Secar as mãos com toalhas de papel ou jatos de ar: qual é mais saudável?

Considerados ‘canhões de bactérias’, cientistas desaprovam o uso de jatos de ar para secar as mãos. Os jatos de ar dispersam até três vezes mais bactérias.

Secar as mãos é tão importante quanto lavá-las. E lavar as mãos é um ato crucial para a saúde de todos nós. Aliás, se fizéssemos a mínima ideia do quanto essa simples ação é importante, pensaríamos duas vezes antes de focar pequenas coisas do cotidiano sem nos proteger, como pegar em maçanetas de locais públicos e apertar botões de elevadores.

O mais indicado é lavar as mãos assim que chegar da rua, depois de usar o banheiro, antes de comer, cozinhar, nos aproximarmos de um bebê ou alguém doente.

Mas, se lavá-las com água e sabão é algo essencial, quão importante é secá-las da forma correta?

Porque não secar as mãos com jatos de ar

“Canhões de bactérias”, é assim que pesquisadores do Reino Unido classificam os jatos de ar quente. Eles descobriram que esses aparelhos dispersam quantidades alarmantes de bactérias no ar e nas surperfícies próximas aonde estão instalados.

Mas, isso acontece porque – geralmente – boa parte das pessoas não lavam as mãos corretamente. Fazendo com que o jato de ar espalhe as bactérias que ainda estão nas mãos.

“Na verdade, o secador vira um aerossol que contamina o banheiro, incluindo o próprio secador e, potencialmente, a pia, o chão e outras superfícies, dependendo do design do dispositivo e de onde está localizado”, explicou Mark Wilcox, professor de microbiologia da Universidade de Leeds (UK).

Assim, a probabilidade de, ao entrar em um banheiro público, você estar em contato direto com os micróbios de uma pessoa desconhecida é imensa.

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Bactérias – 100 vezes mais

A pesquisa foi realiza por especialistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, do Hospital Saint-Antoine de Paris, na França, e da Universidade de Udine, na Itália.

Como parte da pesquisa, durante 12 semanas, um experimento foi realizado em hospitais das três cidades.

Em cada hospital foram selecionados 2 banheiros, um de uso dos pacientes e outro de uso dos funcionários e visitantes. Cada ambiente recebeu um secador e toalhas de papel.

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Os resultados

Foram coletadas amostras do ar e das superfícies todos os dias, durante 4 semanas.

Depois de duas semanas os banheiros começaram a oferecer apenas uma alternativa para secagem de mãos.

As amostras retiradas mostraram que haviam concentrações de bactérias muito mais altas nos banheiros em que só tinha a opção do secar as mãos sem toalhas de papel.

As bactérias encontradas

Staphylococcus aureus, uma bactéria resistente à meticilina (SARM), foi encontrada em quantidades 3 vezes maior nos hospitais do Reino Unido no período em que se utilizava o jato de ar.

Além disso, bactérias difíceis de tratar, resistentes à penicilina e outros antibióticos também foram encontradas em maiores números.

No artigo publicado na revista especializada Journal of Hospital Infection, a equipe de pesquisadores defendeu que há poucas justificativas para o uso de jatos de ar em banheiros públicos, especialmente em hospitais onde os riscos de contaminação são maiores.

Também afirmaram que “as toalhas de papel absorvem a água e os micróbios que permanecem nas mãos e, se descartadas corretamente, têm menos potencial para contaminação”. E que “as diretrizes de controle de infecção existentes devem ser alteradas e fortalecidas nesse sentido”.

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Fonte: BBC

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