A atriz Monica Vitti morre aos 90 anos, a italiana conhecida principalmente por seus papeis nos filmes do diretor Michelangelo Antonioni. A notícia de seu falecimento saiu na última quarta-feira (2), pelo ex-prefeito de Roma, Walter Veltroni. Nesse sentido, quem requisitou o comunicado foi o marido da atriz, o cineasta Roberto Russo. “Roberto Russo, seu parceiro de todos esses anos, me pediu para comunicar que Monica Vitti não está mais entre nós. O faço com dor, carinho e pesar”, escreveu o ex-prefeito no Twitter.
Da mesma forma, o Ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini, também lamentou a morte de Monica Vitti. “Adeus Monica Vitti, adeus à rainha do cinema italiano. Hoje é um dia verdadeiramente triste, morre uma grande artista e uma grande italiana”.
Vitti nasceu em 1931, em Roma, e seu interesse pela atuação começou durante a Segunda Guerra Mundial, ao criar histórias com fantoches para distrair a família. “Enquanto as bombas caíam, quando precisávamos nos refugiar nos abrigos, meu irmão mais novo e eu improvisamos pequenas peças de teatro para entreter quem estava por perto”, relatou Monica muitos anos depois. Em sua adolescência, o gosto pelo teatro seguiu firme.
Monica Vitti morre aos 90 anos, atriz e rainha do cinema italiano consagrada
Dessa forma, no documentário “As Mil e Uma Monicas” (2006), a atriz relata que, ao voltar da escola, passava em frente à Academia da Arte Dramática Nacional e ficava observando os estudantes interagindo e dramatizando. Assim, seu interesse ficou ainda maior. Em 1953, foi lá que Vitti concluiu sua formação. Em seguida, dedicou sua carreira ao teatro. Só 5 anos mais tarde, conquistou seu primeiro papel de destaque no cinema. Foi no filme “Le Dritte”, de Mario Amendola.
Logo depois, em 1960, começou sua parceria artística com Michelangelo Antonioni. Os dois também chegaram a ter uma relação amorosa. Teve memorável performance na trilogia “A Aventura” (1960), “A Noite” (1961) e “O Eclipse” (1962). Os filmes lhe renderam fama internacional. Ela ainda trabalhou em outras produções de Antonioni, bem como com outros cineastas italianos como Mario Monicelli, Ettore Scola, Alberto Sordi e Eduardo de Filippo. Ainda participou do filme de Luís Buñuel, “O Fantasma da Liberdade” (1974).
Em sua trajetória no cinema, Monica foi reconhecida com prêmios importantes. Por exemplo, o David di Donatello, que é o mais importante da Itália. Ela o recebeu 5 vezes. Da mesma forma, ganhou ainda o Leão de Ouro do Festival de Veneza e o Urso de Prata do Festival de Berlim. Vitti estava afastada das câmeras já faziam alguns anos. O motivo foi o Alzheimer, uma doença que já a acometia desde o início dos anos 2000.