O aumento no preço dos carros decorre também da crise da pandemia no mundo. Desse modo, havia um sistema de produção, planejamento e circulação antes da Covid-19 mudar o processo. Ainda que anteriormente fosse possível escolher a marca e o modelo que preferissem, a situação tem mudado rapidamente.
Nesse sentido, há uma verdadeira escassez de veículos no mundo, obrigando consumidores a aguardar em listas de espera antes de obter o veículo. Como consequência, e partindo da lei de oferta e procura do mercado, a escassez causou aumento no preços de carros novos. Porém, ainda atingiu o preço dos carros usados.
Basicamente, esse aumento do preço dos carros decorre da falta de uma peça fundamental na produção, os semicondutores. Mais ainda, há por outro lado a grande demanda por chips em empresas de tecnologia diversas. Portanto, a disponibilidade para esse produto na indústria automotiva diminuiu muito, na medida em que novas tecnologias surgem.
Em resumo, esses mesmos chips que fazem parte da produção de carros passaram a ser usados na demanda de empresas que fabricam outros produtos. Por exemplo, eletrodomésticos, computadores, consoles de videogames, aparelhos eletrônicos e afins. Logo, a demanda aumentou em um nível que causa déficit em certas áreas, somando a situação do aumento do preço dos carros.
O que está causando a mudança no preço dos carros?
Como citado anteriormente, existe um problema simples de demandas e ofertas. Em outras palavras, as indústrias de tecnologia estão demandando mais produtos do que se tem disponível. No caso dos carros, os semicondutores são essenciais para a criação desses veículos.
Portanto, a ausência obrigou os fabricantes a selecionar quais modelos continuam em produção e quais não entram na lista. Nesse sentido, a especialista Susan Golicic, professora da Faculdade de Negócios da Universidade Estatal do Colorado, nos Estados Unidos, explicou à BBC que existe um desequilíbrio. Como consequência, ocorre um aumento no preço dos carros.
Em níveis mais básicos, os semicondutores fazem parte de uma classe de materiais que conduzem correntes elétricas. Sendo assim, são base para a produção dos chips, que além de terem uso na indústria de aparelhos eletrônicos, são fundamentais para os carros. Curiosamente, um modelo SUV de médio porte tem cerca de 300 chips, e a tendência é que a demanda aumente.
Ou seja, há ainda uma potencial crise e aumento no preço também desses aparelhos que demandam semicondutores. Sobretudo, o que pode piorar a situação é a instalação da rede 5G no mundo, que exige uma disponibilidade ainda maior do material. No entanto, o que explica a falta de matéria prima é justamente a desaceleração da produção e fechamento das fábricas por conta da pandemia.
Além disso, inúmeras fabricantes de carros suspenderam as encomendas, e estão lidando com o prejuízo a longo prazo nesse momento. Em contrapartida, o home office impulsionou as compras online na tecnologia, causando um desvio dessa matéria prima para atender essa demanda.
Como contornar a situação?
Basicamente, quando a indústria automobilística teve sua retomada, com o retorno das produções, os semicondutores já haviam sido redirecionados ao mercado de tecnologia. Sendo assim, as demandas das fabricantes e empresas deixou de ser prioridade. Em especial porque agora existem novos clientes e um novo ritmo de produção para outros aparelhos.
Ainda que pareça um produto simples e pequeno, a produção, distribuição e venda de semicondutores acontece em anos. Sendo assim, há um planejamento tanto da parte que produz quanto da parte que compra. Quando a indústria automobilística suspendeu as compras, houve também um prejuízo às empresas que trabalham com semicondutores, e somente agora elas estão se recuperando.
Mais ainda, o aumento nas demandas de veículos surpreendeu as fabricantes, que não conseguiriam atender o ritmo normal. Em outras palavras, a situação estaria difícil normalmente. mas em alguns lugares do mundo as quantidades de carros necessários praticamente dobrou. Portanto, esse é outro fator que influencia no aumento do preço dos carros.
Além disso, há questões de disponibilidade dos semicondutores e outros produtos de matéria prima, como os próprios embargos políticos e econômicos de cada região. Nesse momento, a indústria automobilística está tendo que selecionar suas prioridades enquanto cria alternativas para a situação. Contudo, essa situação deve se estabelecer até uma normalização no mercado global.
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