Branca de Neve e os Sete Anões é um dos contos de fadas mundialmente famosos com centenas de versões diferentes. A versão mais famosa é provavelmente a dos irmãos Grimm. Ao mesmo tempo, essa versão também ganhou edição do folclorista Andrew Lang e finalmente foi eleita por Walt Disney para ser seu primeiro filme de animação. Mas qual é a história real de Branca de Neve? Confira a seguir.
Versão da Disney de Branca de Neve e os Sete Anões
Nos cinemas, Branca de Neve e os Sete Anões apareceu pela primeira vez no ano de 1937. Ele retrata uma princesa solitária chamada Branca de Neve, que vive sozinha com sua madrasta malvada e vaidosa.
A madrasta tem ciúmes de Branca de Neve e pergunta a seu Espelho Mágico todos os dias quem é a “mais bela de todas”. Um dia, o Espelho responde que Branca de Neve é a mais bela da terra; furiosa de ciúme, a madrasta ordena que Branca de Neve seja levada para a floresta e morta.
Com efeito, o Caçador ordenado a matar Branca de Neve não consegue fazê-lo, então ela sobrevive e acaba morando em uma cabana na floresta com sete anões.
A partir daí, a história envolve um romance de conto de fadas com o Príncipe Encantado, e mais tentativas de assassinato (desta vez via maçã envenenada) pela Madrasta que se disfarça como uma vendedora de maçãs, quando ela descobre que Branca de Neve ainda está viva.
Certamente, não seria um filme da Disney se não tivesse um final feliz. Então, a madrasta morre e Branca de Neve é salva pelo beijo do Príncipe Encantado. Por fim, todos vivem felizes para sempre, inclusive os anões.
História real de Branca de Neve
É importante notar que a verdadeira história por trás de Branca de Neve não foi comprovada, mas existem algumas teorias. A primeira delas diz que a personagem de Branca de Neve foi baseada em Margaretha Von Waldeck, uma condessa alemã que nasceu em 1533.
De acordo com a história, a madrasta de Von Waldeck, Katharina de Hatzfeld, também não gostava dela e pode até tê-la matado. Depois que Von Waldeck desagradou seus pais por ter um caso de amor com Filipe II da Espanha, ela morreu repentinamente, provavelmente envenenada, com apenas 21 anos de idade.
Outra teoria é que Branca de Neve é baseada em Maria Sophia Margaretha Catharina Freifräulein von Erthal, uma nobre do século XVI. Os historiadores dizem que von Erthal também tinha uma madrasta que não gostava dela.
Ademais, a teoria fica ainda mais forte pelo fato de que, supostamente, o pai de von Erthal presenteou sua madrasta com um espelho que dizia ser mágico e falante.
O caso de Maria Sophia Von Erthal
Para corroborar a teoria, um museu alemão afirma ter encontrado a lápide há muito perdida da “verdadeira Branca de Neve”, depois que ela desapareceu há 215 anos.
O Museu Diocesano de Bamberg exibe a lápide de Maria Sophia von Erthal, que se acredita ser a inspiração do conto de fadas dos Irmãos Grimm de 1812, que mais tarde inspirou o filme de animação da Disney em 1937.
A lápide desapareceu em 1804 após a demolição da igreja em que enterraram Maria Sophia. Todavia, ela reapareceu em uma casa em Bamberg, no centro da Alemanha, e foi doada ao museu pela família.
Enquanto o Museu Diocesano Holger Kempkens diz que a ligação com o conto de fadas é apenas um boato, as pessoas da cidade de infância de Maria Sophia argumentam que os Irmãos Grimm usaram sua história e adicionaram elementos do folclore alemão a ela para criar a Branca de Neve.
Como resultado, diversas semelhanças foram vistas nas vidas da jovem Sophia e da personagem dos livros. Veja abaixo!
Semelhanças entre Sophia Von Erthal e Branca de Neve
Na década de 1980, um historiador local em Lohr, Dr. Karlheinz Bartels, pesquisou semelhanças entre a vida de Maria Sophia e o conto de fadas. Desse modo, elas incluíram:
A madrasta má
O pai de Maria Sophia, o nobre Philipp Christoph von Erthal, casou-se novamente após a morte da primeira esposa, e a madrasta de Sophia tinha a reputação de favorecer seus filhos naturais, bem como ser controladora e mesquinha.
Espelho na parede
A conexão aqui é que Lohr era um famoso centro de artigos de vidro e espelhos. Ou seja, o pai de Maria Sophia era dono da fábrica de espelhos, e os espelhos feitos eram tão lisos que “sempre falavam a verdade”.
A floresta
Uma floresta assustadora aparece no conto de fadas, e uma floresta perto de Lohr era um esconderijo bem conhecido para ladrões e animais selvagens perigosos.
A mina
No conto de fadas, Branca de Neve correu sobre sete colinas antes de chegar à cabana dos sete anões que trabalhavam em uma mina – e uma mina fora de Lohr, em estado de abandono, fica num local depois de sete colinas.
Os sete anões
Por fim, anões e/ou crianças trabalharam na mina Lohr e usavam capas como proteção contra a queda de pedras e sujeira.
Apesar dessas semelhanças entre a vida de Maria Sophia e o conto de fadas, a Branca de Neve da vida real não continuou a viver “felizes para sempre”. Maria Sophia nunca se casou e mudou-se cerca de 100 km de sua casa de infância para Bamberg, onde acabou ficando cega e morreu aos 71 anos.
Então, agora que você conhece a história real de Branca de Neve, confira também: Suzane von Richthofen: a vida da mulher que chocou o país com um crime
Fontes: Aventuras na História, Green Me, Recreio
Fotos: Pinterest