Aranha viúva negra é, na verdade, o nome dado a um conjunto de espécies do gênero Latrodectus. De acordo com os números conhecidos atualmente, há 31 aranhas dentro da categoria no mundo todo.
Popular por sua aparência, as viúvas negras nem sempre são encontradas da mesma forma. No Brasil, por exemplo, as espécies não são pretas com uma espécie de ampulheta vermelha no abdômen. As espécies de aranha viúva negra encontradas por aqui costumam ser marrons.
Apesar das diferenças entre espécies, todas elas compartilham traços em comum, típicas da família.
Habitat e alimentação
Entre essas aranhas, a fêmeas são maiores, chegando a 1 cm de comprimento e 3 de envergadura. Os machos, ficam entre 3 a 6 mm. Elas vivem principalmente em teias, mas também em buracos no solo, fendas de barrancos, árvores, troncos podres, cupinzeiros, etc.
Em ambientes internos, se instalam em armazéns, depósitos e inclusive dentro de residências humanas. Além disso, como são sedentárias, uma vez que passam a viver num lugar, dificilmente saem dali.
Nem todas as aranhas produzem teias, mas quando fazem isso, dependem praticamente delas para exercer suas funções. Isso porque essas espécies possuem a visão muito limitada. A teia, então, é fundamental para a alimentação.
No momento em que as presas tocam a teia, produzem vibrações sentidas pela aranha. Nesse momento, cada espécie age com um tipo de ataque próprio. Uma vez que a presa é capturada, a ranha injeta seu veneno e utiliza os mesmos fios da teia para envolver e imobilizar a vítima.
partir daí, a saliva passa a agir com o veneno e começa a digestão, fora do corpo da aranha. Só quando a vítima é transformada num caldo, é sugada pela aranha, que finaliza o processo digestório. Algumas espécies, no entanto, preferem roubar presas capturadas de outras aranhas.
Do outro lado da cadeia alimentar, as aranhas precisam tomar cuidado com sapos, pássaros e lagartos.
Reprodução da aranha viúva-negra
Machos e fêmeas possuem aberturas genitais na parte ventral do abdômen, onde os órgãos reprodutores ficam localizados. Nas fêmeas, entretanto, há duas delas, para que os órgãos masculinos (êmbolos) se encaixem.
Para atrair as fêmeas, os machos produzem uma teia e ejaculam uma porção de sêmen. Logo após esse processo, realizam uma dança do acasalamento que pode ser percebida por meio dos movimentos e vibrações nas teias das fêmeas.
Ao fim do processo, a retirada do órgão sexual masculino é tão intensa, que ele pode se romper. É por isso, inclusive, que os machos podem acabar morrendo, com uma espécie de hemorragia. Dessa forma, as viúvas negras não são responsáveis por matar os parceiros, como se acredita. Elas, no entanto, se aproveitam das mortes eventuais e se alimentam do cadáver para repor as energias.
Após a cópula, as fêmeas depositam ovos, que ficam guardados dentro de uma bolsa feita com fios de seda.
Veneno e picadas
Os acidentes envolvendo picadas de aranhas viúva-negra são chamados de Latrodecitismo (do gênero Latrodectus). No Brasil, eles ocorrem principalmente na região Nordeste, mas não são frequentes contra humanos. As picadas são provocadas apenas por fêmeas e costumam acontecer quando elas são pressionadas contra o corpo.
Logo após uma picada, há sinais de dor no local. Elas podem variar de intensidade e evoluem para uma sensação de queimação de 15 a 60 minutos após o ocorrido. Além disso, pode-se observar lesões com uma ou duas perfurações entre 1 e 2 mm. Também podem ser observados sinais de hiperestesia, placa urticariforme e infartamento ganglionar.
Em vários casos, é comum haver tremores, contrações espasmódicas dos membros, sudorese local, ansiedade, excitabilidade, insônia, cefaleia, prurido, eritema de face e pescoço, dor no tórax com sensação de morte eminente, taquicardia inicial e hipertensão seguidas de bradicardia.
O veneno da aranha viúva negra age sobre terminações nervosas sensitivas, o que provoca a dor. Além disso, também afetam o sistema nervoso autônomo, liberando neurotransmissores adrenérgicos e colinérgicos.
Os sintomas podem ser tratados com compressas mornas na área atingida, bem como com analgésicos. Em casos em que a dor é intensa, utiliza-se até mesmo morfina. Quando não tá tratamento com soro, o paciente deve ficar sob observação, num hospital, por pelo menos 24 horas. Por outro lado, quando ele acontece, a recuperação pode ser observada de 30 minutos a 3 horas.
Fontes: InfoEscola, Estudo Prático, Ninha, Mega Curioso
Imagem de destaque: National Geographic