A história das crianças verdes de Woolpit é um mistério medieval que intriga a Inglaterra do século XII até hoje. Tudo começou quando, durante uma colheita em Suffolk, dois garotinhos foram encontrados por moradores da vila.
Com a pele de uma cor verde incomum e falando uma língua estranha, eles despertaram a curiosidade da comunidade. Depois de serem levados para viver com uma família local, foi quando eles começaram a se adaptar e a trazer um pouco de sentido para esse mistério.
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As crianças verdes de Woolpit
A lenda conta que, lá no século XII, na Inglaterra, apareceram numa vila pequena duas crianças, um menino e uma menina, que, por algum motivo, estavam sozinhos. Isso por si só já era um pouco estranho, mas o que realmente chamou a atenção de todo mundo foi o fato de que eles não falavam uma palavra em inglês e tinham uma cor bem diferente: os dois eram verdes.
Sem saber o que fazer com os pequenos, um casal chamado Calne e Richard decidiu acolhê-los, imaginando que seria algo temporário, até que os pais das crianças aparecessem. Mas, segundo a história, isso nunca aconteceu.
A adaptação das crianças verdes foi bem difícil no começo. Elas simplesmente se recusavam a comer qualquer coisa que ofereciam. Porém, tudo mudou quando descobriram o feijão. Assim que começaram a se alimentar dele, a saúde dos dois começou a melhorar e, com o tempo, a cor verde de suas peles foi desaparecendo.
Infelizmente, mesmo com os cuidados de Calne e Richard, o menino acabou adoecendo e morreu. A menina, no entanto, sobreviveu. Ela cresceu, aprendeu a falar inglês e se adaptou aos costumes da nova vida e passou então a ser chamada de Agnes.
Uma vez que conseguiu se comunicar com os moradores, Agnes contou que ela e seu irmão vieram de um lugar misterioso, cheio de cavernas e passagens subterrâneas. Segundo ela, esse lugar era completamente escuro, sem luz do sol, e lá as pessoas tinham hábitos e uma alimentação bem diferentes. E o mais curioso: ninguém falava a língua da superfície, que era como ela se referia ao mundo exterior.
Os relatos sobre as misteriosas crianças verdes de Woolpit se baseiam principalmente em duas fontes históricas. Apesar disso, nenhum dos autores chegou a ter contato direto com as crianças. Ralph de Coggeshall, que era abade em um condado próximo, conhecia a história e, após conversar com Richard, o homem que adotou as crianças, registrou o caso em seu livro Chronicon Anglicanum, de 1189.
Outro autor que mencionou o caso foi o monge e historiador William de Newburgh, em sua obra Historia Rerum Anglicarum, publicada em 1220. Mesmo com esses relatos, a história das crianças, que surgiram em Woolpit com uma aparência estranha e uma língua desconhecida, não deixam de ser um verdadeiro mistério até hoje.
Explicações sobre as crianças verdes
Em 1998, o historiador Paul Harris trouxe uma nova perspectiva sobre o episódio das crianças de Woolpit. Ele sugeriu que, na realidade, as crianças poderiam ter se escondido nas florestas da região, desenvolvendo anemia por falta de alimentação adequada. Hoje, essa condição pode ser associada à clorose, que causa um tom de pele esverdeado devido à anemia severa.
Além disso, a privação alimentar e os eventos traumáticos poderiam ter prejudicado a memória e a capacidade de raciocínio das crianças, explicando a versão cheia de fantasia contada por Agnes. Segundo a principal teoria atual, essas crianças verdes estariam fugindo da perseguição do rei Henrique II contra os flamengos. Nesse contexto, o local subterrâneo do qual ela dizia morar poderia ser o vilarejo de Fornham St. Martin, que foi destruído pelo exército britânico.
Diante dessas observações, esses detalhes ajudam a entender o mistério que envolve essa história, mostrando como fatos históricos e interpretações modernas podem se cruzar e dar novas cores ao que parecia apenas uma lenda.
E aí, o que achou de saber um pouco mais sobre esse mistério que envolve as crianças verdes? Conta pra gente! Aproveite e leia também: 6 crianças especiais que sofrem de condições raríssimas
- Fontes: Mega Curioso, History, Site de Curiosidades, Epoch Times