A pseudociência (ou falsa ciência) e a ciência baseada em estudos falhos e tendenciosos. Ela produz conhecimento falso ou incerto, com pouca ou nenhuma evidência.
Assim, quando se trata de saúde, por exemplo, terapias baseadas em pseudociência são um risco; porque podem substituir ou retardar tratamentos convencionais e promover intervenções médicas que podem ser perigosas.
O que é pseudociência?
Pseudociência é uma afirmação, crença ou prática apresentada como científica, contudo não adere padrões e/ou utiliza métodos da ciência. A verdadeira ciência se baseia na coleta de evidências e testes de hipóteses verificáveis. A falsa ciência não adere a esses critérios e por isso pode apresentar alguns riscos.
Além da frenologia, alguns outros exemplos de pseudociência incluem astrologia, percepção extra-sensorial (PES), reflexologia, reencarnação, cientologia, canalização e “ciência” da criação.
Características das pseudociências
Se um campo é realmente ciência ou apenas pseudociência nem sempre é claro. No entanto, a falsa ciência geralmente exibe certas características que as distinguem. Os indicadores de pseudociência incluem:
Confiança excessiva na confirmação em vez da refutação
Qualquer incidente que pareça justificar uma alegação de pseudociência é tratado como prova da alegação. As alegações são verdadeiras até que se prove o contrário, e o ônus da refutação é colocado sobre os céticos da alegação.
O uso de afirmações vagas, exageradas ou não testáveis
Muitas afirmações feitas pela pseudociência não podem ser testadas com evidências. Como resultado, eles não podem ser falsificados, mesmo que não sejam verdadeiros.
Falta de abertura para testes por outros especialistas
Os praticantes da falsa ciência evitam submeter suas ideias à revisão por pares. Eles podem se recusar a compartilhar seus dados e justificar a necessidade de sigilo com alegações de propriedade ou privacidade.
Ausência de progresso no avanço do conhecimento
Na pseudociência, as ideias não são submetidas a testes seguidos de rejeição ou refinamento, como as hipóteses são na ciência verdadeira. As ideias na pseudociência podem permanecer inalteradas por centenas ou milhares de anos. Na verdade, quanto mais antiga é uma ideia, mais ela tende a ser confiável na pseudociência.
Personalização de questões
Os defensores da falsa ciência adotam crenças que têm pouca ou nenhuma base racional, então eles podem tentar confirmar suas crenças tratando os críticos como inimigos. Em vez de argumentar para apoiar suas próprias crenças, eles atacam os motivos e o caráter de seus críticos.
O uso de linguagem enganosa
Os seguidores da pseudociência podem usar termos que soam científicos para tornar suas ideias mais convincentes. Por exemplo, eles podem usar o nome formal de monóxido de di-hidrogênio para se referir à água pura.
Diferença entre pseudociência e método científico
O processo científico é bastante longo, trabalhoso, mas mesmo assim necessário. Enquanto a pseudociência se baseia em crenças. As conclusões científicas são produto de um processo iterativo que passa por avaliações críticas em cada etapa.
A partir de observações de certos padrões no mundo real, um cientista formula perguntas e hipóteses de pesquisa; desenvolve previsões testáveis; coleta dados; analisa-os e, com base nos resultados da pesquisa, refina, bem como altera, expande ou rejeita as hipóteses.
Após este processo, o cientista escreve um relatório científico. Este passa por uma revisão de pares, ou seja, de especialistas na área que decidirão novamente se a pesquisa é válida e confiável.
Essa forma controlada de disseminação do conhecimento tenta salvaguardar a credibilidade e confiabilidade do conhecimento. Essa responsabilidade é compartilhada por todos os pesquisadores altamente capacitados em determinado assunto.
Um tratamento ou produto resultante desse processo científico é, portanto, baseado em esforços de longo prazo e cuidadosamente ponderados por profissionais.
Em entrevista à BBC News Mundo, Michael Gordin, professor da Universidade Princeton e especialista em história da ciência disse que “não há uma linha divisória clara entre a ciência e a pseudociência. E que no futuro, haverá muitas doutrinas ou pseudociências, simplesmente porque existem muitas coisas que ainda não entendemos”.
