 13 de outubro de 2019, no Vaticano, sob o comando do Papa Francisco.
Também conhecida como Dulce dos Pobres, a Irmã Dulce dedicou sua vida a cuidar de pessoas necessitadas e doentes. Para isso, portanto, acabou contando com o apoio da sociedade baiana, bem como de personalidades nacionais e internacionais.
Dessa maneira, a sua vida foi marcada por ações que iam além da igreja de uma missão religiosa, mas também humanitária.
História e infância
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador, na Bahia. Seus pais eram Augusto Lopes Pontes, dentista e professor universitário, e Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes.
Ainda durante a infância, ela já mostrava aptidão e desejo para a vida religiosa. Gostava muito de rezar e desde cedo pedia sinais a Deus, a fim de descobrir se deveria ou não se dedicar à religião.
Já aos 13 anos, buscou ingressar no convento de Santa Clara, mas acabou rejeitada por ser muito nova. Sendo assim, ela acabou se dedicando à educação e se formou professora primária, em 1932.
Um ano depois, entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe.
Vida e obra de Irmã Dulce
Irmã Dulce se tornou freira a partir de 1934, quando enfim fez seus votos de fé. Seu nome, Dulce, foi escolhido em homenagem à mãe. Como freira, sua primeira missão foi ser educadora em colégio de sua congregação.
Com apenas 22 anos e dois anos de freira, a Irmão fundou a União Operária São Francisco, ao lado do frei Hildebrando Kruthaup. Além disso, ela também é conhecida por ter fundado um albergue a partir de um galinheiro.
Em 1949, a Irmã ocupou um galinheiro localizado ao lado do Convento Santo Antônio. Com autorização de uma superiora, a freira colocou 70 doentes no local e começou a tratá-los ali mesmo. Dez anos depois da iniciativa, então, a Associação Obras Sociais Irmã Dulce foi criada e, no ano seguinte, aberto o Albergue Santo Antônio.
Mesmo depois de apresentar problemas respiratórios e uma saúde frágil, a Irmã não abandonou suas atividades. Em 20 de outubro de 1991, foi visitada pelo Papa João Paulo II, que lhe deu a bênção e a extrema-unção.
Irmã Dulce morreu no dia 13 de março de 1922, em Salvador. Atualmente, seu corpo está enterrado na Capela do Hospital Santo Antônio.
Reconhecimento e canonização
Ainda em vida, Irmã Dulce se encontrou com o Papa João Paulo II em 1980. Na visita do pontífice ao Brasil, a Irmã subiu no altar e recebeu um terço de presente, além de ouvir a mensagem “Continue, Irmã Dulce, continue”.
Somente 18 anos após sua morte, o Vaticano reconheceu um de seus milagres. Irmã Dulce foi responsabilizada por curar uma mulher considerada morta após o parto. Sendo assim, ela foi beatificada em Salvador, em 22 de maio de 2011.
Após oito anos da beatificação, em 14 de maio de 2019, o Vaticano reconheceu um segundo milagre da Irmã e decidiu canonizá-la. Desta vez, o milagre envolvia a cura da visão de um música que ficou cego por 14 anos. A canonização aconteceu em uma cerimônia no Vaticano, no mesmo ano.
Por fim, antes de Irmã Dulce, a Madre Paulina, de Santa Catarina, fora considerada a primeira santa brasileira. No entanto, a religiosa nasceu na Itália e veio viver aqui apenas aos 10 anos de idade.
Curiosidades sobre a Irmã Dulce
- Apesar de religiosa desde a infância, a jovem Irmã Dulce era apaixonada por futebol. Além de jogar nas ruas, era torcedora do Esporte Clube Ypiranga.
- Com seu novo nome, Irmã Dulce homenageou sua mãe. Sobretudo, ela morreu aos 26 anos de idade, em 1921.
- A Irmã foi indicada pelo presidente José Sarney ao Prêmio Nobel da Paz, em 1988.
- No dia de sua canonização, também foram canonizados John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Maria Teresa Chiramel Mankidiyan e Margherita Bays.
- O número 13 cerca a vida da Irmã em vários momentos: seu interesse pela vida religiosa surgiu aos 13 anos, assim como o início de sua vida como freira aconteceu no dia 13 de agosto. Além disso, morreu no dia 13 de março e foi proclamada santa no dia 13 de outubro.
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Fontes: e-Biografia, Salvador da Bahia, BBC, Terra
Imagens: Paróquia Dom Bosco, G1, Monografias, O Povo, Agência Brasil