O medo de ficar sozinho, quando é sentido de forma extrema, também é chamado de monofobia. Nesses casos, pessoas – ou mesmo animais – sofrem insegurança ansiedade e depressão quando precisam ficar solitários por algum tempo.
Ainda que a situação não ofereça riscos aparentes, a própria solidão representa um problema para esses pacientes. Dessa maneira, a pessoa pode se recusar até mesmo a cumprir tarefas simples, como comer ou ir ao banheiro.
Quando não tratado, esse medo gera situações de extremo desconforto para o paciente, podendo inclusive colocá-lo risco. Além dos próprios males da ansiedade gerada, a necessidade de estar na companhia de alguém pode, por exemplo, aceitar situações de abuso em troca da fuga da solidão.
Principais sintomas
Os sintomas do medo de ficar sozinho são percebidos tanto física como psicologicamente. Os pacientes podem passar por sensações de tontura e asfixia, além de registrar palpitações e aumento da frequência cardíaca.
A sensação de ansiedade também pode despertar desconfortos em partes do corpo, como no peito ou no estômago, por exemplo. Em alguns casos, também é possível perceber um suor excessivo, tremores ou até mesmo dormência dos membros.
Por outro lado, esse medo também pode gerar sintomas que não se manifestam fisicamente. Entre eles, por exemplo, está o medo de perder o controle durante a solidão, desmaiar ou até mesmo morrer. Esse tipo de alteração de percepção pode chegar ao nível de impedir a distinção do que é real.
Em vários casos, os sintomas de monofobia podem estar atrelados aos de outros medos. Pacientes com agorafobia (medo de lugares abertos ou públicos) e tanatofobia (medo da morte), por exemplo, podem desenvolver monofobia por associação.
Causas do medo de ficar sozinho
As origens do medo de ficar sozinho podem estar em várias razões diferente. Assim como em outros tipos de fobia, elas podem estar ligadas a traumas e experiências assustadoras, especialmente na infância.
Além disso, crescer com pais ansiosos também pode ajudar no desenvolvimento de fobias desse tipo. Isso porque as reações negativas percebidas nas figuras paternas acaba influenciando e moldando a forma de reagir das crianças.
Na vida adulta, fatores como estresse de longo prazo, ansiedade, relacionamentos ruins, condições precárias de habitação e outros fatores socioeconômicos são outros que podem favorecer o desenvolvimento da condição.
Como tratar o medo de ficar sozinho
O medo de ficar sozinho não tem cura por meio de tratamentos com remédios, por exemplo. No entanto, alguns medicamentos ansiolíticos e anti-depressivos podem ser indicados por profissionais, na intenção de combater alguns sintomas.
O acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra pode ajudar a desenvolver técnicas de compreensão, domínio e controle da condição. Os métodos podem variar de acordo com os casos e especialistas, incluindo psicoterapia, terapia cognitivo-comportamental, dessensibilização e terapia de exposição gradual.
Para casos menos intensos, práticas de relaxamento, meditação e respiração profunda também são alternativas eficazes para reduzir o medo de ficar sozinho.
Dicas de combate à monofobia
Entender e aceitar o medo
O primeiro passo para lidar com a condição é passar por um período de aceitação e análise de seus sintomas e causas. Ter medo de ficar sozinho – ou qualquer outro medo – é um processo natural e, portanto, isso deve ser aceito sem culpa. Reconhecer a existência complexa do sentimento é o primeiro passo para sair da negação e começar uma fase de análise que permite o tratamento.
Analisar as causas
O medo de ficar sozinho pode surgir de várias causas diferentes. Sendo assim, identificar se ele vem do receio do abandono, do fracasso ou da opinião dos outros, ajuda a estabelecer as formas de tratamento. No entanto, esse processo nem sempre é tão simples, já que diante da ansiedade a análise pode ficar comprometida se tornar um grande desafio.
Atribuir valores positivos à solidão
Nem sempre ficar sozinho é algo negativo. Dessa maneira, para superar o medo é importante reconhecer os benefícios dessa situação. Estar só permite momentos de refúgio, reflexão e conexão com o próprio interior, o que traz vantagens para a saúde emocional. A partir dessa percepção, então, é possível ressignificar o momento de ficar sozinho, reduzindo o medo.
Buscar ajuda profissional
Quando não tratado, o medo de ficar sozinho pode evoluir para quadros de ansiedade, depressão e dependência emocional. Por causa disso, buscar a opinião e o tratamento de um especialista em saúde mental é a forma mais eficaz de lidar com o quadro. Além disso, é uma maneira positiva de abordar a situação, já que não depende de momentos de solidão.
Fontes: PsicoAtivo, Lifestyle, A Mente é Maravilhosa, Fãs da Psicanálise
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