Como identificar?
A pseudociência pode ser difícil de identificar. Aliás, uma de suas características é usar uma linguagem que parece técnica para dar um ar de legitimidade a qualquer coisa (por exemplo homeopatia, acupuntura etc.).
Muitas vezes, é feita como uma maneira de ganhar dinheiro rápido; pense em fake news que envolvem óleos essenciais e remédios caseiros para Covid-19. 1 Às vezes surge pelo desejo de uma resposta fácil, e às vezes, são todas essas coisas.
Seja qual for o motivo, a pseudociência é pode ser um grande problema, sobretudo, quando envolve questões relacionadas à saúde.
A pseudociência é inofensiva?
Por fim, pode-se perguntar sobre os riscos da falsa ciência. No caso da astrologia ou horóscopos, os riscos parecem relativamente pequenos à primeira vista. No entanto, isso depende muito do pensamento crítico de um indivíduo.
Se alguém começa a acreditar na pseudociência e deixa de acreditar na ciência real, a pseudociência pode ser uma ameaça real para o indivíduo.
Pessoas vulneráveis, como indivíduos doentes que buscam remédios que salvam vidas, podem ser aprisionados por alegações extraordinárias que geralmente são feitas por métodos pseudocientíficos.
Nesse sentido, a pseudociência já levou as pessoas a beber água sanitária, ao envenenamento de bebês e à morte por picada de abelha, tudo sob o pretexto de “bem estar”. Portanto, precisamos usar estes exemplos para aumentar a conscientização sobre a pseudociência, não para ocultá-la.
Exemplos de pseudociência
Frenologia
A frenologia é um bom exemplo de como uma pseudociência pode chamar a atenção do público e se tornar popular. De acordo com as ideias por trás da frenologia, pensava-se que a forma da cabeça revelava aspectos da personalidade e do caráter de um indivíduo.
O médico Franz Gall introduziu a ideia pela primeira vez no final do século XVIII, sugerindo que as formas na cabeça de uma pessoa correspondiam às características físicas do córtex cerebral.
Assim, havia até máquinas de frenologia que eram colocadas na cabeça de uma pessoa e forneciam uma medida das diferentes partes do crânio e das características do indivíduo.
Terraplanistas
Os defensores da terra plana afirma que a Terra é plana e em forma de disco. Podemos encontrar sua origem a partir de meados do século XX. A primeira organização desse tipo foi criada em 1956 pelo inglês Samuel Shenton que seguiu a doutrina do escritor Samuel Rowbotham.
Desse modo, ele propôs que a Terra é um disco plano centrado no pólo norte e cercado por uma gigantesca parede de gelo, basicamente a Antártica. Seus “sentidos” e a “Bíblia” apoiaram esse argumento.
Os terraplanistas se escondem atrás do fato de que a tecnologia (efeitos especiais, photoshop…) ajuda a continuar escondendo a “verdade” sobre a forma do nosso planeta. Aliás, esta é uma pseudociência massiva, mas nem por isso mais científica. Há evidências suficientes de que a Terra é esférica.
Numerologia
Entre as pseudociências relacionadas ao paranormal encontramos a numerologia em lugar de destaque. Em suma, baseia-se na crença em uma relação entre certos números e pessoas ou eventos. Aliás, é frequentemente associado ao paranormal, junto com a astrologia e artes divinatórias semelhantes.
Apesar da longa história das idéias numerológicas, a palavra “numerologia” não aparece nos registros antes de 1907. Especialistas argumentam que os números não têm significado oculto e não podem por si mesmos influenciar a vida de uma pessoa.
Outras pseudociências
A lista de pseudociências é muito longa. Entre outras pseudociências relacionadas à Terra, podemos destacar também a teoria do Triângulo das Bermudas que se postula como a área onde ocorreram eventos inexplicáveis, como o desaparecimento de navios e aviões; Agricultura Biodinâmica, um tipo de agricultura orgânica que não utiliza adubos químicos, venenos herbicidas e sementes transgênicas; e por fim o misticismo: a crença de que fadas, goblins, duendes e gnomos existem.
Fontes: Unicentro, BBC , Mettzer
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