É comum que muita gente desenvolva diferentes tipos de medos e fobias ao longo da vida. Entre as mais conhecidas, é possível citar medo de aranhas, altura, lugares fechados ou até mesmo de buracos. Além disso, a agorafobia se destaca como um dos transtornos de ansiedade mais comuns.
Segundo informações do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, a agorafobia atinge mais de 150 mil brasileiros por ano. A condição é considerada uma doença crônica e pode chegar a durar pela vida inteira do paciente.
Quem tem agorafobia sente medo de lugares e situações que possam gerar crises de pânico. Ou seja, uma pessoa agorafóbica pode acometer pessoas em lugares públicos comuns, como o transporte público ou lojas. Em outras palavras, a fobia se manifesta em situações em que a pessoa se sinta presa, desprotegida ou intimidada.
Principais sintomas
- Estar no meio de uma multidão
- Ficar em espaços fechados como elevadores ou salas de cinema
- Ficar em espaços abertos como parques ou shoppings
- Andar de transporte público cheio
- Estar sozinho fora de casa
Causas
Antes de tudo, é importante destacar que uma das principais causas da agorafobia inclui condições de genética e saúde. Ou seja, o histórico de casos na família pode fazer a diferença. Além disso, temperamento e o estresse gerado em diferentes experiências também pode contribuir para o desenvolvimento do quadro.
Uma pessoa que passa por crises de ansiedade repentinas, por exemplo, pode apresentar a condição. Isso porque o medo de que o ataque possa se repetir em situações variadas é capaz de alimentar ainda mais a ansiedade.
Apesar de poder começar na infância, geralmente a condição aparece entre o final da adolescência e o início da vida adulta. Por outro lado, adultos com mais de 35 anos também podem apresentar agorafobia. O diagnóstico costuma ser mais frequente em mulheres.
A condição também pode ser motivada por alguns fatores de risco, bem como:
- Diagnóstico prévio de transtorno de pânico ou outras fobias
- Medo excessivo durante ataques de pânico
- Experiências marcantes e/ou traumáticas, como acidentes, morte ou abuso
- Comportamento ansioso ou nervoso
Agorafobia e ansiedade
As crises de ansiedade são provocadas pelo medo de não conseguir por fim à crise ou conseguir ajuda no momento. Desse modo, é comum que os diagnósticos só aconteçam depois de um ou mais ataques de pânico percebidos pelo paciente. Assim, com medo de novos ataques, passa a desenvolver um quadro de ansiedade ao antecipar que ele pode acontecer novamente.
É comum que a ansiedade provoque dificuldade do paciente estar em lugares onde há aglomeração de pessoas. Por isso, agorafóbicos podem sentir a necessidade da companhia de um parente ou amigo para estar em lugares públicos.
Em casos mais graves, a ansiedade pode ser tamanha que faz com que a pessoa não consiga sair da própria casa.
Agorafobia e transtorno do pânico
Além de apresentar agorafobia, algumas pessoas combinam esse quadro com Transtorno ou Síndrome do Pânico. Dessa maneira, a ansiedade se manifesta com ataques de medo extremo que podem incluir sintomas físicos. Durante ataques extremos, a pessoa pode sentir que perdeu totalmente o controle e ser acometida com um ataque cardíaco fatal.
Além de frequência cardíaca acelerada, outros sintomas incluem sensação de falta de ar e dor no peito, bem como tontura e sensações de formigamento. Além disso, alguns pacientes podem suar em excesso, sentir tremores ou calafrios e até mesmo crises de vômito ou diarreia.
Tratamento
Não existem formas de prevenir a agorafobia. O tratamento efeito inclui o acompanhamento em psicoterapia, bem como medicação. Geralmente, a terapia vai tentar ensinar habilidades específicas para que cada paciente consiga lidar com a ansiedade. Dessa forma, será possível realizar, gradativamente, atividades que podem gerar ansiedade.
Em alguns casos, a psicoterapia com realidade virtual pode contribuir nessa redução do medo em lugares seguros.
Além disso, a medicação também é uma ferramente importante para o combate da condição. Isso porque um remédio pode trazer equilíbrio químico nas conexões dos neurônios. Ou seja, é capaz de reduzir processos patológicos causados por uma possível vulnerabilidade genética.
Fontes: Vittude, MSD Manuals, Zenklub
Imagem de destaque: Medical News Today