A teoria sobre o bombardeio de asteroides é de conhecimento dos geólogos desde a década de 1970. Porém, não se tinha conhecimento a respeito da frequência do choque entre esses corpos celestes. Além disso, não sabiam dizer de que forma isso afetou a atmosfera da Terra, principalmente no que diz respeito aos níveis de oxigênio.
A princípio, sabe-se que no período Éon Arqueano a Terra dependeu do oxigênio para o desenvolvimento da vida complexa. Sobretudo, essa fase corresponde ao tempo de mais de 4 bilhões de anos, onde o planeta também lidava com bombardeios de cometas e asteroides. Como consequência, conhece-se hoje que esses choques afetaram profundamente a química primitiva da Terra.
Ademais, grande parte das crateras e formações geológicas de destaque no mundo hoje são herança desse período. Ou seja, surgem em decorrência de grandes asteroides que atingiram a superfície terrestre e deixaram suas marcas por séculos. No entanto, um estudo recente da Universidade de Harvard respondeu grandes dúvidas sobre essa questão.
Em resumo, a equipe de Nadja Dragon professora assistente de ciências terrestres e planetárias de Harvard analiso vestígios de asteroides antigos. Mais ainda, reconstruíram os efeitos de suas colisões para entender melhor a cronologia. Como consequência, descobriram que o bombardeio de asteroides aconteceu com maior frequência.
O que significa a descoberta sobre o bombardeio de asteroides?
Basicamente, porque o bombardeio de asteroides aconteceu com maior frequência do que se pensava anteriormente, estima-se que houve um atraso no acúmulo de oxigênio no planeta. Como consequência, o desenvolvimento da vida aconteceu de forma mais lenta, pois esses corpos celestes afetaram diretamente a química da Terra.
Sobretudo, a baixa disponibilidade de oxigênio na atmosfera impediu que os seres vivos primitivos produzissem energia por meio da respiração. Mais ainda, os estudos revelam que os bombardeios de asteroides atingiam o planeta a cada 15 milhões de anos. Ou seja, cerca de 10 vezes mais do que os modelos prévios indicavam.
Ainda que um intervalo de 15 milhões de anos pareça algo estrondoso, numa perspectiva astronômica é um intervalo curto. Em especial quando se leva em conta um período primitivo, como o que a Terra viveu há 4,5 bilhões de anos. Além disso, a pesquisa liderada por Simone Marchi criou modelos computacionais que simulam esses impactos.
Dessa forma, pode-se observar no vídeo anterior que não eram colisões pontuais. No geral, ainda que atingissem um ponto específico do planeta, tinham um impacto de milhões de quilômetros. Portanto, o bombardeio de asteroides afetavam áreas diversas, principalmente quando se considera a maior frequência do que se sabia anteriormente.
Curiosamente, os estudos foram possíveis por decorrências das esferas de impacto. Ou seja, justamente pelas crateras e buracos que esses corpos celestes criaram na superfície terrestre. Apesar disso, os marcadores químicos naturais dessas formações são difíceis de encontrar, porque grande parte está coberto pelo solo terrestre.
Sendo assim, estima-se que o bombardeio de asteroides criou efeitos acumulados a partir dos impactos. Como consequência, criou-se um reservatório que sugou a maior parte do oxigênio da atmosfera. Dessa maneira, cientistas afirmam que os asteroides “asfixiaram” o surgimento de vida na Terra.
Como surgiu a vida no planeta?
Posteriormente, o bombardeio de asteroides teve uma queda em sua frequência. Em resumo, os estudos orientados pela Simone Marchi, uma cientista do Southwest Research Institute em Boulder, Colorado, mostraram que houve uma diminuição natural. Portanto, na medida em que o Universo se desenvolvia ao redor da Terra, os asteroides sofriam influências.
Como exemplo, pode-se citar o desenvolvimento dos campos magnéticos que existem no Sistema Solar. Sobretudo, estima-se que eles exerçam uma grande força, ainda que sutil, capaz de afetar a rota de satélites, asteroides e cometa. Por isso, muitas vezes lê-se notícias sobre cometas que passariam na atmosfera da Terra tendo um desvio na sua trajetória.
Porém, esse fenômeno pode acontecer em decorrência de outras interferências, como choque com outros corpos celestes ou impacto dos ventos solares. Apesar disso, a pesquisa revelou que a queda na frequência permitiu que começasse uma verdadeira transformação na química da superfície terrestre.
Acima de tudo, isso aconteceu justamente porque houve maior disponibilidade de oxigênio. Curiosamente, chama-se esse momento de Grande Evento de Oxidação. Porque havia mais oxigênio, as primeiras formas de vida começaram a interagir com a substância e formar o que se tem atualmente como espécies primitivas.
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