A pandemia do coronavírus (Covid-19) trouxe transformações no comportamento social e também afetou o comércio. Assim, especialistas da saúde e demais órgãos governamentais falaram sobre o pico da doença. Porém, com algumas divergências já datas diferentes foram anunciadas. Sendo assim, com a evolução e medidas tomadas contra o coronarívus novos cenários são formados.
Com isso, o pico da Covid-19 pode ser diferente, pois cada estado brasileiro vem tomando medidas diferentes para o controle. Isso ocorre devido a evolução da doença, já que têm estados com mais casos confirmados. Em síntese, o pico pode variar de um lugar para outro e é determinado mediante alguns fatores.
O primeiro caso confirmado no Brasil foi em 26 de fevereiro, porém, após pouco mais de três meses de isolamento social não há ainda uma definição sobre o pico da doença.
Como é definido o pico?
Segundo o infectologista Unaí Tupinambás, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e integrante do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19 em Belo Horizonte, a população, provavelmente, não perceberá o ápice da doença.
Segundo o infectologista Unaí Tupinambás, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e integrante do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19 em Belo Horizonte, a população, provavelmente, não perceberá o ápice da doença.
Muitos órgãos de saúde postergaram as datas do pico. Isso, de acordo com o infectologista, é para chegar ao período mais quentes. A medida, portanto, é evitar outros problemas nos períodos frios, tais como: gripe e influenzas. Além disso, outros fatores externos contribuírem como, por exemplo, o comportamento da população em evitar aglomeração.
Resumidamente, os cálculos que determinam a data de pico divergem conforme o profissional e as características locais. Geralmente, utiliza-se a taxa de transmissão, conhecida como R0, o número de habitantes do município e o grau de distanciamento social. Assim, o infectologista aponta que cada matemática utiliza um método e, portanto, o resultado pode ser diferente.
Fatores que indicam o pico no Brasil
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Números de casos e mortes
Primeiramente, deve-se considerar as estatísticas, levando em consideração a evolução de novos casos e os óbitos diários. Diante disso e com números aumentando, não há sustentação para definir que o pico passou ou está próximo. Além disso, a queda dos casos deve ter certa estabilidade por um período de duas semanas, por exemplo.
Esse período é determinado com base na incubação do vírus e nos estudos epidemiológicos. No Brasil, por exemplo, os casos disseminaram para as cidades do interior. Inicialmente, até maio, muitos casos registrados se concentravam nas capitais e municípios mais populosos.
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Reprodução do vírus
Outro fator a ser considerado é a taxa de reprodução de um vírus, denominada de Rt. É nessa estatística que os epidemiologistas baseiam os estudos. Em síntese, essa taxa indica a média de pessoas infectadas por alguém contaminado. Sendo assim, o Rt é capaz de identifica a aceleração ou não da doença.
Por exemplo: com o índice caindo e aproximando de 1, mais próximo o pico da epidemia. Por isso, após o índice abaixo de 1 por um período consistente, que se pode dizer que passou o ápice.
Estudos da PUC-RJ indicam que a taxa está em queda desde o final de abril. Porém, outros dados mostram que o Brasil ainda registra acima de 1 em muitos estados.
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Síndrome respiratória aguda grave
Com poucos testes de covid-19 os casos de síndrome respiratória aguda grave (srag) também são fatores relevantes para indicar dados da evolução. Esses números são registrados oficialmente desde a pandemia de H1N1 em 2009. Ao procurar ajuda médica, o quadro é registrado pelo Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Logo, não é afetado pelos problemas ligados à baixa testagem, pois a síndrome respiratória depende de exames clínicos. Assim como os demais estudos, a Infogripe aponta ainda que as epidemias em diferentes partes do país estão em momentos diferentes.
Ficou interessado em saber mais sobre o coronavírus no país? Então leia sobre O que o coronavírus faz – Como o vírus funciona no nosso corpo
Fonte: Estado de Minas BBC
Imagens: Portal Correio Unicamp Portal Contexto ComputerWorld Exame The Intercept