A naja é uma das cobras mais conhecidas e mais intimidadoras do mundo animal. Apesar da fama, no entanto, o nome naja pode ser atribuído a diversas espécies. Isso porque existe muita confusão na hora de classificar e definir as características dessa cobra.
Atualmente, o número conhecido de espécies de naja pode variar de 20 a 270, dependendo da avaliação. A maioria das najas faz parte da família Elapidae (cobra). Dentro da família, no entanto, há vários outros tipos de serpentes, como a cobra-coral, as mambas e as kraits.
As najas são encontradas em regiões da África, da Índia, do Oriente Médio, da Indonésia e do sudoeste asiático. No Brasil, não são encontradas najas em ambientes naturais.
Características da naja
A naja faz parte da família Elapidae, o que significa que possui presas ocas fixadas no topo da mandíbula, na parte da frente da boca. Assim, essas cobras não são capazes de enterrar as presas em suas vítimas e as utilizam, portanto, para injetar veneno.
Sua característica de maior destaque é o chamado capuz. Ele aparece quando a naja sobressalta as costelas do pescoço, fazendo que a área fique maior. Por isso, essas cobras conseguem impor respeito em presas e predadores. A maioria das najas consegue empinar até um terço de seu comprimento total.
Além de possuir o característico capuz e um ótimo olfato, as najas tem pupilas circulares que enxergam perfeitamente no escuro. Suas cores costumam variar entre vermelhas, amarelas, pretas, manchadas ou listradas, dependendo da espécie. Na maioria das vezes, as escamas das najas são macias.
A naja costuma ser maior do que as cobras comum, podendo ultrapassar os 2 m de comprimento. A naja-real, ou cobra-real, é a maior delas e pode chegar a até 5,5 m. Por outro lado, a menor espécie é a cobra-cuspideira de Moçambique, que chega a até 1,2 m.
Vida e habitat
Grande parte das najas são encontradas em locais quentes e áreas tropicais. No entanto, elas também pode viver em gramados, florestas e cerrados. Seus hábitos são noturnos e as presas mais comuns são mamíferos, pássaros, cobras, lagartos, sapos e até peixes.
Para caçar, elas perseguem seus alvos a distância, até que julguem que o momento do bote é oportuno. A maioria das najas depende da mordida nas vítimas para injetar veneno, mas as cobras-cuspideiras podem cuspir jatos peçonhentos para se defender.
Os principais predadores da naja são os mangustos e os javalis. Os primeiros possuem uma pelugem que os protegem das picadas e são consideradas os maiores inimigos desse tipo de cobra.
Quando não estão caçando, as najas passam a maior parte do tempo sob pedras ou árvores. Por causa de seu metabolismo baixo, elas podem ficar sem comer por vários dias, ou até mesmo meses.
Para gerar filhotes, as fêmeas botam de 20 a 40 ovos por cria e eles levam de 60 a 80 dias para chocar.
Picada de naja
A picada de naja é extremamente perigosa e pode ser fatal, principalmente em casos que não é tratada com emergência. Um humano adulto, por exemplo, pode parar de respirar apenas 30 minutos após uma picada. No entanto, apesar do risco, já existem antídotos capazes de tratar os ataques desse gênero de cobra.
O veneno delas possui uma neurotoxina que age diretamente no sistema nervoso. Sendo assim, uma picada pode casar problemas como dificuldades para ver, engolir, respirar e falar, além de fraqueza muscular, vômito, dores abdominais, necroses e anticoagulação.
Algumas variações de naja, incluindo todas as cobras-cuspideiras, ainda possuem uma citotoxina venenosa capaz de atacar o tecido corpóreo, causando dores agudas, inchaço e até mesmo necrose. Não só isso, como também podem atirar o veneno diretamente no olho de suas vítimas, causando cegueira.
Fontes: Britannica, Só Biologia
Imagem de destaque: San Diego Zoo