Leo Paixão é jurado do programa ‘Mestre do Sabor’, da Globo, e tem 39 anos. Ademais, ele se formou na faculdade de medicina, pois era o sonho dos seus pais. Mas, depois disso, ele cursou gastronomia, em Paris.
Aliás, sua cozinha é marcada por uma mescla da alta gastronomia francesa e a tradicional cozinha mineira, honrando seu Estado de origem. Consequentemente, seus pratos são assinaturas de uma culinária precisa e sofisticada.
Mas, voltando um pouco no tempo, vamos revisitar a infância do chef. Aos seus seis anos de vida, seus pais se separaram e ele teve que morar junto com a mãe na casa dos avós. Dessa forma, aos finais de semana, ele via seu avô cozinhar, que o fazia testar o paladar com uma vasta variedade de alimentos. Por isso, Leo Paixão foi desenvolvendo um apreço pela culinária.
Em suma, o caminho que Leo percorreu não foi nada fácil, tendo que enfrentar diversos desafios e inseguranças. No entanto, atualmente seu restaurante é o maior sucesso, ele é jurado de um reality em cadeia nacional e detentor de diversos prêmios. Por exemplo, Chef do Ano Prazeres da Mesa, 50 Best Discovery América Latina e Chef Revelação Guia 4 Rodas. Além disso, foi Chef do Ano da Revista Veja por 7 anos consecutivos e ganhou dezenas de premiações regionais.
Quem é Leo Paixão?
Além de ser membro do seleto grupo da “Jovem Gastronomia Mineira”, e de desempenhar todas as funções que já mencionamos aqui, Leo Paixão ainda é influenciador digital. Em resumo, ele que tenta resgatar a cozinha caseira de afeto.
Logo, em suas redes sociais, Leo Paixão busca explicar e ensinar de uma maneira prática, dando sentido à cozinha para muitos. Dessa forma, suas receitas diárias são acessíveis para qualquer público. E, sobretudo, elas são reproduzidas rotineiramente, tendo centenas de marcações no Instagram.
Por fim, é o mineiro que possui o maior número de prêmios importantes da gastronomia.
Em resumo, ele alega que a gastronomia é muito mais que a técnica utilizada, sendo o reflexo da natureza onde você cozinha. Atualmente, aliás, ele é chef e proprietário do restaurante Glouton, reconhecido pela alta técnica aliada ao resgate dos produtos e sabores de Minas Gerais. Mas, também, comanda o Nicolau Bar da Esquina.
Por que ele se formou em medicina?
Leo Paixão afirma que a sua família sempre sonhou que ele se tornasse médico. No entanto, ele não sabia o que fazer. Assim, por ser muito competitivo e estudioso, optou pelo vestibular mais difícil. Logo, ele acabou sendo aceito na Federal de Minas.
Como na época ele não tinha como se tornar cozinheiro profissional, permaneceu na faculdade até se formar. Porém, enquanto ele realizava cursava Medicina, recorreu a vários estágios em restaurantes, começando a estudar a possibilidade de fazer gastronomia fora do país.
Ao concretizar sua faculdade, Leo Paizão decidiu estudar fora. Entretanto, não teve o apoio da família para se tornar cozinheiro, tendo que correr atrás sozinho do que queria. Por isso, ele começou a trabalhar como médico em cidades do interior. Ele chegou a trabalhar em um posto de saúde, sendo auxiliar do seu tio, um cirurgião plástico.
Certamente, nessa época, ele trabalhava bastante. Leo, aliás, chegou a dar plantão em uma UPA, à noite.
Dessa forma, ele arrecadou dinheiro e conseguiu uma vaga em uma escola de Paris. A princípio, ele faria a Le Cordon Bleu, mas acabou fazendo a École Grégoire-Ferrandi.
Ida e volta de Paris
Leo Paixão se mudou para Paris com a sua esposa, que se formou junto com ele em Medicina. De acordo com ele, ela deu bastante apoio para ele nessa decisão difícil e repleta de inseguranças.
E, no final, Leo se destacou bastante por lá. Acima de tudo, porque ele havia ido com a cabeça de um estudante de medicina, bastante competitivo e estudioso. Por isso, o chef foi mandado para trabalhar em restaurantes que nem aceitavam estagiários.
Logo, ele conseguiu se ingressar em restaurantes renomados, como, por exemplo, dos chefs Joel Robuchon e Pierre Gagnaire. Além disso, ele foi para Bordeaux, onde trabalhou na La Cape, com o chef Nicolas Magie.
Por outro lado, quando retornou ao Brasil, já teve uma super proposta do primeiro restaurante que ele fez estágio, o Taste Vin. Em suma, ele trabalhou chefiando a cozinha e dando consultoria para o chef no local. Em resumo, ele passou dois anos por lá, arrumando a cozinha e mudando os processos, apesar de não ter permissão de alterar os pratos.
Como Leo Paixão desenvolveu seu próprio restaurante?
A princípio, Leo Paixão ainda trabalhava como estagiário no Taste Vin. Porém, quando o dono queria contratá-lo como chef, e disse que ele não poderia mudar o cardápio, ele decidiu não aceitar o cargo.
Na sequência, houve uma outra oportunidade. Na época, havia um café em Belo Horizonte que ele amava, e a dona iria fechar o local. Então, tentou negociar com ela a compra do lugar.
Contudo, Leo não tinha dinheiro, a mulher estava grávida e não poderia trabalhar, então não teria como comprar o local. Logo, o marido da dona lhe ofereceu a empresa por três anos e meio, para fazer o que quisesse.
Em suma, ele pegou o mínimo de empréstimo possível, carregou material de construção, e fez sozinho a planta e a decoração do local. Por fim, ele concretizou o seu sonho e conseguiu abrir o restaurante.
Como foi quando ele abriu seu próprio restaurante?
Inicialmente, Leo Paixão não fazia ideia de qual tipo de comida queria fazer, pois tinha vontade de fazer a comida francesa, devido à sua formação. No entanto, não haviam ingredientes acessíveis para comprar, pensando nos pratos típicos da França. Mas, a verdade é que a comida mineira estava sempre em sua cabeça.
Por isso, quando abriu o restaurante, foi uma bagunça pela cidade, onde o burburinho era de que um chef havia inaugurado um novo restaurante francês. Porém, seu cardápio era repleto de pratos tipicamente mineiros, como vaca atolada, quiabo, rabada e leitão.
Sua ideia, inclusive, era fazer tudo de forma simples e de baixo custo. Mas, Leo logo percebeu que os clientes de Belo Horizonte preferiam aquilo que encarece, como tipos chiques de louças e taças.
A princípio, a equipe do salão era pouquíssima. Hoje em dia, no entanto, o estabelecimento vai de vento em polpa e conta com vários funcionários. Portanto, é uma indústria, onde cada parte do serviço está dividida, e cada prato que sai da cozinha é feito por pelo menos cinco pessoas.
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Fontes: Globo, Tutano Gastronomia, Glouton, UAI, Prazeres da Mesa
Imagens: Uol, O Tempo, CNN Brasil, Food Service News