Em primeiro lugar, o animal mais resistente do mundo é o tardígrado. Nesse sentido, refere-se ao filo de animais microscópicos segmentados, com relação próxima aos artrópodes. No geral, tem o nome popular de ursos-d’água ou targídrados por conta da adaptação do nome do filo tardigrada.
A princípio, são animais extremamente resistentes, porque sobrevivem em temperaturas que variam do zero absoluto até os 150 ºC. Além disso, suportam a pressões de 6 mil atmosferas e 5 mil Gy de radiação, o que é mil vezes mais do que um ser humano suporta. Curiosamente, enviou-se essas espécies para o espaço em 2007, expondo-os ao vácuo, onde é impossível respirar.
Entretanto, no retorno, percebeu-se que um terço das espécies enviadas estavam vivas. Sendo assim, concluiu-se que eles são os únicos animais nativos do planeta Terra que conseguem sobreviver às condições do espaço sem a ajuda de equipamentos. Mais ainda, cerca de 10% dos sobreviventes ainda conseguiram se reproduzir, produzindo ovos que eclodiram normalmente.
Apesar disso, o animal mais resistente do mundo têm baixa expectativa de vida. Porém, possuem um recurso de sobrevivência estabelecido sobre a dormência completa, onde eles se encolhem e se desidratam. Nesse sentido, chegam a desligar todos os sistemas e processos biológicos, de modo a ampliar a sobrevivência por longos anos independente do meio em que estão.
Por que é o animal mais resistente do mundo?
Antes de mais nada, os tardígrados têm corpos aproximadamente cilíndricos, com quatro pares de pernas atracadas no corpo. Porém, a maioria mede entre 0,3 e 0,5 mm de comprimento. Apesar disso, a maior espécie pode alcançar 1,2 milímetros. Mais ainda, o corpo possui quatro segmentos, com pares de perna sem articulações, mas oito patas com garras.
Nesse sentido, a carapaça é composta por quitina, com trocas periódicas que contribuem à sua resistência à pressão e altas temperaturas. Sendo assim, sobrevivem à condições extremas de temperatura, pressão, desidratação, radiação e até mesmo ao espaço sideral, como citado anteriormente.
Em resumo, estima-se que o tardígrado é o animal mais resistente do mundo porque consegue, por exemplo, sobreviver quase por uma década quando está dessecado. Ademais, vivem normalmente à exposição ao vácuo ou a pressões altas, além da radiação solar. No geral, o fazem porque utilizam da suspensão do organismo para preservar nutrientes.
Acima de tudo, também conseguem suspender o metabolismo de maneira reversível, entrando naturalmente no estado de criptobiose. Desse modo, reduzem o metabolismo a menos que 0,01% do normal, com a quantidade de água caindo a até 15 do normal. Portanto, ainda que existem somente 1.300 espécies desses animais, todos possuem essas habilidades de sobrevivência.
Curiosidades sobre os animais
Curiosamente, as espécies também produzem um brilho azul intenso como mecanismo de defesa em caso de exposição à radiação ultravioleta. Basicamente, cientistas publicaram um estudo na revista Biology Letters sobre como os animais estavam absorvendo a radiação fatal e convertendo em uma luz azul inofensiva dentro do próprio organismo.
No geral, os cientistas observaram que quanto mais fluorescente é o tardígrado, mais resistente ele é. Mais ainda, estima-se que após uma hora de exposição aos raios ultravioleta, 60% dos animais mais fluorescentes sobreviveram mais de 30 dias. Em contrapartida, os menos fluorescentes morreram em 20 dias.
Por outro lado, estima-se que eles ainda são capazes de gerar uma espécie de casulo de vidro ao redor do próprio corpo. Portanto, o animal mais resistente do mundo utiliza proteínas específicas chamadas de TDPs. Em outras palavras, as proteínas intrinsecamente desordenadas tomam formato gelatinoso quando existe água em volta, mas em ambientes secos elas formam o vidro.
Sobretudo, esses animais tem aparição esporádica em canais especializados em vida animal, como o Animal Planet. Portanto, estima-se que até recentemente esse filo era desconhecido. No entanto, no filme Homem-Formiga e a Vespa de 2018, na cena em que Scott Lang encolhe-se para acessar o reino quântico há mais de uma ocasião em que esses animais aparecem com detalhes.
Por fim, estima-se que esses animais sobrevivem às cinco principais extinções em massa ocorridas na Terra. Sobretudo, concluiu-se isso a partir de registros de fósseis dessa espécie datados a mais de 500 milhões de anos atrás. Ou seja, eles já existiam quando outros animais estavam surgindo no mundo.
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Imagens: Segredos do Mundo