Sobretudo, a morte no Egito Antigo desempenhava um papel tão importante quanto a vida. Basicamente, os egípcios acreditavam que existia uma vida após a morte, onde os homens eram recompensados ou punidos. Nesse sentido, o Tribunal de Osíris desempenhava um importante papel nos caminhos do além-vida.
No geral, os egípcios viam a morte como um processo onde a alma se desprendia do corpo e se encaminhava para outra vida. Portanto, era somente uma passagem para outra existência. Ademais, isso explica o hábito dos faraós de serem mumificados com tesouros, riquezas e objetos de valor, porque acreditavam que isso os acompanhariam no além.
Em primeiro lugar, “O Livro dos Mortos” continha os feitiços, orações e hinos para orientar o morto em sua passagem. Sendo assim, era um importante documento para aqueles que buscavam a vida eterna ao lado dos deuses. Desse modo, após seu falecimento, o indivíduo era conduzido pelo deus Anúbis para se apresentar no Tribunal de Osíris, onde seu destino era decidido.
O que era o Tribunal de Osíris?
Primeiramente, esse era um local onde os falecidos sofriam uma avaliação, orientada pelo próprio deus Osíris. Antes de mais nada, seus erros e feitos eram colocados em uma balança e julgado por quarenta e duas divindades. No geral, esse processo acontecia em etapas.
A princípio, o morto recebia o Livro dos Mortos antes do início do julgamento, onde as orientações sobre o evento estavam registradas. Sobretudo, para ser aprovado no caminho da vida eterna, o indivíduo tinha que ter evitado uma série de infrações e pecados. Por exemplo, roubar, matar, cometer adultério e até mesmo manter relações homossexuais entravam nessa categoria.
Logo em seguida de uma série de questionamentos, onde era impossível mentir, o deus Osíris pesava o coração do corpo físico desse indivíduo em uma balança. Por fim, caso a balança mostrasse que o coração era mais leve que uma pena o julgamento seria concluído e o destino decidido. Basicamente, essa compensação significava que o falecido tinha um bom coração, sendo puro e de bem.
Porém, caso a sentença fosse negativa, o falecido era encaminhado para o Duat, um submundo egípcios para os mortos. Além disso, a cabeça do julgado era devorada por Ammut, uma divindade com cabeça de crocodilo. A partir dessas tradições, os egípcios buscavam viver uma vida correta e tratavam a morte com tanta importância quanto a vida.
Costumes e tradições
A princípio, o Livro dos Mortos era um conjunto de textos colocado também junto aos sarcófagos. Geralmente, eram colocados fragmentos do papiro, de modo a favorecer o falecido no além-vida. Contudo, era mais comum que os faraós acumulassem em seus túmulos escritos desse documento, tanto nas paredes do sarcófago quanto na própria pirâmide.
Além disso, o culto do deus Osíris era muito importante no Egito. Basicamente, essa divindade era considerada o deus do julgamento, mas também da vegetação e da ordem. Nesse sentido, existiam templos e rituais de adoração à sua imagem. Sobretudo, Osíris representava os ciclos de vida, ou seja, o nascimento, crescimento e morte.
No que diz respeito ao Tribunal de Osíris, esse local sagrado e evento crucial representava uma grande honra aos egípcios. Acima de tudo, estar diante de divindades e do deus Osíris era mais do que um rito de passagem, pois fazia parte do imaginário do Egito Antigo. Ademais, a presença do deus Anúbis, de Ammut e até de Ísis em alguns julgamentos ampliava a importância do tribunal.
Curiosamente, ainda que o Egito seja considerado uma civilização antiga, existem importantes elementos nos seus rituais. Em especial, os egípcios ficaram conhecidos pelo desenvolvimento cultural, econômico, políticos e sociais. Mais ainda, a influência na arte perpassou diversas civilizações, mesmo depois da queda do Império Egípcio.
Desse modo, percebe-se no Tribunal de Osíris e em outras tradições egípcias a presença de elementos comuns às religiões ocidentais modernas. Como exemplo pode-se citar a ideia de um submundo e da vida eterna, porém, o conceito de salvação da alma e juízo final também se fazem presentes.
E aí, aprendeu sobre o Tribunal de Osíris? Então leia sobre Nos braços de Morfeu – Origem e significado dessa expressão popular.
Fontes: Colibri | Mundo Educação | História em Cartaz | História por Imagem
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