Em primeiro lugar, o deus Rá é o deus do Sol no Egito Antigo. Porém, também ficou conhecido como o criador do mundo, dos deuses e da humanidade. Portanto, recebeu títulos como “Pai dos deuses” e “Pai dos homens”, entrando na história egípcia como protetor do Egito.
Nesse sentido, Rá teve um culto próspero e profundo nessa civilização. Mais do que a divindade central do panteão egípcio, essa divindade é considerada um deus primordial. Ou seja, esteve presente na criação do próprio Universo e veio antes de todas as outras coisas, seja a natureza, os seres humanos ou até outros deuses.
No geral, os deuses egípcios estão associados a fenômenos da natureza. Sendo assim, a representação do deus Rá envolve um Sol do meio-dia e um obelisco como insígnia. Basicamente, esse obelisco era um dos próprios raios solares que ele manipulava.
Ademais, os deuses egípcios também adotavam um formato zoomorfizado. Em outras palavras, tinham características humanas e animais misturadas, tendo em vista o viés naturalista das religiões egípcias. Desse modo, o deus do Sol em sua forma animal poderia transformar-se em falcão, leão, gato ou até no famoso pássaro Benu.
História do deus Rá
Sobretudo, o deus Rá representava as quatro fases do Sol. Nesse sentido, personificava o nascer do Sol, o Sol do meio-dia, o pôr-do-sol e por fim o anoitecer. Entretanto, grande parte de suas representações o apresentam majoritariamente na fase do meio-dia, quando acreditavam que ele tinha maior força.
No que diz respeito ao seu nascimento, existem incontáveis versões. Porém, a que prevalece é que Rá teria nascido do próprio Oceano Primordial, também chamado de Nun. Além disso, teria surgido dentro das pétalas de uma flor de lótus.
Contudo, as histórias sobre seu nascimento afirmavam que Rá saía de dentro da flor de lótus pela manhã e só retornavam à noite. Desse modo, as pétalas da flor de lótus se fechavam para guardá-lo do mundo. Apesar disso, existem versões que afirmam o nascimento do deus a partir do animal mitológico fênix.
Em resumo, essa ave teria pousado sobre a Pedra Benben, considerada o ponto sagrado mais importante do santuário de Rá. Logo em seguida, a fênix teria ecoado seu canto por todos os pedaços do mundo, anunciando o nascimento de Rá.
No geral, o deus Rá é conhecido por ter criado tudo que existe no mundo, principalmente os seres humanos. Antes de mais nada, os egípcios acreditavam que a humanidade e os seres vivos eram fruto das lágrimas e do suor de Rá. A principio, essa criação teria acontecido após uma árdua luta entre os deuses Chu e Tefnut na busca pelo Olho de Rá.
Porque tiveram que batalhar contra o símbolo, que era independente de seu mestre, lágrimas e suor surgiu de Rá. Consequentemente, a humanidade e os primeiros seres vivos surgiram.
Curiosidades e outras histórias
Primeiramente, o deus Rá foi o primeiro rei da Terra, tendo em vista que foi seu criador. Desse modo, tornou-se governador do mundo, tendo outros deuses menores como ministros e assistentes. Como consequência, o período do reinado do deus Sol entrou na história do Egito como “Primeiro Tempo”, uma época em que deuses e homens viviam lado a lado na Terra.
Contudo, a rigidez da divindade fez com que ele ganhasse inimigos, porque outros seres vivos sentiam-se incomodados com sua supremacia. Nesse sentido, quando Rá envelheceu, deuses e homens passaram a armar contra ele. Sobretudo, a história mais contada envolve a enrascada criada pela deusa Ísis, que queria ser a deusa de todas as deusas.
Basicamente, caso a deusa descobrisse o nome secreto de Rá ela poderia controlá-lo e obter um poder supremo. Portanto, ela moldou uma serpente a partir dos fios da barba do deus e ordenou que ela o atacasse. Eventualmente, o plano deu certo e, fingindo-se de inocente, Ísis disse que o único jeito de salvá-lo era por meio da revelação do seu nome secreto.
Porém, Rá a fez prometer só contar o segredo para seu filho Hórus. No geral, essa história serve para explicar como o poder supremo do Egito Antigo foi transferido para Ísis. Além disso, por meio dessa artimanha seu marido Osíris também ascendeu ao poder. Entretanto, Hórus manteve-se como descendente do trono, em respeito à promessa.
A partida do deus Rá
Por fim, a história prossegue narrando como o Primeiro Tempo teve fim. Porque estava envelhecendo, os homens começaram a se rebelar contra o domínio do deus Rá. Apesar disso, o deus do Sol buscou controlar a situação para evitar conflitos com sua própria criação.
Nesse sentido, a divindade reuniu os outros deuses e todos pensaram em ações de contingência. Porém, por serem seres místicos houve uma grande dificuldade em entender o que se passava com os humanos. Como consequência, os conflitos se aprofundaram, na medida em que os deuses agiam de maneira errada.
Por exemplo, em uma das versões sobre esse período, o deus Rá enviou Hator para controlar a situação. Sobretudo, os homens estavam fugindo para as montanhas, abandonando as cidades. Contudo, o enviado quase aniquilou a humanidade no processo de controlá-los, o que fez o deus do Sol desistir da ideia, porque não queria destruir sua criação.
Entretanto, o velho Rá acabou se afastando definitivamente da Terra, em especial por estar exausto de tantos conflitos. Eventualmente, encaminhou-se para o céu na companhia de todos os outros deuses.
Sendo assim, esse foi o ponto em que houve a separação entre o céu e a Terra, porque os deuses tomaram forma de estrelas no céu. Sobretudo, essa linha narrativa explica quando o mundo dos deuses e dos seres humanos foi separado no Egito Antigo.
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Fontes: Hipercultura | Toda Matéria | Infoescola
Imagens: História Livre | Anel Atlante