Em primeiro lugar, o Livro dos Mortos é o nome dado para os textos fúnebres que se difundiram no Egito. No geral, esse processo se deu pelo valor simbólico e religioso dessa tradição. Basicamente, é um documento que registra a diversidade e profundidade do pensamento religioso dos egípcios.
Nesse sentido, o Livro consiste em textos escritos em rolos de papiro envolvidos em pedaços do material utilizado na mumificação. Desse modo, continham preceitos e princípios a respeito do destino dos falecidos, principalmente para orientar o corpo na entrada ao reino de Osíris.
Em resumo, essa era a principal divindade cultuada pela civilização egípcia. Comumente, representava o renascimento da alma, assim como a imortalidade do espírito. Portanto, o Livro dos Mortos continha orientações para guiar o falecido em caminhos que o levassem mais próximos dos deuses, considerando que os egípcios eram politeístas.
Papel religioso e o além-vida
A princípio, o Livro dos Mortos surgiu a partir do culto do deus Osíris, o que se deu no início do Império Médio, por volta do século XXI a.C. Desse modo, a figura do deus agrário e sua representação acerca dos ciclos de vida inspirou os seguidores a buscar a imortalidade através de seu culto.
Como consequência, um novo costume surgiu entre as pessoas, desde os faraós até os servos. Basicamente, as cerimônias fúnebres envolviam leitura das passagens do Livro dos Mortos, a fim de guiar o espírito no caminho até Osíris e a elevação espiritual. No geral, essa leitura servia o propósito de mostrar ao falecido como encontrar felicidade no Além.
Por outro lado, alguns trechos eram esculpidos no interior dos sarcófagos, onde iam as múmias. Além disso, existem relatos de que alguns faraós colocavam ao lado de suas riquezas papiros contendo inscritos do Livro dos Mortos. Dessa maneira, poderiam utilizar o inscrito no além-vida para orientar os próximos passos.
Sobretudo, os egípcios acreditavam que a vida após a morte era tão importante quanto a vida terrena. Nesse sentido, essa civilização acreditava na existência de um tribunal no além-vida, conhecido como Tribunal de Osíris. Em resumo, o falecido precisaria apresentar provas de suas boas ações na Terra e do merecimento para integrar os reinos de luz.
Como consequência da aprovação no tribunal, o falecido se encaminhava para o reino do deus Rá, o deus sol e outra divindade essencial no Egito. Por fim, somente assim seria possível viver uma vida plena após a morte, em uma viagem que se renovava a cada dia e era abençoada pelos deuses.
Simbolismo do Livro dos Mortos
Primeiramente, é possível encontrar ilustrações no Livro dos Mortos que demonstram como funcionava o Tribunal de Osíris. Desse modo, as inscrições remontam a chamada Confissão Negativa, um discurso reproduzido pelo falecido na qual ele nega ter cometido males contra os homens. Ademais, esse discurso inclui a negação de pecados e tentações que fazem parte da vida terrena.
Por outro lado, existem ilustrações que posicionam Anúbis, conhecido como o deus dos mortos ou mensageiro da morte, levando as almas para o submundo. Sobretudo, essa entidade era responsável por operar a balança do julgamento, cujo resultado final determinava o destino do falecido no além-vida.
Além disso, algumas versões demonstram Osíris em seu trono, conduzindo o tribunal ao lado das outras divindades responsáveis. Mais ainda, a figura da balança da justiça se faz presente na maior parte das representações, com um lado pesando o coração do falecido. Sendo assim, somente aqueles com o coração pesando uma pluma conseguiria adentrar o reino das luzes.
Porém, o outro lado que realizava um contrapeso era a Verdade, registrada e mesurada pelo deus Toth. Nesse sentido, as almas verdadeiras eram recompensadas com um contrapeso positivo, enquanto as mentirosas eram punidas.
No geral, o Livro dos Mortos representa a cultura do politeísmo no Egito Antigo, sendo um importante documento histórico para conhecer a fundo os egípcios. Ademais, demonstra a crença na imortalidade, na vida após a morte e também na reencarnação. Por fim, simboliza a profundidade intelectual de uma das principais civilizações na história da humanidade.
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Fontes: Infoescola | Infopedia | Aventuras na História
Imagens: Aventuras na História | Egiptologia