Atualmente, trocar mensagens via aplicativos se tornou parte do cotidiano de quase todo mundo. Ainda que o WhatsApp seja o recurso mais popular, ele está longe de ser o primeiro (e único) a ser criado. O ICQ, por exemplo, é um software de chat que fez muito sucesso no Brasil e no exterior, alguns anos atrás. Ele era uma espécie de programa que se instalava no computador e permitia encontrar pessoas e conversar com elas por meio de salas de bate papo.
Primeiramente, o ICQ foi criado ainda na época da internet discada, quando a rede chegava até a casa das pessoas por meio da linha de telefone.
Agora que você já tem um contexto, vamos aos dados. Em 2016, havia 11 milhões de usuários ativos do ICQ no mundo. No entanto, durante seu auge, o software chegou a ter cerca de 100 milhões de contas cadastradas.
A história do ICQ
Criado em 1996, o ICQ permitia criar páginas de bate papo, a fim de que as pessoas conversassem apenas com quem quisessem. Para conversar com alguém, bastava procurar a identificação do usuário no sistema. Desse modo, surgiu o nome do aplicativo.
ICQ é uma brincadeira com a frase “I seek you”. Em português, “eu procuro você”. Dessa maneira, os desenvolvedores do aplicativo deixavam clara a intenção do software em promover encontros virtuais.
A empresa responsável pela criação do ICQ era israelense e se chamava Mirabilis. Mas, em 1999, outra companhia, chamada AOL, comprou a Mirabilis. Consequentemente, ela passou a cuidar do software.
O ICQ foi criado para ser utilizado em sistemas operacionais Windows. No entanto, ele é (sim, ele ainda existe) um software de código aberto. Portanto, sua programação podia ser “copiada” por qualquer pessoa que soubesse como fazer. Desse modo, o software serviu de base para a criação de outras plataformas de chat, como o MSN.
Em 2010, o aplicativo foi vendido para a empresa Mail.ru Group. Apesar de ter perdido muitos usuários no Brasil por volta desse ano, em outros países ele continuou forte. Na Alemanha, por exemplo, em 2012, havia cerca de 6,9 milhões de usuários do chat.
Mesmo com outros aplicativos de mensagens instantâneas disponíveis, em 2014, o ICQ voltou a se popularizar. O software passou por adaptações ao longo dos anos e se modernizou, virando um aplicativo para celular. No ano em que isso aconteceu, ele ultrapassou Whatsapp, Facebook e Instagram na quantidade de downloads.
Mas, não se engane. O ICQ já tinha uma versão mobile antes mesmo da popularização dos aplicativos. A primeira versão do chat voltada para celulares foi lançada em, pasmem, 1999.
Como funciona o ICQ?
Ao longo de sua existência, o ICQ passou por diversas alterações. Em síntese, ao instalar o software, o usuário recebia um código de identificação conhecido como Unique Identification Number (UIN). Após criar a conta, os internautas logavam no sistema utilizando e-mail e senha pré-estabelecidos.
Inicialmente, o ICQ foi criado para ser usado com Windows. Mas, com o tempo, outros processadores passaram a ser aceitos pela plataforma. Após entrar no software, o usuário podia procurar pessoas conhecidas (ou não) no sistema de busca do programa.
Era possível procurar outros usuário do ICQ pelo e-mail, nome de usuário, idade, gênero, entre outros. Essa ferramenta de pesquisa permitia, além de conversar com pessoas já conhecidas, conhecer gente por perto.
De início, o layout do ICQ era bem simples, mas aos poucos foi sendo reestruturado. Além do chat, o software permitia também fazer chamadas de vídeo. E você aí achando que conversar por vídeo é coisa recente!
Outra ferramenta em que o ICQ foi pioneiro era o status. Assim como no MSN, no ICQ os usuários podiam definir se estavam ou não online ou ocupados, por exemplo. Além disso, existia uma função conhecida como “invisible list”, que permitia fazer uma lista de usuários que nunca te veriam online.
Mas, o avô do WhatsApp tinha outras funcionalidades igualmente interessantes. Havia também o modo “free chat” em que todas as solicitações de conversa eram aceita. Deste modo, dava para bater papo com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Decadência
Apesar de ainda existir, o avô do WhatsApp perdeu espaço. No Brasil mesmo pouquíssimas pessoas ainda utilizam o software. Isso porque outros aplicativos e programas de mensagem instantânea surgiram.
Além de várias outras opções para trocar mensagens, o software também acabou ficando defasado. A última versão do sistema, por exemplo, sequer tinha os emoticons/emojis, tão famosos e utilizados em outros programas como o MSN.
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