Em primeiro lugar, Maria Bonita é o nome da companheira do chefe do cangaço, o Lampião. Nesse sentido, refere-se à primeira figura feminina a integrar o principal bando de cangaceiros do Nordeste. Sendo assim, tornou-se uma figura histórica ao contribuir com as atividades criminosas do grupo, em meados de 1930.
Sobretudo, ela e o bando de Lampião vagavam pelo sertão nordestino cometendo crimes e agindo com violência indiscriminadamente. Desse modo, atravessavam estados e atacavam cidades, cometendo pilhagens, assassinatos e até estupros. Comumente, os historiadores entendem o movimento do cangaço como forma de defesa dos sertanejos diante da ineficiência do Estado.
Portanto, trata-se de um exemplo do movimento de “fazer justiça com as próprias mãos”. Sendo assim, os grupos criminosos sobreviviam a desigualdade social e problemas culturais aplicando a própria lei. No geral, o bando mais famoso foi o de Lampião, também conhecido pela crueldade com outros indivíduos.
História de Maria Bonita
A princípio, Maria Gomes de Oliveira nasceu em uma pequena fazenda no povoado de Malhada da Caiçara, atual cidade de Paulo Afonso, na Bahia. Desse modo, nascida em 8 de março de 1911, a mulher tinha como pais os pequenos lavradores José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina Conceição Oliveira.
Contudo, aos 15 anos ela foi obrigada a casar-se com o sapateiro José Miguel da Silva. Apesar disso, as brigas constantes fez com que o casamento chegasse ao fim. Comumente, ao final de cada briga, Maria Bonita escondia-se na casa dos pais, até aceitar se separar do marido, numa época onde isso era inaceitável.
Eventualmente, em 1929, a jovem conheceu Lampião enquanto morava com os pais. Em resumo, em uma de suas andanças, Lampião e seu bando passou pela fazenda da região e ambos apaixonaram-se rapidamente. Sobretudo, a beleza física e a determinação de Maria Bonita atraiu o cangaceiro.
Logo em seguida, no ano de 1930, Maria passou a ser parte do bando de Lampião, entrando para a história como a primeira mulher a ingressar o cangaço. Entretanto, mais adiante, cerca de trinta mulheres entraram na vida do bando, fazendo da Bahia o estado com maior número de moças no banditismo nordestino.
Apesar disso, a vida do cangaço não tinha glamour algum. No geral, mantinham um estilo de vida nômade, com alimentação insuficiente e longas caminhadas sob o Sol e a chuva. Ademais, os combates com as forças policiais também aconteciam constantemente, sendo violentos e perigosos.
Sobretudo, a imprensa brasileira considerava as mulheres bandoleiras, megeras e amantes. Além disso, todas tinham um estereótipo masculino. No entanto, a cangaceira manteve o cuidado com a postura e o traje, tornando-se um símbolo.
Curiosidades sobre a primeira mulher cangaceira
Primeiramente, Maria Bonita tornou-se um símbolo histórico, mas não tinha nenhum traço feminista em suas atitudes. Sobretudos, os historiadores entendem que ela adotou ao código de conduta machista do cangaço. Em resumo, os papéis costumavam ser muito bem definidos.
Ou seja, com os homens zelando pela segurança e sustento dos bandos enquanto as mulheres eram esposas e companheiras. Ademais, a cangaceira participava das torturas das vítimas de Lampião, apoiando o assassinato de mulheres adúlteras.
Curiosamente, as mulheres ficavam escondidas durante a gestação. Contudo, precisavam entregar os filhos a amigos na cidade e continuar acompanhando o bando. Sendo assim, estima-se que a primeira filha de Maria Bonita e Lampião nasceu em 1932, com o nome de Expedita.
Apesar de ter sido entregue a um aliado do cangaço, Expedita entrou para a história como a Princesa do Cangaço. Porém, sua história e existência permaneceu como segredo até os estudos sobre a cangaceira surgirem na história brasileira. Por outro lado, estima-se que a esposa de Lampião mantinha grandes riquezas, obtidas no saques feitos pelo marido.
Comumente, as representações de Maria Bonita a demonstram portando inúmeros anéis, colares e outras joias. Antes de mais nada, o principal item era o revólver Colt calibre 38 e um punhal feito de prata, marfim e ônix. No geral, eram símbolos de poder do casal no Nordeste.
Por fim, a cangaceira mantinha uma rivalidade séria com Dadá, outra mulher que participava do bando de Lampião. Ainda que tenha sido ela a primeira e única a portar um fuzil no bando, ambas se detestavam. No geral, essa rivalidade decorria da autoridade de Maria Bonita sobre o bando.
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Fontes: Aventuras na História | eBiografia | Folha | BBC
Imagens: Globo