Pela primeira vez na história, cientistas conseguiram capturar a imagem de um buraco negro no espaço. A imagem foi registrada em 2017, e apresentada pelas agências especiais da Europa e dos Estados Unidos na manhã desta quarta-feira. Até então, as imagens que haviam desses desses campos gravitacionais eram conceituais.
Segundo os responsáveis pela façanha, a primeira imagem de um buraco negro foi feita pelo telescópio Event Horizon. O registro foi feito do centro da galáxia Messier 87, ou M87, muito distante da Terra.
Só para que você tenha noção, os cientistas afirmam que a M87 está há 500 quintilhões de quilômetros de distância de nosso planeta. Na tradicional metida dos anos-luz, que corresponde à distância percorrida pela luz em um ano, a M87 estaria há 53 milhões de anos-luz da Terra.
A primeira imagem de um buraco negro
E, mesmo se tratando e uma imagem borrada, os 200 cientistas envolvidos no projeto estão empolgados. Eles garantem que essa é a primeira grande prova de que a teoria dos Buracos Negros é real. Um dos maiores entusiastas da teoria, aliás, era o físico Stephen Hawking.
Na imagem, é possível observar uma espécie de anel de fogo. Os especialistas explicam que ele é criado pela deformação do espaço-tempo e pelas ondas de luz que conseguem escapar ao redor.
Dimensões do buraco negro
A captura da primeira imagem também foi positiva porque permitiu que as dimensões do buraco negro fossem medidas. O resultado disso é que a massa do buraco é 6,5 bilhões de vezes maior que a do nosso Sol.
Por outro lado, o diâmetro também não decepciona. Conforme registraram, ele chega a 40 bilhões de quilômetros, cerca de 3 milhões de vezes maior que o do planeta Terra.
Einstein está certo (mais uma vez!)
Agora, o mais impressionante para a comunidade científica é a exatidão dos cálculos de Einstein. A ideia que a Física sempre teve da imagem de um buraco negro foi baseada nas equações do cientista. Elas previam, inclusive, o anel brilhante ao redor da sombra.
A luz percebida na imagem, aliás, seria produzida por partículas gasosas e de poeira do interior do buraco. A parte escura, por sua vez, é a sombra do centro do turbilhão.
O que é um buraco negro, afinal?
Basicamente, ele se trata de uma região no espaço-tempo com efeitos gravitacionais tão fortes que nada consegue escapar de ser sugado por seu centro. Nem mesmo a luz é capaz de se manter ilesa.
Esses buracos, aliás, foram baseados na Teoria da Relatividade, de Albert Einstein. Para entender melhor o assunto, aconselhamos você a clicar nesse outro post aqui, onde explicamos detalhadamente toda a teria.
O projeto
Os telescópios envolvidos nessa empreitada foram o ALMA e o APEX, no deserto do Atacama, no Chile; o IRAM, em Serra Nevada, na Espanha; o James Clerk Maxwell (JCMT) e o Submillimeter Array (SMA, no Havaín, o Submillimeter Telescope (SMT), no Arizona, ambos nos Estados Unidos; o Large Millimeter Telescope (LMT), no México; e o South Pole Telescope (SPT), na Antártida.
O objetivo do projeto era medir o tamanho das regiões de emissão de dois buracos negros supermassivos. Ambos contavam com os maiores horizontes de eventos aparentes: Sagitário A* (SgrA*), localizado no centro da Via Láctea; e a M87, chamada também de Virgem.
Como já explicamos, foi esse último que acabou permitindo que a primeira imagem de um buraco negro fosse registrada.
Mas, obviamente, esse não foi o primeiro registro de um buraco negro. Ao longo dos anos, muitas evidências indiretas foram observadas, como os raios X saindo de objetos em outras galáxias. Imagens também foram capturadas, inclusive dentro de nossa galáxias, mas nunca foram nítidas ao ponto de distinguir sua estrutura.
A Ciência é mesmo fascinante, não acha?
Agora, se quiser um bônus sobre o assunto, ainda é possível conferir um pouquinho sobre: O que é buraco branco?
2 comentários em “Primeira imagem de um buraco negro é registrada por cientistas”