Na situação em que preços do petróleo disparam no mundo inteiro, a Petrobras reajusta gasolina nessa sexta-feira (11), bem como o diesel, para todas as distribuidoras. Assim, a partir de hoje, o preço médio de venda da gasolina passa de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. O aumento é de 18,8%. Da mesma forma, para o diesel, o preço médio passa de R$ 3,61 para R$ 4,51, em alta de 24,9%.
A estatal liberou um comunicado na véspera da mudança, informando sobre seus próximos passos. “Após 57 dias sem reajustes, a partir de 11/03/2022, a Petrobras fará ajustes nos seus preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras”. Já para o GLP, o preço médio de venda recebeu um reajuste em 16,1%. Agora, ele deve passar de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg. Isso equivale a R$ 58,21 por 13kg.
Não havia existido um reajuste do produto há 152 dias, e atualmente, no Brasil, um botijão de 13kg sai por R$ 102,64, em média. Os valores são base da pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Nesse sentido, a estatal justificou: “Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”.
Petrobras reajusta gasolina nessa sexta em aumento de 18,8%
Da mesma forma, é importante lembrar que o valor final dos preços de combustíveis nas bombas dependem de outros fatores. Assim, de impostos e das margens de lucro dos distribuidores e revendedores. De acordo com a ANP, o preço médio da gasolina no Brasil ficou em R$ 6,577 desde a semana do dia 5. Já no caso do diesel, ficou em R$ 5,603.
Seja como for, o mercado segue atento em medidas do governo para que se possa conter a alta dos preços dos combustíveis para a clientela. Na última quinta-feira (10), por exemplo, o Senado aprovou um projeto de auxílio-gasolina, bem como um fundo para estabilizar os preços dos combustíveis. Desde 2016, a Petrobras adotou em suas refinarias uma política de preços orientada pelas flutuações do preço de barril no mercado internacional, bem como pelo câmbio.
Para o presidente Jair Bolsonaro, não se deve deixar a estatal brasileira repassar de forma integral a alta do petróleo no mercado internacional aos preços do mercado interno. Na última segunda-feira (7), ele comentou que a paridade da Petrobras com preços internacionais “não pode continuar”. Enquanto isso, o petróleo Brent, a maior referência internacional, acumula alta de mais de 40% no ano, e chegou a alcançar US$ 139 na segunda.
Reajuste classificado como “inadmissível”
Ainda na situação em que Petrobras reajusta gasolina nessa sexta, o sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires comentou sobre a defasagem do valor. De acordo com ele, mesmo com o novo reajuste, ante a paridade de importação, a defasagem segue em torno de 20% no preço da gasolina nas refinarias da Petrobras, e de 19% no diesel.
Já a Federação Única dos Petroleiros (FUP) classificou o reajuste como “inadmissível”. Também comentaram que era “mais uma demonstração da falta de respeito do governo Bolsonaro e da gestão da Petrobras”. Afinal, havia sido anunciado enquanto em votação no Senado o projeto de lei para estabilização dos preços dos combustíveis.
Em nota, a FUP explica: “Desde a adoção do Preço de Paridade de Importação (PPI), em outubro de 2016, a gasolina e o óleo diesel, na refinaria, tiveram reajuste de 157%, ante uma inflação de 31,5% no período. No gás de cozinha, a alta acumulada foi ainda maior, de 349,3%”.
Fonte: G1