Na última terça-feira (1), a linha Laranja do metrô de São Paulo sofreu um desabamento em suas obras. Dessa forma, abriu-se uma cratera na lateral da marginal Tietê, que é uma das principais vias da cidade. De acordo com os bombeiros, não houveram vítimas. Contudo, a linha do metrô que sofreu desabamento era para ser entregue em 2020, de acordo com o governo de São Paulo.
Além disso, o túnel do metrô que estava sendo escavado ainda acabou inundado, e boa parte da marginal está agora interditada, e sem previsão para liberação. De acordo com João Doria (PSDB), já houve uma determinação de apuração imediata das causas do acidente. Da mesma forma, pediu também um plano de normalização do tráfego à Prefeitura de São Paulo. Nesse sentido, o acidente atrasará ainda mais a previsão de entrega das obras. Ela já tinha sido adiada para 2021, e depois para 2025.
A empresa responsável pela obra, Acciona, e a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, informaram que houve um rompimento de uma coletora de esgoto próxima a um poço de ventilação das obras. Também disseram que várias equipes técnicas estão no local para entender melhor o acidente. A linha 6, ou linha Laranja, já é uma promessa antiga do governo de São Paulo. Quando começou seu projeto, estava prometida para 2013, e depois para 2017. Contudo, quando as obras começaram em 2015, já havia pulado para 2020.
Linha de metrô que sofreu desabamento era para ser entregue em 2020
As obras da linha de metrô que sofreu desabamento ficaram paralisadas por 4 anos (de 2016 até 2020) por conta de problemas na PPP (Parceria Público-Privada). A questão ficou entre o governo de São Paulo e o consórcio Move São Paulo, que estava responsável pela construção. Tal consórcio incluía as construtoras Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC. Elas tiveram dificuldades em obter financiamento para as obras por conta de seu envolvimento nos casos investigados pela Operação Lava Jato. Em 2016, só 15% do projeto havia sido concluído.
Dessa forma, em 2018, 2 anos depois da paralisação das obras, o governo de São Paulo declarou a caducidade da PPP. Em seguida, o Acciona conseguiu os direitos do consórcio antigo para terminar de construir a linha, e passou a ser o responsável pelas obras, que retomaram em outubro de 2020.
Questões da linha Laranja
A linha 6 faria a ligação entre a região da Vila Brasilândia, na zona norte da capital, e a região de São Joaquim, no centro. Ela estava prevista para ter cerca de 15km no total, e atender diariamente cerca de 630 mil pessoas. Contudo, acabou envolvida em polêmicas antes mesmo das obras começarem, em 2015.
Nesse sentido, em 2011, o governo de Geraldo Alckmin mudou de endereço uma estação que iria ser construída em Higienópolis, um bairro nobre da capital. Tudo ocorreu após moradores se posicionarem contra a construção na avenida Angélica, que era uma das principais vias do bairro. Na época, os moradores diziam que temiam a “degradação” da área com a construção do metrô, algo que permitiria o acesso de “pessoas diferenciadas” no local. Isso gerou uma enorme polêmica e vários protestos, mas o governo manteve a mudança.