Chapeuzinho Vermelho é um clássico dos contos infantis mais duradouros que existem. A história, assim como Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela, A Bela Adormecida, Peter Pan e muitos outros contos de fadas moldaram nossa imaginação e até funcionaram como lições de moral que influenciaram milhões de crianças em todo o mundo. Mas, nem tudo é absolutamente mágico nesse conto, há uma história real de Chapeuzinho Vermelho, assustadora e macabra, a qual você irá conferir neste artigo.
Versões populares do conto
As versões anteriores desta história diferem da versão amplamente conhecida dos Irmãos Grimm.
Em suma, versão popular desta história apresenta uma menina com um manto vermelho com capuz (de acordo com a versão Le Petit Chaperon Rouge de Charles Perrault) ou um boné em vez de um capuz (de acordo com a versão Grimm, conhecido como Little Red-Cap).
Um dia ela vai visitar sua avó doente e é abordada por um lobo a quem ela ingenuamente diz para onde está indo. Na versão moderna mais popular do conto de fadas, o lobo a distrai e vai até a casa da avó, entra e a devora. Em seguida, ele se disfarça de avó e aguarda a menina, que também é atacada ao chegar.
Em seguida, o lobo adormece, mas um herói lenhador aparece e faz uma abertura no estômago do lobo com um machado. Chapeuzinho Vermelho e sua avó saem ilesos e colocam pedras no corpo do lobo, para que, quando ele desperte, não possa fugir e morra.
História real e origens de Chapeuzinho Vermelho
As origens do “Chapeuzinho Vermelho” remontam ao século X na França, onde os camponeses contavam a história que depois os italianos reproduziram.
Ademais, algumas outras versões com um título semelhante foram criadas: “La Finta Nona” (A falsa avó) ou “A história da avó”. Aqui, o personagem de um ogro substitui o lobo que imita a avó.
Nestes contos, muitos historiadores falam de canibalismo na trama, pois a menina confunde os dentes de sua avó com arroz, sua carne com bife e seu sangue com vinho, então ela come e bebe, e depois pula na cama com a besta e acaba sendo morta por ela.
Inclusive, algumas versões da história real de Chapeuzinho Vermelho incluem implicações ilícitas e envolvem uma cena em que a pequena garota é solicitada pelo lobo a tirar suas roupas e jogá-las no fogo.
Alguns folcloristas rastrearam registros de outras versões folclóricas francesas da história, nas quais a Ruivinha percebe a tentativa de trapaça do lobo e então inventa uma história do tipo “preciso desesperadamente usar o banheiro” para sua avó para escapar.
O lobo relutantemente aprova, mas a amarra com um cordão para impedi-la de fugir, mas ela ainda consegue escapar.
Curiosamente, essas versões da história retratam Chapeuzinho Vermelho como uma heroína corajosa que confia apenas em sua inteligência para evitar o horror, enquanto as versões “oficiais” posteriores publicadas por Perrault e Grimm incluem uma figura masculina mais velha que a salva – o caçador.
O conto ao redor do mundo
Existem várias versões do “Chapeuzinho Vermelho” que datam de quase 3.000 anos. Com efeito, acredita-se que na Europa, a versão mais antiga é uma fábula grega do século 6 aC, atribuída a Esopo.
Na China e em Taiwan, existe uma história que se assemelha a “Chapeuzinho Vermelho”. Chama-se “A Avó Tigre” ou “Grande Tia Tigresa” e remonta à Dinastia Qing (última dinastia imperial da China). O motivo, a ideia e os personagens são quase idênticos, mas o principal antagonista é um tigre em vez de um lobo.
A versão de Charles Perrault
A versão do folclorista e escritor francês Perrault da história no século 17 apresentava uma jovem vizinha de uma vila que, incrédula, compartilha o endereço de sua avó com um lobo. Em seguida, o lobo explora sua ingenuidade, pedindo-lhe para ir para a cama, onde ele a ataca e a come.
A moral de Perrault transforma o lobo em um aristocrata de fala mansa que seduz moças a bares para “devorá-las”. Na verdade, alguns estudiosos argumentaram que esta é uma história sobre estupro, dada a violência do conto.
Na encarnação francesa do século 17 de “Chapeuzinho Vermelho”, o lobo é claramente um sedutor que vagueia pelos salões franceses pronto para atacar moças desavisadas. É, portanto, uma metáfora para transmitir uma mensagem mais ampla sobre ocorrências de sedução ou estupro no mundo real.
A versão dos Irmãos Grimm
Dois séculos depois, os Irmãos Grimm reescreveram a história de Perrault. Todavia, eles também criaram sua própria variante, chamada Little Red Cap, na qual um caçador de pele de animal salva a menina e sua avó.
Os irmãos escreveram um volume da história em que Chapeuzinho Vermelho e sua avó encontram e matam outro lobo usando uma estratégia apoiada por sua experiência anterior.
Desta vez, a menina ignorou o lobo no mato, a vovó não o deixou entrar, mas quando o lobo se esgueirou, elas o atraíram com o cheiro de salsicha da chaminé sob a qual antes colocavam uma banheira cheia de água. Como resultado, o lobo mergulhou nela e se afogou.
Por fim, em 1857, os Irmãos Grimm concluíram o conto como o conhecemos hoje, reduzindo os tons sombrios de outras versões. Sua prática foi continuada pelos escritores e adaptadores do século XX que, na esteira da desconstrução, da análise com base na psicanálise freudiana e da teoria crítica feminista, produziram versões bastante refinadas do popular conto de fadas infantil.
Então, achou interessante a história real de Chapeuzinho Vermelho? Pois, confira a seguir: Irmãos Grimm – História de vida, referências e principais obras
Fontes: Mundo de Livros, A mente é maravilhosa, Recreio, Aventuras na História, Psicanálise Clínica
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