Relógios biológicos são conhecidos por programar o sono e mudanças no estado de alerta, humor, força e pressão arterial, mas estudos recentes sugerem que eles também estão profundamente envolvidos na saúde mental.
Mas, afinal o que é o relógio biológico e como ele funciona?
Em suma, o relógio biológico mantém os processos corporais funcionando de acordo com uma programação. Seu ritmo circadiano é o ciclo de 24 horas que regula o tempo de processos como comer, dormir e temperatura. Com efeito, isso garante que haja uma periodicidade com processos biológicos necessários.
Além disso, os genes envolvidos nos ritmos circadianos operam de acordo com loops de feedback. Isso significa que, quando as proteínas adequadas são fabricadas, isso envia um sinal ao gene para interromper a produção da proteína.
Muitos organismos, incluindo seres humanos, animais e até bactérias operam por ritmos circadianos. Curiosamente, você também tem algo chamado relógio mestre em seu cérebro.
O relógio principal é composto por aproximadamente 20.000 neurônios e está localizado em uma parte do cérebro chamada hipotálamo. Portanto, é esse relógio mestre que governa todos os ritmos biológicos do corpo. Saiba mais a seguir.
O que é o ritmo circadiano?
Os ritmos circadianos estão ligados às reações químicas que mantêm a vida em todas as células. Coletivamente, essas reações são conhecidas como metabolismo do corpo.
Essas reações variam muito ao longo de 24 horas, mas sua programação em um determinado dia difere pouco de outro. Isso mostra, diz ele, que basicamente cada etapa de nossa vida cotidiana é controlada pelo relógio.
Por exemplo, a luz chega ao relógio-mestre do corpo por meio de células muito especializadas na retina. Esta camada de tecido sensível à luz reveste a parte de trás de nossos olhos.
Quando a luz atinge suas células, elas enviam substâncias químicas para o relógio-mestre do cérebro. Lá, eles acionam cerca de 20.000 neurônios, ou células nervosas, que se comunicam com o resto do corpo.
Esses neurônios dizem ao corpo quando liberar hormônios. Os hormônios transmitem instruções químicas para partes distantes do corpo. Esses mensageiros químicos promovem atividades em momentos precisos e em células específicas.
Em outras palavras, eles avisam quando é hora de comer, quando é hora de acordar, ou quando se deve ficar totalmente alerta. Mas o relógio biológico – e os ciclos que ele regula – pode ficar confuso quando as pessoas viajam em vários fusos horários, provocando a dissincronose ou jet lag.
7 fatos sobre o relógio biológico
1. Ele é incrivelmente complexo
Os relógios biológicos são compostos de genes e proteínas que operam em um loop de feedback. Os genes do relógio contêm instruções para fazer proteínas, cujos níveis aumentam e diminuem em um padrão cíclico regular.
Esse padrão, por sua vez, regula a atividade dos genes. Aliás, muitas pesquisas sobre o ritmo circadiano revelaram mais partes da maquinaria molecular que ajustam o relógio.
2. Todo organismo vivo possui um relógio biológico
Muitos dos genes e proteínas do relógio são semelhantes entre as espécies, permitindo aos pesquisadores fazer descobertas importantes sobre os processos circadianos humanos ao estudar os componentes do relógio de organismos como moscas de frutas, bolor de pão e plantas.
3. Ele funciona a todo momento
Embora possam ser temporariamente prejudicados por mudanças na luz ou na temperatura, em condições normais, experimentamos um padrão de 24 horas de luz e escuridão, e nosso relógio circadiano usa esse sinal para alinhar a hora biológica com o dia e a noite.
O relógio do corpo, então, antecipa as diferentes demandas do dia de 24 horas e ajusta a fisiologia e o comportamento antes das mudanças nas condições.
4. Quase todo o funcionamento do corpo está ligado ao relógio biológico
Nossos relógios influenciam o estado de alerta, fome, metabolismo, fertilidade, humor e outras condições fisiológicas. Por esse motivo, a disfunção do relógio está associada a vários distúrbios, incluindo insônia, diabetes e depressão.
Ademais, até a eficácia dos medicamentos tem sido associada aos nossos relógios, ou seja, alguns estudos mostraram que alguns medicamentos podem ser mais eficazes se administrados no início do dia.
5. Ele muda com o tempo
O relógio biológico passa por muitas mudanças conforme a pessoa envelhece. Os relógios dos bebês recém-nascidos os induzem a dormir cerca de 16 a 20 horas por dia. Entre 1 e 4 anos de idade, a necessidade de dormir diminui para aproximadamente 11 a 12 horas por dia.
Os adolescentes precisam de aproximadamente 9 a 10 horas de sono por dia. Um adulto típico se sentirá bem descansado, tendo de 7 a 9 horas de sono por noite.
Por fim, os idosos com mais de 65 anos podem precisar de até 8 horas ou mais horas de sono por noite.
6. Jet Lag confunde o relógio biológico
O jet lag ocorre quando você viaja para fusos horários diferentes, mas seu relógio biológico ainda está na programação do fuso horário em que você normalmente mora. Os sintomas de jet lag podem incluir:
- Má digestão;
- Desempenho físico e mental reduzido;
- Perturbação do humor (ansiedade, depressão, irritabilidade)
- Insônia e fadiga.
7. O mau funcionamento do relógio biológico afeta negativamente a saúde
Quando o relógio biológico está funcionando incorretamente, todo o seu organismo sofre. Além do sono, ele afeta os níveis hormonais, sistema digestivo e sistema imunológico.
Além disso, a perturbação do ritmo circadiano aumenta o risco de câncer, obesidade, doenças cardíacas, diabetes, hipertensão, ansiedade, depressão e uso de álcool. Portanto, ter um ritmo circadiano saudável beneficia todo o seu corpo, por isso faz sentido dar prioridade a seguir uma programação regular.
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