Dia Internacional da Mulher: saiba se é feriado e curiosidades

O evento anual focado nas conquistas, desafios e lutas das mulheres ao redor do mundo, ainda deixa muita gente em dúvida se é feriado ou não.

Dia internacional da Mulher, 8 de março: é feriado?

O Dia Internacional da Mulher é comemorado em todo o mundo no dia 8 de março. Essa data é uma celebração bem importante das grandes conquistas sociais, econômicas, culturais e políticas das mulheres.

A data é lembrada todos os anos no mesmo dia há mais de 100 anos. Apesar de importante, não se trata de um feriado, acredita? No entanto, não deixa de ser uma data para convidar a gente para refletir sobre o papel importante desempenhado pela mulher dentro de uma estrutura social.

Vamos conferir a seguir algumas curiosidades sobre o Dia Internacional da Mulher. Boa leitura!

10 curiosidades sobre o Dia Internacional da Mulher

1. A data não é feriado no Brasil

Quanto ao Brasil, o Dia Internacional da Mulher não é considerado um feriado nacional. Embora seja uma data significativa e celebrada, não há um feriado oficial em nível nacional dedicado exclusivamente a essa ocasião. No entanto, algumas empresas e organizações podem optar por conceder folga ou promover eventos para reconhecer e homenagear as mulheres nesse dia.

2. Primeiros movimentos femininos

Tudo começou há mais de 100 anos – o primeiro sinal disso foi em 1909, quando o Partido Socialista da América celebrou 15.000 mulheres que protestaram contra longas jornadas de trabalho, baixos salários e falta de direito ao voto na cidade de Nova York.

Em homenagem ao aniversário das  greves, que estavam em andamento há mais de um ano, um Dia Nacional da Mulher aconteceu nos EUA em 28 de fevereiro de 1909, organizado pelo Partido Socialista da América.

Liderada pela ativista alemã e socialista Clara Zetkin, a ideia de transformar o dia em um movimento internacional que defende o sufrágio universal foi estabelecida na Conferência Internacional das Mulheres Trabalhadoras em 1910.

Diante disso, inclusive, Zetkin era uma fervorosa defensora dos direitos das mulheres trabalhadoras, e sua esforços foram cruciais para o reconhecimento do dia em grande parte da Europa no início de 1910.

3. Origem impulsionada por eventos trágicos

Ao longo do final do século XIX e início do século XX, trabalhadores industriais, especialmente mulheres, trabalhavam por pouco dinheiro em fábricas perigosas. As condições desumanas deixaram marcas pelo incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist em 1911, uma catástrofe que matou 146 trabalhadores em menos de 20 minutos.

As vítimas, a maioria meninas imigrantes de 14 anos, ficaram presas dentro da fábrica e não conseguiram escapar da fumaça e das chamas.

Por fim, essa tragédia estimulou trabalhadores em todo o mundo e ajudou a unir ainda mais o movimento de igualdade das mulheres à luta pelos direitos dos trabalhadores. Em 1913, organizações socialistas e sindicatos em vários países começaram a celebrar o Dia Internacional da Mulher em 8 de março.

4. Sufrágio e Dia Internacional da Mulher

Originalmente chamado de Dia Nacional da Mulher, a monumental celebração anual se espalhou pelo mundo, mas foi a Rússia que, sem saber, definiu a tendência de 8 de março.

Embora o Dia Internacional da Mulher tenha se tornado feriado oficial na Rússia em 1913, as mulheres ainda enfrentavam dificuldades causadas pela Primeira Guerra Mundial. Enquanto os homens estavam na guerra, as mulheres lidavam com a escassez de alimentos e um governo que não os escutava.

Em 8 de março de 1917, dezenas de milhares de mulheres russas saíram às ruas exigindo mudanças. Diante disso, o pedido unificado de ajuda abriu caminho para que as mulheres russas recebessem direitos de voto logo depois.

5. Formalização da data

Embora o Dia Internacional da Mulher continuasse sendo um evento importante para muitas pessoas em todo o mundo, a comunidade internacional em geral não observou formalmente a data até 1975. Naquele ano, a ONU adicionou oficialmente o Dia Internacional da Mulher ao seu calendário de observâncias.

Desde então, o Dia Internacional da Mulher tem sido uma ocasião para celebrar as conquistas das mulheres ao longo da história, destacar as desigualdades que ainda persistem e promover a igualdade de gênero em todo o mundo. A data serve como um lembrete da importância contínua de lutar pelos direitos das mulheres e promover a igualdade em todas as esferas da sociedade.

6. Bandeiras de luta

Hoje, as mulheres em todo o mundo continuam a defender a igualdade salarial, o fim da discriminação de gênero e o fim da violência contra as mulheres.

