Transplante de cabeça, por causa de Hollywood, nos soa como um enredo de história de terror, não é verdade? Mas, ao que tudo indica, existem grandes chances dessa cirurgia um tanto bizarra deixar a ficção e ser realizada de verdade em 2017.
E, se você está se perguntando quem toparia passar por uma experiência como esta, fique sabendo que já existe até mesmo um voluntário para o primeiro transplante de cabeça do mundo. Segundo o médico italiano Sergio Canavero, a primeira pessoa a ter a cabeça separada do tronco e ligada ao tronco de um doador será o russo Valey Spiridonov, de 31 anos.
O voluntário sofre da Doença de Werdnig-Hoffman, uma condição degenerativa muscular; e está em estado terminal. Em entrevista ao programa de TV britânico Good Morning Britain, ele contou que acredita que o transplante de cabeça possa melhorar sua qualidade de vida e devolver sua independência.
(Na foto, o russo Valey Spiridonov)
Conforme o médico (maluco), a intenção é que no futuro pessoas com corpos debilitados, mas com doenças que não atinjam as atividades cerebrais, possam ter uma segunda chance em outros corpos. Aliás, a grande aposta de Canavero é de que o transplante de cabeça possa beneficiar também o físico Stphen Hawking, que sofre com esclerose lateral amiotrófica.
(O cirurgião italiano Sergio Canavero)
Custo milionário
Mas, o problema é que a operação não é nada simples e conta com custos salgados: 42 milhões de reais, em média. Isso, sem contar, que será necessário uma equipe de 150 médicos e enfermeiros trabalhando ao mesmo tempo durante, pelo menos, 36 horas de transplante.
Achou complicado? Espere até ouvir, então, como tudo precisa acontecer.
Como será o transplante de cabeça
Segundo Canavelo, o corpo do paciente precisa ser congelado, a fim de conservar as células do cérebro durante a cirurgia. Além disso, todo sangue do cérebro precisa ser drenado e substituído por uma solução cirúrgica.
Para a separação da cabeça, as artérias precisam ser envoltas com tubos de silicone de plástico, que seriam comprimidos para impedir o fluxo sanguíneo e, depois relaxados, para facilitar a circulação assim que a cabeça estiver posicionada no segundo corpo.
A parte mais complicada de toda a operação seria o corte a medula espinhal, que precisa ser feito sem qualquer erro. Sendo bem sucedida esta etapa, os médicos usam uma cola especial, o polietilenogicol, para colar a medula no corpo definitivo.
Teoricamente, o transplante terminaria aí, mas é sempre bom lembrar que toda parte de veias e vasos precisa ser conectada corretamente, de um a um, para que a sobrevivência do paciente. A última etapa, em definitivo, é o retorno do sangue para o cérebro.
Há riscos de rejeição?
Sim! Como pode acontecer com todo órgão, o cérebro pode rejeitar o transplante. Mas isso é um problema que os médicos só podem identificar com um intervale de, pelo menos, 12 horas após a cirurgia concluída. Nesse intervalo, as condições neurofisiológicas do paciente precisa ser observadas.
Caso tudo dê certo, existe ainda a etapa de recuperação do paciente, com fisioterapias. Mas, como alerta o médico, essa também não se trata de uma etapa nada fácil do processo, já que será necessário ao transplantado reaprender a utilizar o corpo do pescoço para baixo.
Tenso, não? Para saber o final dessa história só nos resta esperar!
Mas, falando sobre ousadias da medicina, este não é o único assunto chocante dos últimos anos, como você confere nessa outra matéria: Americano recebe o maior transplante de rosto da história.
Fontes: Olhar Digital, Uol