Leviatã é uma criatura lendária mencionada na Bíblia, junto a Behemoth no Livro de Jó. Descrito como uma monstruosa serpente marinha ou um crocodilo gigante, o Leviatã representa o poder primal e a imponência da natureza, muito associado ao caos e à destruição. Sua figura simbólica tem sido interpretada de diversas maneiras ao longo da história, desde uma personificação do mal e do pecado até uma representação do desafio humano frente às forças desconhecidas do universo.
Também, a imagem do Leviatã também evoca a dualidade entre a ordem e o caos, o divino e o terreno, refletindo um tema recorrente na mitologia e na religião. Sua presença na narrativa bíblica serve como um lembrete da fragilidade da humanidade diante das forças cósmicas e da necessidade de reconhecer a soberania divina sobre o universo.
E aí, vamos saber um pouco mais sobre ele? Boa leitura!
O que é Leviatã?
Na Bíblia, o Leviatã é uma criatura mencionada no Livro de Jó e no Livro de Salmos. Ele é descrito como um monstro marinho de proporções gigantescas e alguns poderes, e simboliza o caos e a força indomável da natureza. Seu nome deriva da palavra hebraica “liwyatan”, que significa “torção” ou “enrolamento”.
A representação dessa criatura na Bíblia é bem diversificada, servindo tanto como uma metáfora para as forças da natureza incontroláveis quanto como um símbolo do poder do mal. Você consegue estabelecer essa relação? A sensação é que essa visão é natural.
No Livro de Jó, por exemplo, o Leviatã é mencionado como uma das criaturas que Deus criou, mas cujo domínio só Ele pode controlar. Essa narrativa sugere que mesmo as forças mais assustadoras da natureza estão sujeitas ao poder divino. No entanto, é possível identificar também algumas interpretações que veem o Leviatã como uma figura demoníaca, representando a rebelião contra Deus e a resistência ao seu controle sobre o universo.
Por fim, vale dizer que a imagem do Leviatã na Bíblia também foi usada em algumas tradições para representar a figura do Anticristo ou como uma personificação do mal que precisa ser derrotada para que a ordem e a justiça possam ser estabelecidas. Em seu significado mais profundo, o Leviatã é uma figura complexa que evoca medo, mistério e a noção de que há forças além do nosso controle no mundo, mas também serve como um lembrete do poder supremo de Deus sobre todas as coisas.
Como o leviatã é descrito na Bíblia?
Conhecido como um monstro marinho imponente e temível na Bíblia, a gente mencionou anteriormente que o Leviatã personifica o poder caótico da natureza. Em Jó 41, por exemplo, ele é visto como “um monstro do mar”, “um serpente retorcida”, na qual as suas “escamas são seu orgulho”, e “sua respiração incendeia brasas, e uma chama sai de sua boca”. Isso pode representar a ideia de que somente a presença é capaz de causar terror e destruição. Você consegue perceber isso?
O Leviatã é apresentado como uma criatura invencível e indomável, que nenhum homem pode fazer qualquer tipo de julgamento. Ele é retratado como o símbolo supremo do poder de Deus sobre a criação, destacando a fragilidade da humanidade em comparação com as forças primordiais do universo. Nas passagens bíblicas, é mencionado que “não há sobre a terra coisa que se lhe possa comparar” e que “ele vê tudo o que é elevado; é rei sobre todos os filhos do orgulho”. Essa passagem pode representar a magnitude e a singularidade desse ser mitológico.
Portanto, a gente consegue afirmar que essa criatura também é uma metáfora para o caos e a desordem que existem no mundo. Sua existência desafia a compreensão humana e representa a complexidade e imprevisibilidade do universo. Ao mesmo tempo em que é temido e reverenciado como um símbolo do poder divino, ele incita um senso de maravilha e mistério sobre a vastidão e diversidade da criação de Deus.
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O que o leviatã simboliza na Bíblia?
Quando a gente pensa na sua simbologia presente na Bíblia, o Leviatã simboliza a ameaça constante que paira sobre a criação divina, personificando o mal e a destruição. Sua derrota é frequentemente associada à vitória de Deus sobre as forças do caos e do mal, o que coloca o poder e a soberania divina sobre todas as coisas.
Além disso, essa figura também é interpretada como uma extensão do orgulho e da arrogância humanos, uma vez que sua resistência simboliza a rebelião contra a ordem divina. Sua subjugação, portanto, exemplifica a necessidade de humildade e submissão diante do poder de Deus. Ao mesmo tempo, a narrativa do Leviatã destaca a crença na justiça divina e na capacidade de Deus de controlar e subjugar todas as forças que ameaçam a ordem cósmica.
Leviatã de Thomas Hobbes
Thomas Hobbes, um filósofo inglês nascido em 1588, testemunhou os horrores da Guerra Civil Inglesa, o que influenciou profundamente sua visão de mundo. Sua teoria política central, presente em Leviatã, sua obra, gira em torno da necessidade de um governo soberano absoluto para evitar o estado de natureza, que ele descreve como uma condição de guerra de todos contra todos, onde a vida é “solitária, pobre, sórdida, brutal e curta”.
Segundo Hobbes, os indivíduos concordam em renunciar a certas liberdades em troca de segurança e ordem, criando assim um contrato social que legitima a autoridade do soberano. No livro, o autor propõe uma teoria do contrato social onde os indivíduos abdicam de sua liberdade natural em favor de um governo soberano que garanta a ordem e a proteção contra a anarquia. O Leviatã, representando esse poder soberano, é descrito como um corpo político artificial que possui autoridade absoluta para garantir a paz e a estabilidade social.
Sendo assim, é possível dizer que essa obra é uma defesa vigorosa do absolutismo político, defendendo que a autoridade do soberano não pode ser desafiada pelos indivíduos, pois isso levaria ao caos e à guerra civil.
Portanto, a vida de Thomas foi marcada por sua busca pela compreensão da natureza humana e pela busca de soluções para os conflitos sociais. Nascido em uma época de grande instabilidade política na Inglaterra, ele testemunhou diretamente os efeitos devastadores da guerra civil. Isso o levou a desenvolver uma visão pessimista da natureza humana, acreditando que os seres humanos são movidos pelo desejo de poder e autopreservação. Sua filosofia política reflete essa visão, defendendo um governo forte e centralizado como a única maneira de evitar o caos e garantir a segurança e o bem-estar da sociedade.
Dessa forma, a figura de Leviatã explorada por Hobbes a partir da sua caracterização na Bíblia é uma forma de conceber o Estado como um símbolo absoluto de poder, sendo responsável por governar a vida dos cidadãos.
Então, que tal saber mais sobre criaturas pré-históricas: Animais pré-históricos vivos: espécies que resistiram a evolução
Fontes: Estilo Adoração, Infoescola, Infopedia