Ainda, os defensores também destacam as injustiças enfrentadas por mulheres de cor, mulheres transgênero, mulheres imigrantes, meninas e mulheres de outros grupos marginalizados. Resumindo: a sua luta é defender o feminismo interseccional.

7. Dia Internacional da Mulher no Brasil

No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século XX, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida.

A luta da classe ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas.

Desse modo, a partir dos anos 1970 surgiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade dos direitos entre homens e mulheres, a sexualidade e a saúde da mulher.

Então, em 1982, um grupo organizado de mulheres passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.

8. Desafios a serem superados

Apesar dos avanços significativos nas últimas décadas em termos de igualdade de gênero, as mulheres ainda enfrentam diversos desafios em várias esferas da sociedade. Estes desafios persistem mesmo após a celebração do Dia Internacional da Mulher e refletem a necessidade contínua de lutar por igualdade e justiça. Aqui estão alguns dos desafios enfrentados pelas mulheres:

Desigualdade salarial

As mulheres muitas vezes recebem salários mais baixos do que seus colegas do sexo masculino, mesmo desempenhando funções semelhantes ou equivalentes. A disparidade salarial é uma questão complexa que reflete a persistência de estereótipos de gênero e discriminação.

Sub-representação em cargos de liderança

As mulheres continuam sub-representadas em cargos de liderança em vários setores.

Violência de gênero

A violência contra as mulheres é um problema global, manifestando-se de várias formas, como assédio sexual, violência doméstica e tráfico de pessoas. A luta contra a violência de gênero exige esforços contínuos para conscientização, prevenção e punição adequada dos agressores.

Estereótipos de gênero

Expectativas sociais baseadas em estereótipos de gênero ainda persistem, limitando as escolhas e oportunidades das mulheres. Estereótipos negativos podem afetar as decisões de carreira, a autoestima e a liberdade de expressão das mulheres.

Dupla jornada de trabalho

Muitas mulheres enfrentam o desafio de equilibrar as responsabilidades profissionais e domésticas. A carga desigual de trabalho muitas vezes recai sobre as mulheres, o que pode dificultar o avanço em suas carreiras e contribuir para o esgotamento.

Discriminação baseada na aparência

A sociedade muitas vezes julga as mulheres com base em sua aparência, impondo padrões irreais de beleza. Isso pode resultar em pressões psicológicas, impactando a autoestima e contribuindo para a desigualdade de oportunidades.

Falta de autonomia sobre o corpo

Questões como o controle da natalidade, direitos reprodutivos e acesso a serviços de saúde sexual ainda são áreas onde as mulheres enfrentam desafios em relação à autonomia sobre seus corpos e decisões.

Esses desafios destacam a necessidade contínua de conscientização e ação coletiva para superar as barreiras que as mulheres enfrentam em diferentes partes do mundo. A celebração do Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para refletir sobre essas questões e impulsionar mudanças positivas em direção à igualdade de gênero.

9. Dia Internacional da Mulher ao redor do mundo

Em diferentes partes do mundo, as comemorações podem variar em termos de foco e atividades. Alguns países realizam marchas, manifestações e eventos para destacar a importância da igualdade de gênero e chamar a atenção para questões específicas que as mulheres enfrentam em suas comunidades. Outros países optam por realizar eventos culturais, exposições, palestras e debates sobre temas relacionados aos direitos das mulheres.

O Dia Internacional da Mulher é um feriado oficial em pelo menos 20 países, incluindo: Afeganistão, Cuba, Laos, Rússia e Vietnã. Em muitos desses países, a tradição diz que os homens honram suas mães, esposas, namoradas e colegas com flores e outros presentes.

Em outras nações, o dia é muito semelhante ao feriado do Dia das Mães, em que as crianças dão presentes para suas mães e avós. Já em outros países, como Nepal e China, a data é um feriado apenas para mulheres.

10. A cor roxa no Dia Internacional da Mulher

A cor mais comumente associada ao Dia da Mulher é o roxo. O roxo é frequentemente utilizado para representar a dignidade e a justiça, além de simbolizar o poder feminino.

A escolha dessa cor tem raízes históricas no movimento sufragista, que buscava o direito de voto para as mulheres. Durante a década de 1900, as mulheres que lutavam por esse direito frequentemente usavam faixas e roupas roxas.

Além do roxo, outras cores como o branco e o verde também foram associadas ao movimento sufragista. O branco simboliza a pureza e a justiça, enquanto o verde representa a esperança.

Essas cores ainda são utilizadas por muitas mulheres e organizações para expressar solidariedade no Dia Internacional da Mulher.

Então, gostou de saber mais sobre a origem e as lutas do Dia Internacional da Mulher? Aproveite e leia também: A origem dos feriados no Brasil e no mundo

Referência: BBC

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