Poucas coisas são tão irritantes quanto ser atacado por mosquitos, especialmente nos dias mais quentes ou ao ar livre. Mas, para alívio de muita gente, os repelentes estão aí para ajudar a afastar esses visitantes indesejados e reduzir o risco de picadas. Mas afinal, como funciona o repelente?
Esse produto cria uma espécie de escudo invisível na pele, dificultando que os insetos detectem o cheiro humano e se aproximem. Dependendo da composição, a proteção pode durar algumas horas, sendo uma grande aliada contra doenças transmitidas por mosquitos, especialmente quando a gente pensa em dengue e o zika vírus.
E aí, vamos saber um pouco mais sobre como funcionam os repelentes? Boa leitura!
Como funciona o repelente de insetos?
Não tem jeito, o repelente é uma das formas mais eficazes para manter os insetos longe, especialmente os mosquitos. Mas já parou para pensar como funciona o repelente?
O segredo está em como os mosquitos percebem o mundo ao nosso redor. Isso porque o nosso corpo libera uma série de odores, como o dióxido de carbono e compostos liberados pelo suor, que servem como um verdadeiro “GPS” para esses insetos.
Enquanto nós não sentimos esses cheiros, eles têm antenas altamente sensíveis que captam essas pistas químicas.
Logo, é exatamente aí que o repelente entra em ação. Quando aplicado na pele, ele cria uma barreira química que interfere nos sensores dos mosquitos, confundindo ou bloqueando sua capacidade de nos localizar. O especialista Sérgio Bocalini, biólogo e vice-presidente executivo da Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas (Aprag) fala um pouquinho sobre isso:
O repelente não chega a provocar a morte do inseto, mas promove esse efeito de irritação, fazendo com que ele não permaneça mais no local. Ele não vai ficar próximo e não vai desferir picadas naquela pessoa.
Hoje, no mercados, os principais ingredientes ativos, como DEET ou Icaridina, são os responsáveis por esse efeito. Eles não matam os insetos, mas deixam eles um pouquinho desorientados, tornando difícil identificar os odores que eles normalmente seguiriam.
Qual é a composição dos repelentes?
IR 3535
O IR 3535 é um composto muito recomendado para o uso em crianças por ser considerado seguro e causar menos irritação para a pele. Ele é um derivado de aminoácidos naturais e funciona criando uma barreira de proteção que afasta os insetos sem causar danos ao meio ambiente ou à saúde.
Antes de aplicá-lo na pele, é importante verificar a concentração do produto, já que ela influencia diretamente no tempo de proteção, que geralmente varia entre 4 a 8 horas. Vale sempre conferir o rótulo para garantir que o repelente seja adequado à faixa etária e reaplicá-lo conforme necessário para manter sua eficácia.
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DEET
O DEET, ou N,N-Dietil-meta-toluamida, é um dos compostos mais comuns nos repelentes e foi desenvolvido originalmente pelo exército americano na década de 1940 para proteger os soldados em áreas tropicais.
Após ser disponibilizado ao público, tacabou por ser uma referência em proteção contra mosquitos e outros insetos. Ele age interferindo nos receptores sensoriais dos mosquitos, tornando difícil para eles detectarem o cheiro humano.
Apesar de sua eficácia comprovada, de acordo com especialistas, o DEET não é recomendado para crianças menores de 2 anos devido ao risco de reações adversas. Além disso, vale lembrar que a duração da proteção varia conforme a concentração do produto, podendo durar de 2 a 8 horas, o que o torna prático em diversas situações, não é?
Icaridina
Por fim, a Icaridina é uma das substâncias mais recomendadas por especialistas e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por ser mais eficaz contra insetos, com uma duração que pode chegar a impressionantes 10 horas.
De acordo com especialistas, a sua fórmula não só proporciona uma proteção prolongada, mas também é versátil, sendo adequada para diferentes climas e regiões, inclusive áreas tropicais que acabam demandando uma atenção mais apurada sobre a presença de mosquitos.
Tipos de repelentes
De corpo/pele
Os repelentes podem ser utilizados de diferentes maneiras, sendo um dos mais comuns os de aplicação na pele, que funcionam como uma espécie de cosméticos. Eles criam uma barreira contra insetos, a qual afasta a presença desse bichinho indesejado.
Para garantir a eficácia, é importante aplicá-los corretamente, espalhando o produto nas áreas expostas do corpo, como braços, pernas e pescoço. A duração da proteção varia conforme a composição do repelente, como a gente já viu, sendo que aqueles à base de DEET, icaridina ou IR3535 costumam oferecer maior tempo de ação.
Por fim, é essencial reaplicar o repelente conforme a recomendação do fabricante, sobretudo em dias quentes ou após contato com água. Para uma proteção mais completa, ele pode ser combinado com outras medidas, como o uso de roupas longas e telas em janelas.
De ambientes
Os repelentes de ambientes, como os de tomada, geralmente apresentam uma ação mais intensa. Isso acontece porque eles não só afastam os mosquitos, mas também eliminam os que se aventuram por perto. Esses dispositivos funcionam liberando substâncias químicas no ar, criando um ambiente nada agradável para os insetos.
Diante disso, podem ser considerados uma boa opção para quem quer manter o ambiente protegido, mas é importante lembrar que o uso prolongado em locais sem ventilação pode não ser ideal, principalmente para pessoas com sensibilidade respiratória.
Já os repelentes à base de eucalipto, conhecidos por ter uma fórmula mais natural, agem principalmente como um afastador de insetos, criando uma barreira olfativa, semelhante ao repelente, que os desestimula a se aproximar.
Embora tenham uma eficácia menor quando comparados aos repelentes aplicados diretamente na pele, eles são uma escolha interessante para quem busca opções menos agressivas, especialmente em ambientes abertos ou para pessoas uma pele mais sensível.
Por mais eficazes que os repelentes sejam, a gente não pode deixar de esclarecer que nenhum oferece uma proteção de 100%. Por isso, o ideal mesmo é combinar estratégias, como uso de telas, roupas que cubram bem o corpo e repelentes em diferentes formatos, para minimizar o risco de picadas. Afinal, ninguém merece passar pelo desconforto que esses bichinhos causam, não é?
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- Fonte: Drauzio, Super Abril, Panvel
