A misofonia é um fenômeno neurológico que se caracteriza por uma extrema sensibilidade a determinados sons. Esses sons, conhecidos como gatilhos, podem ser ruídos cotidianos e aparentemente inofensivos, como mastigar, respirar, digitar no teclado ou mesmo o som de alguém engolindo.
Para quem sofre de misofonia, esses sons desencadeiam uma resposta desproporcional, o que inclusive pode interferir significativamente na qualidade de vida e nas interações sociais.
Desse forma, a comunidade científica acredita que sua origem esteja relacionada a uma disfunção no processamento auditivo do cérebro, onde certos sons são percebidos de forma exagerada, desencadeando uma resposta emocional intensa.
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O que é misofonia?
Misofonia é um distúrbio de processamento sensorial caracterizado pela aversão intensa e desarmônico a sons específicos, muitas vezes considerados cotidianos por outras pessoas.
Para os que têm essa condição, esses sons desencadeiam uma forte resposta emocional, que pode variar de irritação extrema a raiva intensa. A condição pode interferir significativamente na vida cotidiana, causando estresse, ansiedade e dificuldades nas relações interpessoais.
De acordo com a Misophonia Institute, no Brasil, 150 mil pessoas são diagnosticadas anualmente com misofonia. Segundo Tanit Ganz Sanchez, professora de Otorrinolaringologia, da USP, é possível até que a pessoa com essa condição encontre dificuldades ao ouvir o som de alguns animais, por exemplo.
Além disso, apesar de ser um termo que ganhou uma certa notoriedade recentemente, esse é um problema antigo.
Por fim, embora ainda não exista uma compreensão completa sobre as causas da misofonia, a ciência tem avançado na identificação de possíveis fatores genéticos e neurobiológicos .
O tratamento geralmente envolve técnicas de terapia cognitivo-comportamental e terapia de exposição, visando reduzir a sensibilidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Quais são os sintomas da misofonia?
Esse distúrbio apresenta alguns sintomas, dentre eles:
- Extrema irritação ou raiva em resposta a sons específicos, como mastigação, respiração, ou batidas de dedos.
- Reações emocionais intensas, como ansiedade, desconforto ou pânico, quando exposto a sons desencadeantes.
- Dificuldade em se concentrar ou focar em outras atividades quando exposto a sons desencadeantes.
- Tensão muscular, aumento da frequência cardíaca ou sudorese em resposta aos sons desencadeantes.
- Evitar situações sociais ou lugares onde esses sons são comuns para evitar desencadear uma reação.
Como se trata a misofonia?
Para amenizar esse distúrbio, especialistas recomendam abordagens multidisciplinares para tratar a misofonia, que podem incluir terapia comportamental, terapia cognitivo-comportamental (TCC) e terapia de exposição.
Na terapia comportamental, os pacientes aprendem técnicas de relaxamento e estratégias de gerenciamento do estresse para ser uma ajuda para lidar com as reações desencadeadas pelos sons. A TCC é frequentemente utilizada para ajudar os pacientes a mudar suas percepções e respostas emocionais aos sons, promovendo uma adaptação mais saudável.
Além disso, a terapia de exposição gradual pode ser implementada, onde os pacientes são gradualmente expostos aos sons que desencadeiam sua misofonia, ajudando a desenvolver uma maior tolerância e controle sobre suas reações.
Os especialistas, a exemplo de um otorrinolaringologista, também podem recomendar o uso de dispositivos de mascaramento sonoro, como fones de ouvido com cancelamento de ruído, para ajudar a reduzir a exposição aos sons desencadeantes no ambiente.
Em alguns casos, a medicação pode ser prescrita para ajudar a reduzir os sintomas, embora seu uso deva ser cuidadosamente monitorado por um médico.
Por fim, vale lembrar que tratamento é individualizado e pode exigir a combinação de várias abordagens terapêuticas para alcançar resultados eficazes e duradouros.
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