Os leões, de nome científico Panthera leo, animais encontrado predominante no continente africano, nas regiões de savana a leste, oeste e sul do continente. Apesar disso, também é possível encontrar animais da espécie em regiões da Europa, especialmente nos Balcãs, e na Ásia, incluindo países como Irã e Índia, por exemplo.
Em média, os animais chegam a ter 2 m de comprimento e 270 kg. Dessa maneira, são considerados os segundos maiores felinos do mundo, atrás somente dos tigres. Seus pelos são de tons amarelo-acastanhados, com destaque para a presença de jubas nos machos.
De forma geral, são considerados animais sociais. No entanto, existem registros de indivíduos que vivem em núcleos isolados, mostrando a grande capacidade de adaptação da espécie.
Características dos leões
Os leões são conhecidos por serem os únicos felinos que vivem em grupos com um sistema social bem estruturado. Eles podem conter dezenas de indivíduos – de 30 a 40 –, todos liderados por um ou mais machos. Por causa disso, é comum que outros machos mais velhos sejam expulsos do bando, para dar lugar ao comando de leões mais jovens.
As fêmeas geralmente são ligadas por parentescos genéticos e costumam permanecer no grupo ao longo da maior parte da vida. Como não disputam território ou liderança, são aceitas no bando da infância até a vida adulta.
Com exceção de cerca de cinco horas do dia em que os leões realizam atividades de caça, a maior parte do dia é voltada para o descanso. Esses períodos de caça, inclusive, acontecem especialmente fim da tarde. Uma vez que esses felinos possuem boa visão noturna, não encontram grandes problemas para caçar à noite.
Para se comunicar, os membros do grupo utilizam rugidos, seja para alertar aliados, demarcar território ou intimidar adversários. Quando o rugido é emitido com força, pode ser ouvido em até 9 km de distância.
Caça e alimentação
Como líderes dos bandos, os machos são responsáveis pela proteção e defesa do território do grupo. Para isso, portanto, contam com técnicas variadas que utilizam desde rugidos até marcação de área por meio de urina.
Já as fêmeas, são as principais responsáveis por caçar e fornecer alimentos para os outros leões. Além disso, também são elas que garantem o cuidado dos filhotes.
Em média, uma fêmea adulta precisa comer cerca de 5 kg de carne por dia, e um macho, 7 kg. Isso não significa, porém, que eles de fato se alimentem diariamente. Em alguns casos, os animais podem passar dias sem comida, tirando o atraso com refeições de 30 kg de uma vez só.
Entre os principais alvos da caça de leões, estão animais como gnus, zebras e antílopes.
Reprodução
Uma leoa grávida gera filhotes num período entre 100 e 119 dias, podendo parir de 2 a 4 crias, em média. Logo após o nascimento, os pequenos leões permanecem com olhos fechados por até dez dias. Durante os primeiros três meses de vida, alimenta-se exclusivamente de leite, que podem receber de várias fêmeas do mesmo grupo.
Com cerca de três meses de vida, os filhotes de leão já começam a acompanhar as mães nos períodos de caça.
Quando atingem quatro anos de idade, já estão com a maturidade sexual completa e prontos para gerar novos filhotes. As fêmeas entram em cio por períodos que vão de 2 a 8 dias, e ocorrem durante todo o ano.
Além de cruzamentos naturais dentro da espécie, os leões também podem cruzar com tigres e gerar animais híbridos. Quando um macho de leão cruza com uma tigresa, o resultado é um ligre. Por outro lado, um filhote de tigre com leoa é chamado de tigreão.
Populações de leões
Atualmente, a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) classifica os leões como vulneráveis à extinção. Isso deve-se especialmente à redução de seus habitat naturais e das caças predatórias.
Pesquisadores estimam que ainda existam cerca de 20 mil indivíduos nas savanas africanas, mas sentem dificuldade em dar um número preciso. Isso porque, por viverem em populações de baixa densidade e possuírem hábitos noturnos, não são encontrados com facilidades por humanos.
Entre as décadas de 70 e 80, era comum que os leões fossem atraídos com iscas, imobilizados e marcados com ferro quente, para contagem e monitoramento dos indivíduos. Hoje em dia, no entanto, os métodos envolvem chamadas sonoras – emitindo sons de presas de leões e analisando quantos surgem no ambiente – e contagem de pegadas no ambiente. As duas metodologias, entretanto, são consideradas falhas por conta da inconsistência estatística que oferecem.
Recentemente, um artigo publicado no periódico Frontiers in Ecology and Evolution apresentou uma nova técnica de modelo espacialmente explícito de captura-recaptura (SECR) . Por meio dela, é possível fazer observações de campo, a fim de gerar uma imagem mais precisa do espaço, incluindo densidade e padrões de movimento de leões na área.
Leões solitários
Apesar de serem predominantemente seres sociais, os leões também podem viver em grupos solitários. Shivani Bhalla, fundadora e diretora-executiva da Ewaso Lions, encontrou uma população de cerca de 50 leões dos desertos do norte do Quênia que vivem só.
A organização de Bhalla atua na promoção do convívio entre o homem e animais silvestres presentes ao longo do rio Ewaso no país. A partir daí, ela conseguiu definir que alguns dos grandes felinos são capazes de realizar deslocamentos entre várias áreas, abandonando regiões onde se sentem inseguros.
Uma das principais diferenças para os hábitos tradicionais, por exemplo, está no momento da caça. Isso porque é comportamento padrão de leoas de bando deixar os filhotes com outros animais durante a caça. No entanto, as leoas dos grupos solitários estão sempre acompanhadas de seus filhotes, mesmo durante a caça.
Nesses grupos, também é possível perceber leões machos caçadores mais ativos, uma vez que não contam com a ajuda de um grupo de fêmeas. Sendo assim, o encontro entre os animais acontece somente para a cópula.
Fontes: Toda Matéria, Escola Kids, National Geographic, National Geographic
Imagens: LiveScience, Mercury, iStock, Scooper. flickr, Lion Alert