Em primeiro lugar, Érebo é um dos deuses primordiais da mitologia grega. Nesse sentido, faz parte da criação do Universo e antecede o surgimento dos doze deuses do Olimpo. Sobretudo, essa divindade personifica o mau e as trevas, sendo conhecido como o deus da escuridão.
Curiosamente, o deus da escuridão é irmão de Nix, a deusa da noite. Por outro lado, ele mora em um lugar escuro e vazio chamado Vácuo, localizados acima dos domínios de sua irmã. Desse modo, o reino de Érebo são espaços escuros e sem vida.
Mais ainda, estima-se que essa divindade tenha surgido do deus Caos, que foi quem iniciou o surgimento do Universo na mitologia grega. Sendo assim, ele e sua irmã gêmea nasceram de cisões como as que acontecem com seres unicelulares. Em outras palavras, a partir de pedaços do deus Caos eles tomaram forma.
Portanto, passaram a ser os deuses mais velhos e ancestrais logo após o pai. Ademais, a própria etimologia do nome Érebo significa sombra ou escuridão profunda. No geral, acredita-se que essa divindade foi responsável por criar as Trevas, um espaço de onde posteriormente seria retirado a matéria cósmica para criar o submundo de Hades.
Origem e mito de Érebo
Como citado anteriormente, Érebo faz parte do panteão de deuses primordiais, sendo filho do deus Caos. Sendo assim, é uma das primeiras divindades a surgir no Universo, desempenhando um importante papel com sua irmã no que diz respeito à noite escuridão. Comumente, estima-se que essa divindade foi responsável por personificar o pano de fundo do céu de onde surgiriam as estrelas.
Contudo, Érebo também desposou de sua irmã Nix, pois na mitologia grega a genealogia se mistura. A partir dessa união surgiram outros dois deuses primordiais: Éter, também conhecido como a Luz celestial, e Hemera, que personifica o Dia.
A princípio, a divindade e sua irmã eram poderes supremos, de modo que poderiam retirar até mesmo a imortalidade dos deuses. Nesse sentido, estima-se que o deus da escuridão surgiu como parte do próprio universo, personificando uma parte dos cosmos e os buracos negros.
Primeiramente, Érebo planejou liberar os titãs aprisionados pelos olimpianos após a chamada Titanomaquia. Contudo, sua irmã e esposa armou uma emboscada com Zeus e Hades. Sobretudo, ela temia o poder do irmão e o que ele faria com o domínio os titãs.
Portanto, os três utilizaram de seus poderes para jogar Érebo no chamado rio infernal Aqueronte, ou o rio da morte. Assim, esse era um mitológico corpo de água capaz de enfraquecer o mais forte dos deuses. Desse modo, foi criado para manter o equilíbrio.
Logo em seguida, os três enviam seu corpo enfraquecido para o Tártaro, onde ele fica aprisionado. Eventualmente, ele se torna uma potência esquecida e abandonada.
Porém, é dele que surge a matéria prima e o nome que inspira o reino de Hades, por onde os mortos devem passar logo após falecerem. Resumidamente, Caronte faria com que os falecidos passassem pelo rio Aqueronte, entrando no Tártaro e alcançando o submundo.
Simbologia e associações
Primeiramente, é comum que haja uma grande associação entre Érebo e Hades. Sobretudo, esse processo ocorre pela influência do deus da escuridão no reino do submundo, tendo em vista que este somente surgiu a partir de Érebo. Porém, na medida em que o deus primordial foi desaparecendo da história, grande parte de suas atribuições foram relacionadas a Hades.
Sendo assim, é comum que o deus do submundo seja também chamado de deus das trevas, da escuridão e da maldade. Contudo, cabe relembrar que Érebo surgiu antes mesmo dos olimpianos, sendo uma força ancestral e primária. Apesar disso, esse mesmo processo acontece com o deus primordial Hélio e o deus Apolo.
Curiosamente, o fato de que Nix e Érebo são pais de Hemera forma uma simbologia comum na mitologia grega. Em especial, é comum encontrar dualidades e dicotômicas nos mitos e na origem dos deuses, o que não é diferente nessa narrativa. Basicamente, Hemera simboliza o Dia, enquanto seus pais são a Noite e a Escuridão.
Portanto, há um certo equilíbrio na genealogia desses deuses primordiais, que produziram suas contrapartes a fim de criar equilíbrio na natureza. Por fim, o deus da escuridão personifica a maldade e a vilania no panteão dos deuses, de modo que sua irmã e esposa seja uma versão mais justa enquanto ele represente o extremo.
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Fontes: Spartacus Brasil | Wiki | Portal dos Mitos | WikiFandom
Imagens: Amino | Pixabay