Milhares de voos cancelados, abrigos superlotados e fortes nevascas fizeram do Natal 2022 uma das temporadas de festas mais traiçoeiras dos Estados Unidos em décadas. Tudo isso por causa de um ciclone bomba.
Esse fenômeno ocorre quando a pressão cai drasticamente e uma massa de ar frio colide com uma massa de ar quente. Mas para uma tempestade dessas características se tornar uma “ciclone bomba” a pressão do ar deve cair pelo menos 24 milibares em 24 horas.
Eles são conhecidos como tal devido ao poder explosivo causado pela rápida queda de pressão. Desse modo, esses eventos meteorológicos são mais comuns na costa leste dos Estados Unidos e Canadá, onde o solo frio e a corrente quente da Corrente do Golfo fornecem condições ideais para seu surgimento. Saiba mais sobre esse fenômeno a seguir.
O que é um ciclone bomba?
Um ciclone bomba é uma tempestade muito forte que se forma quando o ar perto da superfície da Terra sobe rapidamente para a atmosfera. Com efeito, isso causa uma queda brusca na pressão barométrica – pelo menos 24 milibares em 24 horas.
À medida que o ar sobe, o vento entra em espiral na base da tempestade. À medida que sobe para o topo a uma taxa mais rápida do que pode ser substituída no fundo, a pressão barométrica continua a cair. Tal como acontece com os furacões, a pressão atmosférica mais baixa produz uma tempestade mais intensa.
Contudo, nem todos os ciclones-bomba são furacões. Mas às vezes eles podem assumir características que os fazem parecer muito com furacões, com ventos muito fortes, chuvas fortes e características bem definidas em forma de olho no centro.
Por que tem esse nome?
Os meteorologistas compararam a queda repentina da pressão barométrica nesse fenômeno à explosão de uma bomba, usando palavras como “ciclogênese explosiva” e “bombogênese” para descrever o processo de formação da tempestade.
Assim, embora possa não parecer, “ciclone bomba” é um termo científico legítimo.
Qual a diferença entre ciclone bomba e furacão?
Os furacões geralmente se formam em áreas tropicais e são alimentados por águas quentes. Por isso, esses fenômenos são mais comuns no verão ou no início do outono, quando a água do mar está mais quente.
Os ciclones bomba, por outro lado, não precisam de água quente do oceano para se formar. Embora às vezes apareçam por lá, também podem aparecer em terra, como aconteceu com o ciclone que atingiu as planícies do norte em março de 2019.
Naquele ano, um evento desse tipo ocorreu nos Estados Unidos, quando houve o fechamento de todas as rodovias estaduais do Colorado devido à deterioração das condições climáticas.
Na época, a tempestade trouxe rajadas de vento de até 130 quilômetros por hora na área do Aeroporto Internacional de Denver, o que equivale a um furacão de categoria 3, e forçou o cancelamento de 1.300 voos.
Em 2018, outro ciclone bomba atingiu o nordeste dos Estados Unidos, matando cerca de 20 pessoas. Afetou a área de Long Island, ao longo da costa atlântica, Manhattan e na costa de Nova Jersey, contudo em menor grau. O aeroporto JFK de Nova York e o aeroporto LaGuardia de Nova York tiveram que interromper suas operações.
Influência das mudanças climáticas
Esses tipos de eventos podem se tornar mais comuns à medida que as mudanças climáticas se aceleram. Essas curvas excepcionalmente íngremes na corrente de jato são uma marca registrada da mudança do clima, assim como os desastres climáticos extremos, como secas, inundações e ondas de calor.
Por fim, no verão passado, outra curva acentuada na corrente de jato causou um calor recorde no estado de Washington e no Oregon, enquanto bombeava ar mais frio em direção ao centro dos Estados Unidos, provocando inundações devastadoras no Missouri e no Kentucky.
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