A Ordem dos Templários, ou Ordem dos Templos, foi um grupo cristão que surgiu durante o período das Cruzadas, no século XII. O grupo foi fundado por Hugo Peyens e Geoffrey de Saint-Omer em 1128, durante o Concílio de Troyes,
A princípio, o objetivo da Ordem era proteger peregrinos cristãos que viajavam até Jerusalém. Mais tarde, entretanto, o objetivo sofreu transformações e passou a incluir a participação em diversas batalhas militares.
Ao longo do tempo, os combates ajudaram a construir uma rede de ajuda financeira para reis, senhores feudais e peregrinos por toda a Europa.
Origem da Ordem dos Templários
As Cruzadas começam quando o imperador bizantino Aleixo I Comneno faz um apelo ao Papa Urbano II e aos cristãos ocidentais. Após a invasão de Jerusalém, o religioso pediu que os grupos deixassem as diferenças de lado para se unirem contra os invasores muçulmanos.
Inicialmente, o socorro veio a partir de soldados francos, britânicos e germânicos. A principal motivação desses cavaleiros medievais era a conquista de novas terras, bem como a salvação eterna a partir da contribuição com a Igreja.
Além de cavaleiros, os Templários também eram monges que viviam em comunidade e oração. Diferente dos membros de outras ordens, no entanto, também passavam por treinamentos em combates, o que era proibido em outras ordens. Por outro lado, seguiam comportamentos padrões a monges, como os votos de pobreza, castidade e obediência.
Depois da aprovação do grupo no Concílio de Troyes, os membros da Ordem receberam a Mesquita do Rochedo para construção da igreja conventual. No imaginário da cruzada, a mesquita acabou transformando-se no antigo Templo de Salomão e, portanto, gerando o nome de Cavaleiros do Templo de Salomão, ou Ordem dos Templários.
Em 1147, a Ordem recebem o direito de usar a cruz pátea vermelha como um de seus símbolos. Antes disso, os cavaleiros utilizavam somente um manto branco, com oficiais superiores tendo uma cruz costurada no ombro esquerdo.
Missão
No início, a Ordem dos Templários tinha a missão de proteger os peregrinos que buscavam visitar Jerusalém. O grupo contava com nove cavaleiros da França e da Borganha que garantiam a segurança da travessia entre o porto de Acre e a cidade sagrada.
Com o desenvolvimento das Cruzadas, a Ordem também se envolveu em algumas batalhas militares. Entre elas, por exemplo, estiveram a Batalha de Montgisar (1177), a Batalha de Cresson (1187) e o Cerco de Acre (1189-91).
Os membros do grupo buscavam levar uma vida que conciliava valores espirituais e militares, mas também conseguiram um grande desenvolvimento econômico. Isso porque a Ordem acabou agraciada com muitas doações e heranças, o que gerou uma riqueza significativa.
Templários e a história dos bancos
Com o acúmulo de riquezas, os Templários passaram a negociar empréstimos com reis e senhores feudais pela Europa. Sendo assim, o grupo foi responsável pelo desenvolvimento de um importante sistema semelhante ao de um banco privado no continente, apesar de pertencer ao papa.
Entre os serviços, por exemplo, estava a possibilidade de deixar dinheiro numa cidade e pegá-lo de volta em outra, desde que estivesse em posse de uma carta de crédito correspondente. O serviço já havia sido inventado em outros momentos na história, como no “dinheiro voador” chinês da dinastia Tang, mas foi importante para o fortalecimento da Igreja na Europa durante o período.
Além disso, o serviço também ajudava a bancar alimentação, transporte a acomodação para os peregrinos, sem que eles precisassem carregar quantias de dinheiro no trajeto. Outros serviços incluam até mesmo a possibilidade de comprar terrenos e ilhas. Foi isso que fez, por exemplo, o rei Henrique III da Inglaterra, que comprou a ilha de Oleron no século XIII, com ajuda dos Templários.
Fim da Ordem
Apesar do crescimento do poder financeiro, a Ordem dos Templários não conseguiu assegurar o domínio de Jerusalém durante as Cruzadas. Sendo assim, após o fim das batalha, em 1291, o grupo perdeu sua razão de existir.
Após uma reunião em Chipre, os membros decidiram retornar para suas casas religiosas em seus países de origem. A ordem, entretanto, já fazia parte da sociedade feudal , cobrando impostos e serviços como outras ordens religiosas do período.
O cenário levou reis e nobres que não podiam pagar sua dívidas – como o rei Felipe IV, da França – a temer o grupo, que acumulava poder militar, religioso e econômico. A partir daí, então, o rei francês passa a corresponder-se com o Papa Clemente V, pedindo o fim da Ordem dos Templários.
Uma vez que o Papa não tomava nenhuma decisão, o rei mandou prender todos os cavaleiros e confiscou seus bens, em 13 de outubro de 1307. O conflito contra os Templários durou sete anos, nos quais vários dos cavaleiros foram torturados e mortos.
Sob pressão, enfim, o Papa Clemente V decidiu extinguir a ordem, em 1312. Os últimos mestres da Ordem Geoffroy de Charnay e Jacques de Molay, morrem na fogueira, marcando o fim oficial do grupo.
Segundo uma lenda do século XIV, de Molay teria amaldiçoado o rei Felipe e o papa Clemente. Por causa disso, os dois teriam morrido no mesmo ano que o Templário.
Sobrevivência dos Templários
Apesar da perseguição, alguns cavaleiros conseguiram escapar dos ataques e da tortura. Além disso, membros conseguiram encontrar asilo e proteção em outras ordens religiosas, como a dos Hospitalários.
Oficialmente, a Ordem dos Templários sobreviveu em Portugal, onde o rei Dom Dinis acolheu e protegeu o grupo. Em 1317, ele teve permissão de Roma para fundar a Ordem dos Cavaleiros de Cristo, que mantinha os mesmos símbolos, valores e organização dos Templários.
Grande parte dos viajantes e navegantes portugueses eram membros da Ordem de Cristo, como por exemplo, Pedro Álvares Cabral. É por isso, inclusive, que suas armadas tinham a Cruz de Copta marcada nas velas.