O elefante é uma criatura incrível e um dos mamíferos mais inteligentes da Terra. Estudos provaram que os elefantes são tão espertos quanto os chimpanzés e os golfinhos e talvez até mesmo entre os mais inteligentes do reino animal. Pela sua imponência e robustez, ele causa uma impressão poderosa em qualquer pessoa e continua a fascinar e cativar observadores em geral e cientistas. Contudo, o que mais chama atenção no comportamento dos elefantes é a sua memória, que faz com ele tenha uma vida longa e consequentemente, certa inteligência.
Existe uma expressão antiga: os elefantes nunca esquecem. Dizer que um elefante nunca esquece pode ser um exagero. Embora a teoria seja um mito, ela não se afasta muito da verdade. Uma pesquisa mostrou que os elefantes possuem o incrível poder de memória para certas coisas, com a capacidade de guardar informações por várias décadas.
Por que os elefantes tem boa memória?
Em termos de processamento cognitivo, os elefantes não apenas têm o maior tamanho de cérebro entre os mamíferos terrestres, como também o maior lobo temporal em relação ao tamanho do corpo de qualquer animal, incluindo humanos. O lobo temporal é a parte do córtex cerebral dedicada à comunicação, linguagem, memória e cognição. Dado o tamanho relativo do lobo temporal no elefante, há diversas razões para suspeitar que esses animais podem ser capazes de uma cognição muito mais complexa do que é atualmente entendido pela ciência.
Para esclarecer, os cérebros dos elefantes contêm tantos neurônios corticais quanto os cérebros humanos. Além disso, eles têm neurônios piramidais maiores (neurônios especializados que desempenham um papel fundamental nas funções cognitivas) do que os humanos, sugerindo que os elefantes podem ter habilidades de aprendizagem e memória superiores às nossas. Por conseguinte, estes mamíferos são dotados de células fusiformes, que podem estar envolvidas na consciência social e na capacidade de tomar decisões rápidas. Essas células existem apenas em humanos, grandes macacos e quatro espécies de golfinhos, e só recentemente foram descobertas em cérebros de elefantes.
Outros estudos também descobriram que as elefantes fêmeas mais velhas exibem sinais de uma memória superior, alertando o rebanho se um perigo familiar surgir ou se um antigo local de alimentação for reconhecido.
Como funciona a memória do elefante?
A região olfativa de um elefante é extremamente desenvolvida em relação aos outros sentidos. Isto é, os elefantes podem distinguir entre os cheiros de urina de até 30 elefantes fêmeas, mesmo que estejam separados há anos. Dessa forma, essa característica ajuda os elefantes a ficarem juntos quando viajam em grandes manadas, com a urina servindo como uma trilha de migalhas de pão para o nariz – ou tromba, neste caso.
Por outro lado, enquanto as memórias utilitárias dos elefantes os ajudam a reter informações essenciais de sobrevivência, elas também permitem que esses animais reconheçam o passado. Por exemplo, os elefantes mostram sinais de tristeza e pesar por parentes mortos, como tocar suavemente os cadáveres com os pés e acariciá-los com a tromba. Numa pesquisa que envolveu a exibição de diferentes conjuntos de objetos para uma unidade familiar de elefantes, o grupo respondeu com mais destaque a ossos e presas que pertenciam a um animal do grupo.
Como resultado, a memória de um elefante não armazena cada detalhe de cada estímulo já encontrado. Em vez disso, o cérebro codifica o que é necessário para a sobrevivência, como localização do alimento e identificação da família, da mesma forma que nossos sistemas de memória de curto prazo descartam ou transferem dados seletivamente para o armazenamento de longo prazo. Desse modo, como os momentos que mais impactam nossas vidas, o conteúdo das memórias funcionais destes mamíferos é preservado para recuperação futura, explicando assim a famosa expressão: ‘memória de elefante’.
Semelhanças entre humanos e elefantes
Há uma busca constante para entender o comportamento do elefante, devido à suas capacidades de de discernimento, memória e percepção. Alguns pesquisadores acreditam que o nível de inteligência do elefante rivaliza com o dos seres humanos. Pois, por causa de seu intelecto elevado, eles demonstram uma gama de emoções, incluindo alegria, tristeza, altruísmo, bem como compaixão e autoconsciência. Essas emoções aparecem como comportamentos semelhantes aos humanos, e são expressas ao imitar sons, brincar e até ‘resolver problemas’.
Imitar sons é uma indicação da inteligência e memória surpreendente do elefante. Eles podem tocar e imitar sons que ouvem na natureza ou de outros seres. Para explicar, o elefante articula certos sons para ter uma forte semelhança com a palavra falada. Uma verdadeira manifestação de sua inteligência é a capacidade de se automedicar. Uma fêmea grávida que está para dar à luz mastiga as folhas de uma planta específica para induzir o parto. Outra faculdade que indica o intelecto superior do elefante é sua diversão. Isto é, os elefantes se divertem com jogos como atirar varas, passar um objeto ou esguichar água de sua tromba.
Neste sentido, quando usam suas trombas, os elefantes demonstram uma habilidade incrível de aprender novas habilidades e realizar tarefas usando várias ferramentas. Outra demonstração notável da inteligência do elefante é sua capacidade de resolução de problemas. Como exemplo, estes grandes mamíferos cavam buracos para beber água e, em seguida, eles cobrem com areia para evitar a evaporação. Os elefantes usam uma vara para arranhar quando a tromba não alcança as costas, e até conseguem lançar pedras usando a tromba.
Leia mais sobre memória e cognição em: Os lados do cérebro – Como se dividem e mitos e verdades sobre eles
Fontes: Significados, Uol, Guia dos Curiosos, Idioma Brasil
Fotos: Pxhere